Diferenciais da Fisioterapia Esportiva

O que é fisioterapia esportiva?

A Fisioterapia Esportiva ou Fisioterapia Desportiva é o ramo especializado da Fisioterapia que lida com lesões e questões relacionadas com atletas ou esportistas.
Lesões esportivas diferem das lesões do dia-a-dia. Os atletas normalmente exigem desempenho de alto nível e demanda colocada em seu corpo, o que pressiona seus músculos, articulações e ossos ao limite. Fisioterapeutas esportivos ajudam os atletas a se recuperarem de lesões esportivas e fornecem educação e recursos para prevenir problemas.

O que é um fisioterapeuta esportivo?

Os fisioterapeutas esportivos exigem conhecimentos adicionais para fornecer o melhor atendimento aos seus atletas. Para aumentar os seus conhecimentos e aptidões, realizam uma formação profissional contínua na área da fisioterapia esportiva. Na Highperformance temos fisioterapeutas esportivos em sua equipe clínica para ajudar nossos clientes atletas – profissionais e amadores.
Cada fisioterapeuta esportivo geralmente tem conhecimento específico do esporte que aborda lesões agudas, crônicas e por uso excessivo. Os seus serviços estão geralmente disponíveis para esportistas de todas as idades que praticam esportes em qualquer nível de competição.
Nós da Highperformance temos experiência e conhecimento das mais recentes práticas baseadas em evidências, avaliação e diagnóstico qualificados de lesões esportivas, usamos técnicas eficazes e protocolos de exercícios para ajudar na recuperação e prevenir lesões futuras.
Nossa experiência na área da fisioterapia esportiva nos ajuda a entender o que o paciente precisa fazer para retornar com segurança e rapidez ao seu esporte, atividades de vida diária ou emprego.
Além de realizar uma avaliação detalhada, oferecemos soluções de longo prazo, não apenas soluções rápidas que, na realidade, duram pouco tempo.

Quais exercícios evitar no retorno a academia após tratamento de coluna?

Qualquer exercício executado de maneira incorreta pode causar danos nas articulações, porém esta lista que citarei hoje são de exercícios que exercem compressão nos discos intervetebrais e ativam bastante os músculos da coluna lombar, podendo haver uma reagudização do quadro clinico ;

Os exercícios em geral transmitem carga em forma de força para a coluna, isso é normal, e até saudável em doses adequadas e controladas, pois a carga proporciona aumento da massa óssea e muscular, ou seja, proporciona maior consolidação das articulações da coluna, prevenindo de problemas futuros.

Conceito de carga axial: vai existir uma força axial sobre sua coluna por meio da ação gravitacional vertical

  • Situação 01:em pé e estático (vai existir uma força axial sobre sua coluna por meio da ação gravitacional vertical);
  • Situação 02:está correndo (vai existir uma força axial nos dois sentidos verticais da coluna, um por meio do efeito gravitacional e outra no sentido oposto devido ao impacto dos pés contra o solo  durante a corrida);
  •   Situação 03: está aterrissando de um salto (novamente, vai existir dois vetores axiais na coluna, um por meio do efeito gravitacional e outra no sentido oposto devido ao impacto dos pés contra o solo).
  • Leg press 45º:

 

– Essa descida em excesso ocorre quando, durante a execução do Leg, movemos os joelhos até o peito.

– Com isso, a conexão de músculos, ligamentos e tendões causa uma automática reação em cadeia.

– Reação esta que começa a afetar a pélvis e a coluna vertebral.

– Desta forma, fica impossível a pessoa que está treinando manter uma posição neutra, mesmo que ela queira, e sua lombar acaba desencostando-se do apoio.

– O resultado disto é uma Pressão Compressiva nas Vertebras Lombares, seguidas de dores.

  • Agachamento com barra nas costas:

  • Faz compressão axial da coluna: a carga, seguindo a direção da gravidade, acaba comprimindo os discos intervertebrais.
  • Para proteger a coluna acaba fazendo compensações ,jogar o quadril muito para frente ou para trás, podendo haver uma reagudização da dor.
  • A carga vertical é um dos problemas que precisa ser evitado, por grande parte das pessoas que possuem hérnia de disco.
  • O paciente com hérnia de disco pode agachar, mas sem carga externa.
  • Stiff:

 

  • O movimento de flexão do tronco, faz com que ocorra uma compressão discal muito alta. Este exercício exige muito da musculatura lombar, e se houver alguma tensão muscular na região, ela tende a aumentar.
  • Coloca a coluna em uma relação de pressão vertical, devido a gravidade, ele pode pressionar ainda mais a protrusão discal.
  • Por isso, este é um exercício proibido para quem tem hérnia de disco. Até mesmo pessoas com casos mais leves, devem evitá-lo.
  • Glúteo 4 apoios:

