O Fisioterapeuta é um profissional de primeiro contato, quais são os critérios de avaliação?

O Fisioterapeuta é um profissional de primeiro contato, quais são os critérios de avaliação?

A Fisioterapia é uma área da saúde que trabalha com promoção da saúde, a prevenção e recuperação de doenças. Realizamos a avaliação cinético funcional, para descobrir as consequências da lesão que o paciente apresenta.

Não necessitamos de referenciamento ou encaminhamento de outro profissional de saúde para que o paciente nos procure a fim de resolver seu problema, principalmente quando ele é musculoesquelético. Porém existem critérios para determinarmos que não teremos como solucionar a queixa do paciente, pois se trata de um problema de saúde além dos limites da profissão e teríamos que encaminhar para outros profissionais da área da saúde.

Estes critérios são denominados de “Bandeiras” nos sinalizam algumas condições clínicas e outros fatores relacionados ao paciente que estão relacionadas à fatores patológicos e a doenças associadas que o indivíduo possua.

Projetado por Cyriax,  o exame por varredura é baseado nos princípios anatômicos e patológicos. O exame por varredura (triagem) de Cyriax acompanha a história, sendo frequentemente incorporado como parte da revisão de sistemas (Fig. 9-1).

 

O exame por varredura é usado quando não há uma história para explicar os sinais e sintomas, ou quando estes não têm explicação. O fisioterapeuta deve escolher qual exame por varredura usar, com base nos sinais e sintomas apresentados.

O exame por varredura do quadrante superior (Tab. 9-2) é apropriado para problemas torácicos superiores, das extremidades superiores e cervicais, enquanto o exame por varredura do quadrante inferior (Tab. 9-3) é tipicamente usado para problemas torácicos, da extremidade inferior e lombossacrais.

Os testes do exame por varredura do quadrante superior e inferior de Cyriax23 (Tab. 9-5) podem ser usados para:

– Examinar o estado neurológico do paciente. Os testes incluídos no exame por varredura são projetados para identificar fraquezas neurológicas, a capacidade do paciente de perceber sensações e a inibição dos reflexos do tendão profundo e outros reflexos pelo SNC, que podem realçar a presença de lesões nos sistemas nervosos central ou periférico.

– Ajudar a determinar se os sintomas estão sendo referidos.

– Confirmar o diagnóstico do médico.

– Ajudar a eliminar qualquer patologia grave, tal como fratura ou tumor.

– Avaliar o estado dos tecidos contráteis e inertes.

– Gerar uma hipótese de trabalho.

A eficácia do exame por varredura é influenciada pela tolerância do paciente e pela decisão profissional. Uma orientação geral estabelece que o exame continue até que o fisioterapeuta tenha certeza de que os sintomas do paciente não sejam o resultado de uma condição grave que necessite de atenção clínica.

Uma responsabilidade primária é determinar se os pacientes que apresentam dor musculoesquelética local têm evidências de envolvimento sistêmico. Essa determinação é importante, porque a suspeita de envolvimento sistêmico pode indicar encaminhamento para outro profissional de saúde, este processo de avaliação fisioterapêutica para um dado paciente é uma parte importante do processo de diagnóstico comumente referido como “rastreio da bandeira vermelha”, além desta existem também bandeiras amarelas, laranjas, azuis e pretas.

A triagem de bandeira vermelha envolve uma revisão de sintomas, subjetivos ou referidos, são perguntas voltadas para a identificação de envolvimento não musculoesquelético. Por exemplo, um paciente com dor lombar pode ser questionado sobre cardiopulmonar (por exemplo, “Recentemente você sentiu pressão no peito?”) ou urogenital (por exemplo, “Recentemente você sentiu dor ou dificuldade ao urinar?”). Se as respostas forem positivas a essas perguntas são relatadas pelo paciente, uma avaliação mais completa pelo fisioterapeuta ou é indicado encaminhamento a outro profissional de saúde.

O rastreio da bandeira vermelha é garantir que sejam consideradas patologias graves subjacentes, para que as decisões clínicas subsequentes prestações de cuidados ou referência a um profissional de saúde apropriado no melhor tratamento do paciente.

Stith e colaboradores 26 descreveram os achados do tipo bandeira vermelha na história do paciente, que indicam a necessidade de encaminhamento ao médico (Tab. 9-8).

 A presença de qualquer um dos seguintes achados durante a história, a revisão de sistemas e/ ou exames por varredura pode indicar patologias graves, requerendo um encaminhamento médico: Febres, tremores ou suores noturnos. Esses sinais e sintomas estão quase sempre associados a um distúrbio sistêmico, como uma infecção.

– Alterações de peso recentes inexplicadas. Um aumento de peso inexplicável pode ser causado por insuficiência cardíaca congestiva, hipotireoidismo ou câncer.  As perdas de peso inexplicáveis podem ser o resultado de um distúrbio gastrintestinal, hipertireoidismo, câncer ou diabete.

– Mal-estar ou fadiga. Essas queixas, que ajudam a determinar a saúde geral do paciente, podem estar associadas a doenças sistêmicas.

– Náusea ou vômito inexplicável, nunca é um bom sinal ou sintoma.

– Parestesia unilateral, bilateral ou quadrilateral A distribuição de sintomas neurológicos pode dar pistas ao fisioterapeuta sobre as estruturas envolvidas. A parestesia quadrilateral sempre indica comprometimento do SNC.

