A importância da Avaliação na Fisioterapia

 

A importância da Avaliação na Fisioterapia

Uma das perguntas mais frequentes no consultório é: Por que preciso passar na avaliação com o fisioterapeuta se o médico já me avaliou?

Para entender melhor essa questão, gostaria de, primeiro, definir a fisioterapia:

O que é a fisioterapia?

Segundo definição do COFFITO (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional), fisioterapia é a ciência que estuda, diagnostica, previne e recupera pacientes com distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano. Trabalha com doenças geradas por alterações genéticas, traumas ou enfermidades adquiridas, na atenção básica, média complexidade e alta complexidade.

O objetivo desta área é preservar, manter, desenvolver ou restaurar (reabilitar) a integridade de órgãos, sistemas ou funções. Utiliza-se de conhecimento e recursos PRÓPRIOS como parte do processo terapêutico nas condições psico-físico-social para promover melhoria de qualidade de vida.

Primeiro, precisamos entender que, o profissional habilitado para indicar a conduta, tempo de tratamento e alta da fisioterapia é o fisioterapeuta.

Além disso, pela definição acima, o fisioterapeuta é considerado um profissional de primeiro contato. Mas, o que isso quer dizer exatamente?

Segundo o Artigo 3° do Decreto Lei 938/69 “É atividade privativa do fisioterapeuta: executar métodos e técnicas fisioterápicos com a finalidade de restaurar, desenvolver e conservar a capacidade física do paciente”.

Então, em segundo lugar, constatamos que, para passar pela consulta com o fisioterapeuta, você NÃO depende de encaminhamento de nenhum outro profissional, incluindo encaminhamento médico.

Por essa possibilidade do paciente comparecer direto à clínica, temos também o primeiro motivo que torna a nossa avaliação tão importante:

Realizar diagnóstico diferencial, excluindo possibilidade de doenças como (tumor, suspeita de fraturas ou soltura de placas e parafusos, entre outras), que precisam de avaliação médica, identificar a necessidade de solicitar um exame complementar, ou de encaminhar para outro profissional da equipe multidisciplinar, como nutricionista ou psicólogo, por exemplo.

Além disso, o segundo motivo fundamental para que a nossa avaliação seja realizada:

É que, como citado anteriormente, somos habilitados para realizar o diagnóstico cinético-funcional, que consiste em identificar as consequências da lesão ou doença que levaram o paciente a buscar tratamento.

Para exemplificar melhor, vamos fazer uma comparação com a avaliação médica. O médico, na sua consulta, busca diagnosticar a doença e, quando necessário, solicitar exames de imagem e tratar através de medicamentos ou outros recursos. Porém, uma variedade de lesões e doenças necessita que o paciente passe pelo processo de reabilitação para que sua recuperação seja completa.

Na avaliação do fisioterapeuta iremos identificar o comportamento dessa lesão:

  • Quando dói;
  • Se dói;
  • O que piora;
  • Se há algo que melhora;
  • Se há edema;
  • Cicatriz;
  • Pontos dolorosos;
  • Avaliamos diminuição de movimento articular;
  • Perda de força;
  • Como afetou as atividades do dia a dia e a vida esportiva;
  • Se a dor é incapacitante;
  • A sensibilidade da região e uma série de outras coisas, bem como se há contraindicações para alguma de nossas inúmeras técnicas de tratamento.

A partir daí, traçamos o plano de tratamento fisioterapêutico, que será realizado de acordo com as necessidades do paciente, podendo conter:

  • Exercícios,
  • Terapia manual,
  • Recursos analgésicos como ultrassom, laser e correntes, entre outros.

Não é possível traçar um tratamento adequado sem a nossa avaliação. Sem entender o que o paciente precisa de maneira assertiva, não pode direcionar o tratamento de maneira satisfatória.

O terceiro motivo que torna nossa avaliação imprescindível:

É que ela nos dá parâmetros de comparação para avaliar a evolução clínica do paciente. Através dela, nos guiamos para realizar as reavaliações, mudar as etapas de tratamento, evoluindo os objetivos e condutas, e permite dar alta quando os objetivos do tratamento e do paciente forem atingidos.

Porém, precisamos pontuar que, há algumas condições que indicamos que seja feita a consulta médica prévia:

  • Casos de traumas;
  •  Suspeita de contusões;
  • Fraturas;
  • Luxações.

Nesses casos, o médico irá avaliar a integridade da estrutura, indicar exame de imagem, se necessário e, orientar sobre a necessidade de imobilização desse membro.

Vale ressaltar ainda que, em muitos casos, já é possível iniciar a fisioterapia imediata para tratar áreas adjacentes da lesão, orientar adaptações para as atividades diárias e realizar recursos analgésicos, que combatem o edema e auxiliam no processo de reparação tecidual.

No caso de pacientes que nos procuram para realizar o pós-operatório, a avaliação e reavaliação também são necessárias para identificar o que iremos realizar em cada etapa do tratamento.

Nos casos encaminhados por médicos ou outros profissionais, buscamos sempre manter o contato e realizar uma abordagem multiprofissional, para que o paciente evolua da melhor maneira possível e todas as etapas sejam respeitadas, até que chegue o momento da alta, onde o paciente receberá orientações importantes para seguir uma vida saudável, ativa e com risco mínimo de relesão.

 

 

 

 

 

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