  • Pouco ativa a musculatura do glúteo, e quando realiza a extensão do quadril a tendência é jogar a coluna para frente, sobrecarregando a coluna, utilizando os músculos paravertebrais e quadrado lombar para estabilizar o movimento.
  • Levantamento terra e remada curvada:

 

  • Exercícios diferentes que acabam fazendo a mesma postura, que realiza a flexão de tronco ,estabilização do quadril com flexão do joelho, quando coloca-se uma carga irá ter um torque muito grande na coluna, gerando uma compressão, porque você está segurando um peso e a coluna lombar vai estar estabilizando o movimento, quando fizer a contração do tronco e do quadril ocorre uma contração muito forte , e então se a musculatura estiver tensa ou uma lesão no disco provocando dor;
  • Exercícios de alto impacto:

  • Sem o amortecimento satisfatório, vai tensionar diretamente a sua coluna; novamente, vai existir dois vetores axiais na coluna, um por meio do efeito gravitacional e outra no sentido oposto devido ao impacto dos pés contra o solo.

 

  • Exercícios aeróbicos de longa duração:

  • O exercício repetitivo durante muito tempo, vai ocorrer uma ativação dos músculos da coluna vertebral de uma forma mais prolongada. Chega uma hora que a tensão vai ficar muito alta e se você tiver alguma lesão ou tensão muscular irá aumentar;
  •  Abdominais com grande amplitude:

 

  • Determinados exercícios abdominais, acabam gerando uma pressão mais acentuada nos discos intervertebrais.
  • O abdominal tradicional  deve ser feito ,com uma amplitude menor, sem retirar a região lombar do chão e evitando uma flexão de coluna muito acentuada.
  • Hiperextensão lombar no banco:

  • Este exercício coloca a coluna em uma posição mais vulnerável. Somada novamente a carga vertical, teremos uma instabilidade que não é indicada para quem possui hérnia de disco. Por isso, este exercício deve ser evitado por pessoas com hérnia de disco.

Dependendo do caso ,somente com o acompanhamento de um profissional de educação física , depois de um processo continuo e progressivo de adaptação, estes exercícios podem ser realizados.

Os exercícios de musculação são efetivos para o tratamento da hérnia de disco e benéficos quando se fala em retorno natural ao cotidiano da vida, incluindo o trabalho. Devido ao treinamento terapêutico com pesos, o paciente necessita de pouco repouso, adquirindo maior qualidade de vida.

Não existe exercício certo ou errado, existe o exercício adequado.

Referencias bibliográficas:

  • Hall, SJ (2016). Biomecânica Básica. 7a. edição. Guanabara Koogan; Rio de Janeiro.

E-book “Guia de Orientações Posturais”

A postura é um tema de interesse de toda a população. Muito se questiona sobre a postura correta e sobre como evitar dores decorrentes da chamada “má postura”.

Mas, afinal, existe postura ideal? Existe um padrão igual para todos?

Para esclarecer essa dúvida e auxiliar as pessoas entenderem e adotarem posições mais benéficas durante suas atividades diárias e de trabalho, criamos um E-book COMPLETO sobre o tema!

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Lesões no Ballet

O ballet clássico ainda é visto por muitos apenas como arte. Mas, não podemos ignorar que, a alta carga de treino dos bailarinos faz com que a modalidade tenha muitas características de prática esportiva e, até se enquadre como tal.

O ballet exige das bailarinas e bailarinos gestos e corpos específicos, que diferem muito de outras atividades. Para sua performance adequada é necessário que o bailarino possua elevado grau de flexibilidade, força muscular, estabilidade, equilíbrio e consciência corporal. E, além de toda a preparação e habilidades específicas citadas, há ainda a necessidade de manter um biótipo magro.

Tais exigências deixam o bailarino suscetível às lesões e dores, sendo as lesões traumáticas pouco comuns e, as lesões por repetição e sobrecarga, muito encontradas.

Entre as características mais marcantes, e que devem ser levadas em consideração no momento de se avaliar uma lesão em um bailarino, incluem-se:

  • Exercícios de ponta:

– Exigem que a bailarina possua força não só no pé, mas em todo o tronco, devendo ser iniciados na fase adequada e com um preparo específico.

  • Exercícios com a perna rodada para fora (En Dehors):

– O gestual do ballet se dá com a rotação externa do quadril. Porém, para que essa rotação ocorra, muitos bailarinos realizam compensações no joelho e pé. A repetição também pode resultar em adaptações na articulação do quadril.