– Falta de ar. A falta de ar pode indicar um amplo espectro de condições, que podem variar de ansiedade e asma e uma grave disfunção cardíaca ou pulmonar.

– Tontura. O diagnóstico diferencial da tontura pode ser bem desafiador. Os pacientes quase sempre usam a palavra “tontura” para referir sensações de cabeça vazia, várias sensações de orientação do corpo, visão turva ou fraqueza nas pernas. Embora a maioria das causas da tontura possam ser relativamente benignas, a tontura pode ser um sinal de um problema mais grave, em especial se estiver associada a trauma no pescoço ou na cabeça ou a movimentos de rotação e extensão cervical (p. ex., comprometimento da artéria vertebral.

O fisioterapeuta deve determinar se os sintomas resultam de vertigem, náusea, tontura, incapacidade de ficar de pé ou desmaios, entre outros. Se houver suspeita de vertigem, o médico do paciente deve ser informado para uma investigação adicional. Contudo, a vertigem não é, em geral, uma contraindicação para a continuidade do exame. O diagnóstico diferencial de doenças primárias do SNC, envolvimento vestibular e ocular e, mais raramente, distúrbios metabólicos.

Os pacientes que se queixam de tontura podem ser classificados em quatro subtipos . Um questionamento cuidadoso ajuda na diferenciação da causa. Essa diferenciação é importante, uma vez que determinados tipos de tontura são amenizados com as intervenções de fisioterapia; outros tipos produzem contraindicações para algumas intervenções, enquanto ainda outras causas de tontura exigem encaminhamento médico.

Tradução:

Bandeira Natureza Exemplos
 Vermelha

 

Sinais de patologias graves Síndrome da cauda equina, fraturas, tumor;
Laranja

 

Sintomas Psiquiátricos Depressão, distúrbios de personalidade;
 

 

 

 

 

 

 

 

Amarela

Crenças, avaliações e julgamentos – Crenças inúteis sobre a dor: indicação de doença incontrolável ou provavelmente piora;

 

– Expectativa de resultados ruins do tratamento e demora ao retorno do trabalho;

 

Respostas emocionais – Angústia por não atender aos critérios para diagnóstico de transtorno mental;

 

– Preocupação, medos, ansiedade

 

Comportamento da dor (incluindo estratégias para lidar com a dor) – Evita atividades com medo de sentir dor e se lesionar novamente;

 

– Dependência excessiva de tratamentos passivos (bolsa de calor, bolsa de frio, analgésicos);

Azul Percepção da relação entre o trabalho ou a atividade exercida pelo indivíduo e a sua saúde

 

– Acredita que o trabalho é pesado e está suscetível a causar mais lesões;

 

– Acredita que no ambiente de trabalho os superiores e colegas de trabalho não o apoiam

Preta Sistema ou obstáculos contextuais – Legislações que restringem a opções de retorno ao trabalho;

 

– Conflito com a equipe de seguros sobre a reivindicação de lesão;

 

– Cuidados de saúde e família excessivamente solicitados;

 

– Trabalho pesado, com pouca oportunidade de modificar tarefas;

Esta ferramenta diagnóstica apresenta validade concorrente para respaldar nosso exame.

       É um conjunto de 10 ou 23 perguntas sobre a presença de red flags em vários sistemas corporais. O grupo de 10 perguntas tiveram 93% de acurácia e o grupo de 23 perguntas 100% de acurácia.

Tradução:

1.    Recentemente, tem experimentado sensação anormal de dormência, alfinetada e agulhas?

2.       Recentemente, tem experimentado a dor de cabeça?

3.       Recentemente, tem experimentado dor noturna?

4.       Recentemente, tem experimentado rigidez matinal prolongada?

5.       Recentemente, tem experimentado tontura?

6.       Recentemente, tem experimentado trauma (acidente em veículo motor ou queda)?

7.       Recentemente, tem experimentado suor noturno?

8.       Recentemente, tem experimentado constipação?

9.       Recentemente, tem experimentado fácil contusão?

10.    Recentemente, tem experimentado alteração de visão?

11.    Recentemente, tem experimentado alteração no padrão da menstruação?

12.    Recentemente, tem experimentado disfunção ao andar ou no equilíbrio?

13.    Recentemente, tem experimentado dor no peito em repouso?

14.    Recentemente, tem experimentado falta de ar?

15.    Recentemente, tem experimentado fraqueza muscular?

16.    Recentemente, tem experimentado falha em tratamento conservativo (falha em melhorar em 30 dias)?

17.    Recentemente, tem experimentado suor excessivo?

18.    Recentemente, tem experimentado edema ou ganho de peso?

19.    Recentemente, tem experimentado batidas do coração no seu abdomên quando você está deitado?

20.    Recentemente, tem experimentado câibras nas pernas quando você anda vários quarteirões?

21.    Recentemente, tem experimentado dores abdominais?

22.    Recentemente, tem experimentado alterações na integridade das unhas?

23.    Recentemente, tem experimentado prolongado uso de corticoesteróides?

É preciso ressaltar que tal ferramenta de triagem é destinada ao atendimento de pacientes com queixas nas regiões corporais da cervical, lombar, joelho e ombro, locais de maior acometimento de lesões musculoesqueléticas.

 Outro achado importante é que pacientes com sintomas depressivos podem responder positivamente os questionamentos, sendo necessário investigar as yellow flags, as quais são sintomas que indicam influência de fatores emocionais na afirmação de red flags como também na cronicidade da disfunção, principalmente dor.