  • Grande amplitude de movimento em todas as articulações:

– Os gestos no ballet envolvem amplitude de movimento extrema das articulações e são características marcantes da dança. Para que aconteça, o bailarino precisa de mobilidade e flexibilidade articular, associadas à estabilidade.

  • Saltos e giros:

– Exigem amortecimento, agilidade e equilíbrio, resultam em bastante impacto nas articulações e ossos do membro inferior.

  • Idade precoce com que crianças iniciam a prática:

– O mais comum é que a prática do ballet se inicie muito cedo, principalmente pelas meninas, por volta de 4 ou 5 anos de idade. Por um lado esse início precoce favorece o desenvolvimento da técnica, por outro, deixa a criança mais suscetível às adaptações corporais e lesões por sobrecarga.

  • Busca pelo corpo magro;

– A necessidade de manter um padrão físico influencia na alimentação e não são incomuns transtornos alimentares no meio do ballet. Essa alimentação inadequada pode interferir diretamente em algumas lesões, como a fratura por estresse e a tríade da mulher atleta.

Principais Lesões no Ballet 

O ballet é uma atividade que usa o corpo como um todo e, dessa forma, qualquer articulação pode ser acometida por lesões. Entre as mulheres, as lesões nos braços são pouco frequentes, porém, são fonte de preocupação nos homens, que executam muitos movimentos carregando a parceira.

As lesões no ballet estão, na maior parte dos casos, diretamente associados ao gesto específico e aos movimentos repetitivos da dança. Por isso, é importante o conhecimento e o estudo desses movimentos pelos profissionais, a fim de corrigir “vícios” e compensações, que possam interferir diretamente como fatores causais de dor e lesão.

Entre as lesões traumáticas, pouco comuns, mas, ainda encontradas, a mais frequente é a entorse de tornozelo. Verifica-se também lesões ligamentares de joelho, devido torções da articulação.

Lesões por sobrecarga

  • Lesões musculares: Contraturas ou distensões fazem parte da vida dos bailarinos. Podem ocorrer na coluna, músculos da coxa e panturrilha, principalmente.

 

  • Fratura por estresse: a associação do impacto, repetição e falha nutricional, contribui para o surgimento das canelites e fraturas por estresse na cabeça do fêmur, tíbia, ossos do pé e, eventualmente coluna.

 

  • Lesões da coluna: Comum em bailarinos mais velhos, mas podendo acometer qualquer faixa etária, pode ter causa mecânica (movimentos articulares extremos – principalmente a hiperextensão, fraqueza muscular, tensão muscular), por protrusões ou hérnias de disco, espondilólise ou espondilolistese e também disfunção da articulação sacroilíaca.

 

  • Lesões do quadril: O quadril é outra articulação muito exigida no Ballet. As lesões de quadril mais comuns são: síndrome do piriforme, tendinite glútea, ressalto do quadril, impacto fêmoro-acetabular e lesão de Labrum.

 

  • Lesões do joelho: O joelho do bailarino sofre com a sobrecarga de pliés (dobrar os joelhos) e saltos constantes e em diferentes alturas e direções. Condromalácia patelar e condropatia são comuns, principalmente nas bailarinas, seguidas de síndrome da dor patelofemoral (SDPF), lesões de menisco, tendinopatia patelar.

 

  • Lesões do tornozelo e pé: Não existe bailarino sem um bom pé. Além das entorses, são frequentes tendinopatias (de Aquiles, tibial posterior, fibulares e flexor longo do hálux), impacto anterior e posterior de tornozelo.

 

Ainda existe uma dificuldade no meio da dança quanto ao acesso às atividades preventivas. Seja por conhecimento de sua importância, tempo para frequentá-las, uma vez que bailarinos profissionais ensaiam, em média, 8 horas por dia, seja por questões financeiras, pois apenas de reconhecida e aplaudida mundialmente, o investimento nessa arte ainda é muito baixo, se comparado com outras atividades esportivas que exigem tanto esforço físico para o ballet.

Os programas de prevenção são essenciais na vida do bailarino, pois além de contribuir para uma prática com menos dores e desconfortos, diminuir a chance de lesões, pode aumentar o tempo de carreira e diminuir às consequências da prática no corpo dos bailarinos.