Componentes do exame e suas inter- relações:

Referências Bibliográficas:

  • Development of a Review-of-Systems Screening Tool for Orthopaedic Physica Therapists: Results From the Optimal Screening for Prediction of Referral and Outcome (OSPRO) Cohort.
  • Nicholas MK, Linton SJ, WatsonPJ, Main CJ, the “Decade of the Flags” Working Group. Early identification and management of psychological risk factors (“yellow flags”) in patients with low back pain: a reappraisal.Phys Ther.2011;91:737–753.
  • Dutton, Mark. Fisioterapia ortopédica : exame, avaliação e intervenção / Mark Dutton ; tradução: Paulo Henrique Machado, Maria da Graça Figueiró da Silva ; revisão técnica: Débora Grace Schnarhdorf, Silviane Machado Vezzani. – 2. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2010.

Como é a sessão de fisioterapia

 

Como é a sessão de fisioterapia?

Primeiramente precisamos mudar o conceito equivocado, de que o tratamento fisioterapêutico é composto somente por técnica de analgesia, popularmente conhecido como “choquinho”. Por exemplo, a cinesioterapia é imprescindível no tratamento de uma lesão ortopédica/ esportiva, para restaurar ou aumentar a função física; otimizar o preparo físico e a saúde geral.

Assim como os médicos, dentistas e outros profissionais da saúde, nós fisioterapeutas temos várias ferramentas de trabalho para agregar no tratamento.

As técnicas mais utilizadas na área da fisioterapia ortopédica e esportiva:

CINESIOTERAPIA: a terapia do movimento, auxilia no processo de prevenção e recuperação de lesões osteoraticulares e musculoesqueléticas; atuando por meio de movimentos passivos, ativos e ativos assistidos. Entre os benefícios estão: a redução das dores musculares, a melhoria da amplitude de movimentos e a reeducação postural.

– ELETROTERAPIA: faz uso de estímulos elétricos com dois objetivos: para interferir na transmissão dos sinais de dor para o cérebro, ou para estimular a contração muscular ao influenciar a atividade elétrica muscular. Para isso, ela estimula músculos e tecidos, fazendo com que eles produzam endorfina. A partir daí as endorfinas são interpretadas pelo cérebro no lugar dos sinais neurais de dor.

TERMOTERAPIA:

É a abordagem terapêutica através da variação de temperatura nos tecidos-alvo. É possível realizá-la através da aplicação de calor, ou da crioterapia (tratamento por meio de compressas de gelo) e o ultrassom.

-ULTRASSOM: produz um movimento em ondas longitudinais na forma de vibração mecânica gerando calor, o que aumenta o metabolismo local, proporcionando um fluxo sanguíneo maior na região acometida. Sendo assim, auxilia na nutrição e a regeneração tecidual e acontece a liberação de aderências teciduais. Dessa forma, o ultrassom é indicado para tendinites, mialgias, contraturas e tensões musculares, bloqueios articulares e, ainda, para cicatrizes cirúrgicas.

FOTOTERAPIA:

Consiste em um tratamento baseado na interação da irradiação eletromagnética da luz com os tecidos biológicos.

– LASER:  produz efeito analgésico e anti-inflamatório, estimula as células e modula o tecido conjuntivo em processo de regeneração e cicatrização.O laser é indicado para tratar processos inflamatórios e degenerativos das lesões dos tecidos moles, como tendões, músculos e ligamentos, edemas periarticulares, lesões nervosas periféricas, cicatrização de feridas abertas.

 TERAPIA MANUAL:

é um conjunto de técnicas utilizadas para prevenir e tratar as mais variadas disfunções. Seu objetivo é obter de forma direta reações fisiológicas que equilibram e normalizam alterações musculares, osteoarticulares, orgânicas e funcionais, assim como as manifestações de dores.

O método não é apenas uma especialidade que utiliza técnicas de mobilização passiva, pois, no decorrer do tratamento, são utilizadas inúmeras manobras e procedimentos específicos como a massagem de tecidos moles, a facilitação neuromuscular proprioceptiva, a reeducação postural, os exercícios para melhora da força, coordenação, flexibilidade e estabilização segmentar, assim como manipulação, mobilização articular e mobilização neural.

O paciente sempre é submetido a uma avaliação fisioterapêutica prévia para determinar a conduta do tratamento e se há alguma contra- indicação da aplicação de alguma técnica.

 

 

 

A importância do aquecimento para a atividade física

A importância do aquecimento para a atividade física

Antes de iniciar uma atividade física é necessário preparar o corpo para o esforço ao qual será submetido. Sair de um estado de inércia, com atividade zero, para um esforço intenso, pode ser prejudicial e resultar em lesões.

Por isso, o aquecimento é um procedimento que deve ser parte integrante do início de qualquer atividade, seja ela recreativa, esportiva e até mesmo para as atividades laborais. Para alguns autores, o aquecimento é considerado como a primeira parte da atividade física.

Mas, afinal, o que é considerado aquecimento?

Entende-se por aquecimento todas as medidas que servem como preparação para a atividade, seja para o treinamento ou para competição. A intenção dessa etapa é a obtenção do estado ideal físico e psíquico, bem como preparação cinética e coordenativa na prevenção de lesões.

Dentre os benefícios do aquecimento estão relacionados aumento da temperatura muscular e do metabolismo energético, aumento da elasticidade do tecido (os músculos, os tendões e os ligamentos tornam-se mais elásticos, o que proporciona diminuição do risco de lesão), aumenta a produção do líquido sinovial (aumentando a lubrificação das articulações), aumento do débito cardíaco e do fluxo sanguíneo periférico, melhora da função do sistema nervoso central e do recrutamento das unidades motoras neuromusculares. Estas modificações provocam melhoria na fluidez e na eficácia do gesto esportivo prevenindo também os problemas articulares.

Em termos mais simples, podemos dizer que o aquecimento proporciona o aumento do fluxo de sangue para os músculos e outros tecidos, preparando o corpo para uma atividade mais intensa, o que facilita a execução da atividade física proposta, bem como previne possíveis lesões.

Existem maneiras diferentes de se realizar o aquecimento. Ele pode ser do tipo ativo ou passivo, geral ou específico.

1- Aquecimento ativo:

Consiste em movimentos de baixa intensidade e que são eficazes na elevação da temperatura corporal, promovendo aquecimento dos tecidos e produzindo uma variedade de melhorias nas funções fisiológicas.

2- Aquecimento passivo:

Inclui fontes de calor externas como duchas quentes, fricção, massagem ou até mesmo diatermia (uso de recursos que aumentam a temperatura local).

3 – Aquecimento geral ativo:

Possibilita um funcionamento mais dinâmico do organismo como um todo, cuja realização mobiliza grandes grupos musculares, como ocorre em um trote leve.

4- Aquecimento específico:

Consiste em exercícios específicos para uma modalidade, visando grupos musculares mais selecionados, provocando redistribuição do sangue que se encontra em grande porcentagem retido no trato gastrointestinal, de modo a favorecer maior irrigação da musculatura a ser recrutada, suprindo-a com mais oxigênio e possibilitando alcançar uma temperatura ideal.

O objetivo central do aquecimento geral ativo é obter aumento da temperatura corporal e da musculatura, bem como preparar o sistema cardiovascular e pulmonar para a atividade e para o desempenho motor. Atividades de aquecimento são necessárias para preparar o corpo para a atividade física vigorosa porque aumentam o desempenho e diminuem o risco de lesão muscular. Intensidade moderada de aquecimento ativo e aquecimento passivo pode aumentar o desempenho muscular de 3 a 9%.

Alguns fatores devem ser considerados ao realizar o aquecimento:

Idade – Quanto mais velha é a pessoa, mais cuidadoso e gradual o aquecimento deve ser.

Condicionamento Físico – Quanto mais treinada a pessoa é, mais intenso deve ser seu aquecimento. Nunca faça atividades com as que você não esta acostumado.

Modalidade Esportiva – Deve ser realizado de acordo com a modalidade praticada, aquecimento específico para determinada região.

Temperatura Ambiente – Em dias quentes o aquecimento pode ser reduzido, em dias frios o tempo de aquecimento deve ser alongado.

Eu me alongo antes da atividade física. É aquecimento?

O alongamento tem por objetivo melhorar a capacidade elástica dos tecidos moles, músculos e tendões. Porém, o alongamento passivo, por exemplo, não é capaz por si só por promover um aumento global de temperatura, necessário para promover o aquecimento do corpo e prepará-lo para a atividade esportiva.

Além disso, vários estudos demonstram que o alongamento muscular passivo realizado pré – atividade física pode diminuir o desempenho em certos movimentos para os quais o sucesso depende da máxima força e/ou potência produzida. A maioria dos estudos demonstrou que o alongamento muscular provoca diminuição de força em relação ao desempenho muscular.

O que recomendamos é, realizar um alongamento que promova aumento da temperatura corporal, que trabalhe o corpo por inteiro, associado à técnicas específicas para cada modalidade, que, em alguns casos, pode sim envolver algum tipo de alongamento, após a primeira etapa ter sido realizada.

Referências:

https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-86922010000300015#:~:text=Dentre%20os%20benef%C3%ADcios%20do%20aquecimento,do%20l%C3%ADquido%20sinovial%20(aumentando%20a

3 exercícios diários para dor lombar mecânica – Big Three

 

A dor lombar é um dos problemas de saúde mais comuns em adultos. Estima-se que 80% da população vai apresentar dor lombar em algum momento da vida. Está também entre as 10 principais causas de consultas e internações, resultando em 5 a 10% dos afastamentos da atividade de trabalho por mais de sete dias.

A dor lombar acomete a região acima da linha glútea e pode ou não ser referida para o membro inferior. Além disso, podemos considera-la crônica, se persistir por mais de três meses.

Os pacientes de dor lombar crônica são divididos em três grupos:

1) associado a uma doença subjacente específica;

2) com presença de componente neuropático, quando a dor lombar é associada à lesão ou doença do sistema nervoso somatossensitivo;

3) inespecífica, que na maioria dos casos é de origem mecânica.

A dor lombar crônica de origem inespecífica representa 70 a 80% dos casos. Na maioria desses casos, a dor está associada à condições do sistema musculoesquelético, como:

– Processo degenerativo das pequenas articulações posteriores, provocando irritação das raízes lombares;

– Acentuação da lordose por aumento da curvatura da coluna;

– Fraqueza na musculatura abdominal que acarreta maior pressão nas articulações facetárias;

– Assimetria das facetas articulares lombares.

A nossa coluna precisa ter flexibilidade para executar os movimentos, mas ao mesmo tempo, precisa ter estabilidade, para que seja capaz de suportar as cargas impostas sem dor e lesão.

Um dos pesquisadores mais importantes no estudo da dor lombar é o professor e pesquisador canadense Stuart McGill, da Universidade de Waterloo, que conseguiu definir e medir a estabilidade da coluna vertebral com seu trabalho.

Primeiro, quando os músculos contraem, criam força e rigidez. É a parte da rigidez que é importante para a estabilidade. Este é o papel dos músculos. Através de sua pesquisa, ele mediu atletas que não obtêm rigidez muscular adequada ao redor da coluna, coordenando a ativação muscular e suas lesões e dores subsequentes.

Segundo, nosso corpo funciona como um sistema vinculado. E o movimento distal requer rigidez proximal. Sempre que movimentamos nossas pernas ou braços, precisamos de uma estabilidade da coluna, ou seja, contração da musculatura proximal. Assim, todo movimento corporal precisa de uma coordenação adequada dos músculos. Desde movimentos mais simples, até correr ou agachar, requer rigidez da coluna e estabilidade do núcleo.

Para garantir essa estabilidade, todos os músculos da região lombar e abdômen precisam ser trabalhados.

Nos anos em que estudou a coluna vertebral, o Dr. McGill descobriu que existem três exercícios específicos que abordam com mais eficiência todas essas áreas sem causar tensões excessivas nas partes das costas que podem ser agravadas ou irritadas devido a lesões. Esse grupo de exercícios ficou conhecido como “The Big Three”.

1- Curl-Up:

Deite-se de costas com um joelho dobrado e o outro reto. Se você atualmente tem uma dor que irradia por uma perna, alise-a contra o chão. Coloque as mãos sob a região lombar (isso garantirá que sua coluna permaneça em uma posição neutra e ligeiramente arqueada durante o próximo passo). Levante a cabeça do chão apenas alguns centímetros e mantenha-a nessa posição por 10 segundos O objetivo é realizar esse enrolamento sem nenhum movimento na região lombar. Se você elevar demais o tronco e cabeça (como uma flexão ou contração tradicional), a região lombar será arredondada e forças excessivas serão transferidas para a coluna vertebral, o que poderia aumentar seus sintomas.

2- Prancha lateral:

A prancha lateral é um exercício único, pois ativa os músculos oblíquo e quadrado lombar, em apenas um lado do corpo, tornando-a uma excelente opção para tratar de elos fracos na estabilidade e colocar forças mínimas na coluna. Também envolve um importante estabilizador do quadril / pelve no quadril lateral (o glúteo médio).

Deite-se de lado, com as pernas dobradas e a parte superior do corpo apoiada no cotovelo. Coloque a mão livre no ombro oposto. Levante os quadris para que apenas o joelho e o braço apoiem o peso do corpo.

Mantenha essa posição por 10 segundos antes de voltar a descer. Execute o mesmo esquema para o outro lado.

3- Bird-Dog:

Assuma a posição de 4 apoios, com as costas em um alinhamento neutro. Lembre-se de que uma posição “neutra” é um arco muito leve e não completamente plano. Sem permitir que ocorra qualquer movimento na região lombar, chute uma das pernas para trás enquanto levanta simultaneamente o braço oposto até que as duas extremidades estejam totalmente esticadas.

Esses três exercícios são capazes de recrutar toda a musculatura da região e gerar estabilidade. Devem ser realizados de maneira isométrica, que é quando sustentamos o movimento por um determinado período de tempo. Isso se deve ao fato de que esse tipo de contração, permite que os músculos da região ganhem resistência.

A dose recomendada é: 5 movimentos, 3 movimentos e 1 movimento para finalizar. Todos com sustentados por 10 segundos, com intervalo de 8 a 10 segundos entra cada repetição.

Além de realizar os exercícios diariamente é necessário identificar e tratar a causa da dor, recuperar a mobilidade da coluna e educar o paciente para que seus hábitos de vida mudem e diminuam a chance de recidiva da dor.

Lembrando que o tratamento completo deve ser prescrito de maneira individual, após a avaliação do fisioterapeuta.

 

Escrito por: Barbara de Araújo

Crefito 3/186523- F

Fisioterapeuta da Equipe High Performance

 

Referências:

https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1806-00132017000200173&script=sci_arttext&tlng=pt

https://squatuniversity.com/2018/06/21/the-mcgill-big-3-for-core-stability/

https://www.backfitpro.com/

A importância da fisioterapia no pós-operatório

 

Quando falamos de pós-operatório, é imprescindível que a reabilitação seja conduzida de maneira adequada, caso contrário o total reestabelecimento da função do corpo e até mesmo o objetivo da cirurgia, podem ficar comprometidos. Sem a realização da fisioterapia pós- operatória direcionada de maneira INDIVIDUAL e especializada, o processo de recuperação se torna mais longo, doloroso e pode, inclusive, favorecer uma recidiva da lesão.

Embora a cirurgia ortopédica tenha por objetivo reconstruir um tecido machucado, devolvendo a capacidade de a estrutura envolvida gerar função de maneira satisfatória, a abordagem cirúrgica promove alguns danos teciduais que, muitas vezes, se somam, inicialmente, à lesão primária que foi reparada. O resultado disso é que, no pós-operatório imediato, os pacientes apresentam dor, edema, diminuição da função do membro acometido e regiões próximas, além da necessidade de imobilização ou dispositivos que auxiliem na marcha, por exemplo.

A atuação do fisioterapeuta

  • Pode iniciar antes mesmo da cirurgia acontecer, principalmente quando falamos daquelas realizadas de maneira eletiva.
  • Podemos orientar sobre os cuidados iniciais para esse paciente e também tratar a dor e melhorar a função até que a cirurgia aconteça.

– No pós-operatório:

  • Atuamos desde os primeiros momentos após a retomada de consciência da anestesia.
  • É essencial o acompanhamento ainda na enfermaria para orientar o posicionamento daquele membro, auxiliar o paciente a sentar, se vestir, ensinar como realizar higiene de maneira adequada, ficar de pé e andar.

-Na maior parte das cirurgias do membro inferior (quadril, joelho, tornozelo e pé):

  • Mesmo quando há restrição para a descarga de peso, o paciente precisa aprender andar com o auxílio de um andador ou muletas da maneira correta, antes de ter alta. Isso é importante para que o indivíduo se sinta mais seguro e entenda como deve proceder em casa, protegendo a cirurgia, mas sendo capaz de manter um grau mínimo de independência.

Após a realização de algumas técnicas cirúrgicas :

Como reconstrução de ligamentos do joelho e menisco, fixação de fratura de cotovelo, colocação de prótese de joelho e quadril, precisamos incentivar e realizar a mobilização precoce da articulação.

Então, poucos dias após a alta, o paciente já estará liberado para iniciar ou continuar a fisioterapia na clínica ou de maneira domiciliar.

– Nessa primeira etapa os principais objetivos são:

  • Diminuir a dor e o edema da região;
  • Quando possível iniciar mobilização precoce em ângulos de proteção articular;
  • Abordar a inibição muscular, iniciar fortalecimento de músculos que não estejam diretamente envolvidos na lesão;
  • Verificar sempre se o uso da imobilização está sendo feito de maneira adequada;
  • Treinar marcha com os dispositivos auxiliares, respeitando a descarga de peso permitida e tolerada pelo paciente;
  • Treino das atividades cotidianas que, muitas vezes, necessitam de adaptação nesse momento.

– Cada estrutura do nosso corpo possui o seu próprio tempo de cicatrização:

Podendo ainda sofrer influência da gravidade da lesão, idade, nível de atividade física, doenças associadas, lesões e cirurgias prévias, tabagismo, etilismo e outros. Caso seja exposta precocemente a determinadas cargas, pode haver retardo da cicatrização e até uma nova ruptura ou fratura.

É papel do fisioterapeuta orientar a cada sessão o que é permitido realizar ou não naquele momento e explicar os motivos. Estar bem orientado e ser participante ativo do tratamento diminui a ansiedade do paciente e, também, minimiza os riscos de que ele se exponha a situações inadequadas para àquele momento.

E assim, o tratamento vai evoluindo, sempre de acordo com a fase de cicatrização, com a adequação ao quadro clínico do paciente e de acordo com algumas recomendações do cirurgião.

É fundamental o trabalho multidisciplinar para uma boa evolução pós-operatória. Procuramos manter o contato em todas as fases do tratamento, para que seja desenvolvida da maneira mais efetiva e individualizada possível para o paciente.

Evoluímos semanalmente o trabalho de ganho de movimento, força, equilíbrio, treino das atividades de trabalho e, por último, treino do gesto esportivo e retorno ao esporte.

Só podemos considerar completa a reabilitação, quando todas as etapas são cumpridas de maneira satisfatória, o paciente está reinserido em todas as suas atividades de maneira segura, sem queixas e orientado sobre os cuidados que deve levar para a vida.

Acompanhado por uma equipe de fisioterapeutas especialistas, seu cirurgião e seguindo todas às orientações e etapas do tratamento, o resultado será excelente, com uma vida ativa e sem dor.

Etapas da avaliação fisioterapêutica

A avaliação é composta de 2 etapas:

– Primeira etapa, chamada de exame subjetivo:

– É feito uma entrevista para coletar a história da doença, dos sintomas, ou seja, qualquer alteração da percepção normal que uma pessoa tem do seu corpo, é a queixa do paciente, portanto não pode ser mensurado ou objetivamente observado.

– Nesta fase da avaliação precisamos saber sobre a etiologia da lesão, ou seja, se foi de origem traumática, devido algum esporte ou atividade que o paciente pratica.

– Para saber como seus sintomas respondem a determinadas atividades, também precisamos saber:

  • O que piora a dor;
  • O que alivia a dor;
  • O que não tem efeito na dor;
  • Como sua dor pode variar durante um período de 24 horas e como se sente à noite também é importante.

 

  • Também precisamos saber:

– Lesões passadas relevantes, semelhantes ou diferentes;

– Se o paciente está tomando alguma medicação;

– Ver exames complementares;

  • Estado da sua saúde geral:

– Perguntas sobre ‘bandeira vermelha’ que são indicadores clínicos de uma possível condição subjacente grave. Bandeiras vermelhas são sinais e sintomas encontrados na história e no exame clínico do paciente. A avaliação das bandeiras vermelhas é de suma importância, pois a tomada de decisão depende principalmente da história e do exame, com a disponibilidade de instalações de investigação mínimas no nível de atenção primária.

Temos uma lista de perguntas de ‘bandeira vermelha’ que nos ajudarão a determinar se é provável que o problema responda ao tratamento conservador de fisioterapia ou se uma referência médica subsequente pode ser necessária.

Essa lista de ‘bandeiras vermelhas’ também nos ajuda a rastrear uma possível emergência médica, que apesar de muito rara nesse cenário, deve ser considerada e providências serão tomadas, se necessário.

Este último ponto é extremamente importante e dá aos pacientes confiança em consultar um fisioterapeuta, sabendo que foram treinados clinicamente e podem identificar patologias mais sérias.

Após esta discussão inicial sobre sua história, o fisioterapeuta já terá um diagnóstico provisório que será confirmado ou modificado conforme necessário com a avaliação física a seguir.

– Segunda etapa, chamada de exame objetivo:

– É realizado o exame objetivo, ou seja, é o exame físico com o paciente, onde iremos avaliar os sinais do paciente, ou seja, é uma manifestação clinica perceptível;

Com todas essas informações eu vou chegar a um diagnóstico mecânico para traçar uma conduta de tratamento personalizada para o quadro clinico de cada paciente.

A Avaliação Física

A avaliação física nos ajuda a determinar como seus sintomas respondem ao movimento da parte afetada do corpo, bem como os efeitos de ajustes na postura e alinhamento.

Certos testes especiais podem ser empregados, úteis para determinar quais estruturas podem estar acometidas, carregando-as suavemente ou provocando-as para determinar se sua dor é reproduzida.

Testes práticos de palpação também podem ser usados para determinar a localização de tecidos sensíveis à dor, como estruturas musculares, articulares ou nervosas.

A evidência científica está se movendo a favor de testes que procuram padrões de movimento disfuncionais e os corrigem, se necessário, a fim de ‘descarregar’ estruturas sensíveis à dor, conforme necessário.

A avaliação física pode precisar ser moderada se a dor for muito intensa na primeira consulta.

O plano de tratamento

No final da avaliação, o fisioterapeuta terá um diagnóstico funcional e poderá planejar um curso de tratamento. O tratamento visa, então, a acomodação dos tecidos sensíveis à dor, a restauração do movimento e a função física, conforme necessário.

Temos uma variedade de técnicas que podemos usar, desde terapia manual prática, (cinesioterapia) técnicas de exercícios, todas com evidências científicas atualizadas para uso em um ambiente de fisioterapia.

Referencias Bibliograficas:

Evaluation of Red Flags Minimizes Missing Serious Diseases in Primary Care (R P J C Ramanayake 1B M T K Basnayake )

 

A importância da Avaliação na Fisioterapia

 

A importância da Avaliação na Fisioterapia

Uma das perguntas mais frequentes no consultório é: Por que preciso passar na avaliação com o fisioterapeuta se o médico já me avaliou?

Para entender melhor essa questão, gostaria de, primeiro, definir a fisioterapia:

O que é a fisioterapia?

Segundo definição do COFFITO (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional), fisioterapia é a ciência que estuda, diagnostica, previne e recupera pacientes com distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano. Trabalha com doenças geradas por alterações genéticas, traumas ou enfermidades adquiridas, na atenção básica, média complexidade e alta complexidade.

O objetivo desta área é preservar, manter, desenvolver ou restaurar (reabilitar) a integridade de órgãos, sistemas ou funções. Utiliza-se de conhecimento e recursos PRÓPRIOS como parte do processo terapêutico nas condições psico-físico-social para promover melhoria de qualidade de vida.

Primeiro, precisamos entender que, o profissional habilitado para indicar a conduta, tempo de tratamento e alta da fisioterapia é o fisioterapeuta.

Além disso, pela definição acima, o fisioterapeuta é considerado um profissional de primeiro contato. Mas, o que isso quer dizer exatamente?

Segundo o Artigo 3° do Decreto Lei 938/69 “É atividade privativa do fisioterapeuta: executar métodos e técnicas fisioterápicos com a finalidade de restaurar, desenvolver e conservar a capacidade física do paciente”.

Então, em segundo lugar, constatamos que, para passar pela consulta com o fisioterapeuta, você NÃO depende de encaminhamento de nenhum outro profissional, incluindo encaminhamento médico.

Por essa possibilidade do paciente comparecer direto à clínica, temos também o primeiro motivo que torna a nossa avaliação tão importante:

Realizar diagnóstico diferencial, excluindo possibilidade de doenças como (tumor, suspeita de fraturas ou soltura de placas e parafusos, entre outras), que precisam de avaliação médica, identificar a necessidade de solicitar um exame complementar, ou de encaminhar para outro profissional da equipe multidisciplinar, como nutricionista ou psicólogo, por exemplo.

Além disso, o segundo motivo fundamental para que a nossa avaliação seja realizada:

É que, como citado anteriormente, somos habilitados para realizar o diagnóstico cinético-funcional, que consiste em identificar as consequências da lesão ou doença que levaram o paciente a buscar tratamento.

Para exemplificar melhor, vamos fazer uma comparação com a avaliação médica. O médico, na sua consulta, busca diagnosticar a doença e, quando necessário, solicitar exames de imagem e tratar através de medicamentos ou outros recursos. Porém, uma variedade de lesões e doenças necessita que o paciente passe pelo processo de reabilitação para que sua recuperação seja completa.

Na avaliação do fisioterapeuta iremos identificar o comportamento dessa lesão:

  • Quando dói;
  • Se dói;
  • O que piora;
  • Se há algo que melhora;
  • Se há edema;
  • Cicatriz;
  • Pontos dolorosos;
  • Avaliamos diminuição de movimento articular;
  • Perda de força;
  • Como afetou as atividades do dia a dia e a vida esportiva;
  • Se a dor é incapacitante;
  • A sensibilidade da região e uma série de outras coisas, bem como se há contraindicações para alguma de nossas inúmeras técnicas de tratamento.

A partir daí, traçamos o plano de tratamento fisioterapêutico, que será realizado de acordo com as necessidades do paciente, podendo conter:

  • Exercícios,
  • Terapia manual,
  • Recursos analgésicos como ultrassom, laser e correntes, entre outros.

Não é possível traçar um tratamento adequado sem a nossa avaliação. Sem entender o que o paciente precisa de maneira assertiva, não pode direcionar o tratamento de maneira satisfatória.

O terceiro motivo que torna nossa avaliação imprescindível:

É que ela nos dá parâmetros de comparação para avaliar a evolução clínica do paciente. Através dela, nos guiamos para realizar as reavaliações, mudar as etapas de tratamento, evoluindo os objetivos e condutas, e permite dar alta quando os objetivos do tratamento e do paciente forem atingidos.

Porém, precisamos pontuar que, há algumas condições que indicamos que seja feita a consulta médica prévia:

  • Casos de traumas;
  •  Suspeita de contusões;
  • Fraturas;
  • Luxações.

Nesses casos, o médico irá avaliar a integridade da estrutura, indicar exame de imagem, se necessário e, orientar sobre a necessidade de imobilização desse membro.

Vale ressaltar ainda que, em muitos casos, já é possível iniciar a fisioterapia imediata para tratar áreas adjacentes da lesão, orientar adaptações para as atividades diárias e realizar recursos analgésicos, que combatem o edema e auxiliam no processo de reparação tecidual.

No caso de pacientes que nos procuram para realizar o pós-operatório, a avaliação e reavaliação também são necessárias para identificar o que iremos realizar em cada etapa do tratamento.

Nos casos encaminhados por médicos ou outros profissionais, buscamos sempre manter o contato e realizar uma abordagem multiprofissional, para que o paciente evolua da melhor maneira possível e todas as etapas sejam respeitadas, até que chegue o momento da alta, onde o paciente receberá orientações importantes para seguir uma vida saudável, ativa e com risco mínimo de relesão.

 

 

 

 

 

Dicas de Home Office

Dicas de Home Office

Com a pandemia do Corona vírus, muitas pessoas precisaram mudar a sua rotina e alterar o regime de trabalho presencial para o home office. Trabalhar em casa exige disciplina, organização e qualidade de vida, tudo isso está diretamente ligado a Ergonomia. Estar em casa não isenta os cuidados com a postura.

má postura está presente no dia a dia de muitas pessoas, aumentando o desgaste físico e mental após exercer a sua atividade profissional, e se manifesta em dores, podendo evoluir para DORT (doença osteomuscular relacionada ao trabalho) e LER (lesões por esforços repetitivos).

A má postura pode causar dores de cabeça, lombalgia, cervicalgia, bem como, o surgimento sintomas como sensação de cansaço persistente e distúrbios do sono.

Por estes motivos é muito importante aplicar a ERGONOMIA (“envolve interação física entre as pessoas e seu ambiente de trabalho, adaptando as tarefas e recursos ao trabalhador.”) no dia a dia.

A seguir, destacamos uma lista de itens que tornam o nosso espaço de trabalho mais confortável e nos ajudam a nos sentir melhor quando trabalhamos frequentemente sentados.

Item 1

– Parte superior da tela alinhada à altura dos olhos. O ângulo de visão da tela do monitor deve ser 10 a 20 °;

– A posição do monitor deve estar entre 50 a 70 cm da distância dos olhos (ajustado ao comprimento de um braço de distância);

– Se necessário faça adaptações: utilize o teclado do notebook e conecte em um monitor a parte, ou caso haja teclado e mouse extras, o notebook pode ser posicionado no suporte ou sobre algum objeto, como, livros e revistas, como base.

Item 2

– Cotovelos dobrados em aproximadamente 90º próximos ao corpo os antebraços precisam ficar sempre apoiados, evitando apoiar apenas os punhos;

– Punhos retos;

– Cotovelo alinhado ao antebraço e aos dedos;

– Braços da cadeira ajustados à altura do cotovelo ou abaixados para aproximar a cadeira da mesa e assim apoiar os antebraços;

– Mesa ou teclado logo abaixo da altura do cotovelo;

– Mouse e teclado posicionados em linha reta ajudam a se preservar de movimentos repetitivos ao oscilar entre um e outro;

Item 3

– Ombros relaxados não levantados;

– Braços alinhados ao tronco;

– Tronco em contato com o encosto da cadeira, adicione uma almofada na coluna lombar para melhor posicionamento e conforto;

– Cabeça equilibrada e alinhada sobre a coluna;

– Altura do assento para que os pés se apoiem no chão;

– Coxas paralelas ao chão, joelhos dobrados a 90º, para facilitar a circulação do sangue pelo corpo;

– Pés apoiados no chão, sustentando o peso das pernas, se houver necessidade, algum objeto que pode ser utilizado como apoio;

Faça pausas e movimente-se

– Horas na mesma posição fazem mal para a circulação sanguínea e para a musculatura. Após isso, levante-se, faça uma caminhada até a cozinha ou sala e inclua alguns alongamentos para braços, costas e pernas;

– Estabeleça pausas de 10 minutos a cada hora trabalhada;

Por último, lembre-se que o ser humano é um bípede e não um “sentador”. Levante-se de tempo em tempo e ande, beba água e alongue-se, para depois se concentrar novamente. Isso não é perda de tempo, é investimento em concentração e produtividade.