Referências:

https://highperformancefisio.com.br/canelite-sindrome-do-estresse-tibial-medial/

https://highperformancefisio.com.br/tendinite-do-tibial-posterior/

https://highperformancefisio.com.br/dor-no-joelho-x-dor-femoropatelar/

https://www.scielo.br/pdf/fp/v21n4/pt_1809-2950-fp-21-04-00353.pdf

https://www.efdeportes.com/efd166/incidencia-de-lesoes-em-bailarinos.htm

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Principais causas de dor lombar

Dor crônica, de acordo com o MeSH (Medical Subject Headings), é uma sensação dolorosa com duração de alguns meses, podendo ser ou não associada a trauma ou doença e persistir mesmo após a lesão inicial ter cicatrizado.

Dor lombar (DL) é um dos problemas de saúde mais comuns em adultos. É definida como dor e desconforto localizados abaixo do rebordo costal e acima da linha glútea superior, com ou sem dor referida no membro inferior, sendo crônica se persistir por mais de três meses.

A DL é um problema que afeta 80% dos adultos em algum momento da vida, está entre as 10 primeiras causas de consultas a internistas e, em cada ano, de 5 a 10% dos trabalhadores se ausentam de suas atividades por mais de sete dias em razão dessa doença.

Na prática clínica, os pacientes com DLC são categorizados em três grupos:

 1) Associado a uma doença subjacente específica;

2) Com presença de componente neuropático, que é a DL associada à lesão ou doença do sistema nervoso somatossensitivo;

3) Inespecífica, que na maioria dos casos é de origem mecânica (Tabela 1);

Observa- se que no atendimento primário, não especializado, apenas 15% das dores lombares está relacionada a uma causa específica (trauma, infecção, inflamação, artrite reumatoide, tumor, hérnia discal, vasculopatia etc.), sendo que em 75% não se encontra uma causa orgânica evidente.

Diversos fatores têm sido associados à presença de DLC:

  • Idade maior que 30 anos,
  • Sexo masculino, tabagismo,
  • Alcoolismo,
  • Obesidade,
  • Postura inadequada,
  • Transtorno de humor,
  • Baixo nível social e de escolaridade,
  • Sedentarismo
  • Atividades laborais que exijam esforços com excesso de flexão, rotação, vibração do tronco e carregar peso.

A abordagem da DLC, todavia, pode ser difícil por conta da inexistência de uma fidedigna correlação entre os achados clínicos e os de imagem. O fato de o segmento lombar ser inervado por uma difusa e entrelaçada rede de nervos, nem sempre permite estabelecer, com exatidão, o local de procedência da DLC. Assim, a caracterização etiológica da dor lombar é um processo que exige uma abordagem propedêutica que inclua história clínica, exame físico e exames complementares.

Apesar de não haver uma causa definida nas lombalgias inespecíficas, o diagnóstico frequentemente está associado ao sistema musculoesquelético.

A dor pode ser decorrente:

1) Do processo degenerativo das pequenas articulações posteriores, provocando irritação das raízes lombares;

 2) Da acentuação da lordose por aumento da curvatura da coluna;

 3) Da fraqueza na musculatura abdominal que acarreta maior pressão nas articulações facetárias;

 4) Da assimetria das facetas articulares lombares.

A manifestação clínica consiste em dor na região lombar, de instalação súbita ou lenta que bloqueia os movimentos, determinando atitude de rigidez da coluna lombar.

A lombalgia de origem mecânica:

  • Pode ser causada por distúrbios em músculos, tendões e ligamentos
  • Geralmente pode ser atribuída a atividades como levantar pesos e permanecer na posição sentada ou em pé por tempo prolongado.
  • A dor é referida como em peso e piora no final do dia devido às atividades e aos esforços físicos.
  • Não há sinais neurológicos associados, e a tosse ou os espirros não exacerbam os sintomas.
  • O início é insidioso, e o paciente normalmente é sedentário, obeso, com fraqueza da musculatura posterior da coluna lombar e da abdominal, dos glúteos, havendo encurtamento dos músculos isquiotibiais.

A síndrome dolorosa miofascial:

  • Pode estar presente na grande maioria dos pacientes com lombalgia, seja como fator primário seja como um componente da contratura muscular decorrente do reflexo segmentar a dor.
  • O diagnóstico é realizado pela história clínica e o exame físico evidencia a presença de pontos-gatilho (PG) nos músculos comprometidos.
  • Os principais músculos acometidos são os abdominais, os glúteos, o piriforme, o quadrado lombar e o iliopsoas.
  • Apesar de os mecanismos da doença ainda não estarem totalmente esclarecidos, é possível que a plasticidade neuronal espinhal seja um fator chave que determina a hipersensibilidade dolorosa. Dessa forma, é importante a abordagem tanto dos fatores causais locais ou sistêmicos que facilitam a contratura muscular persistente, como as alterações induzidas no nível do sistema nervoso central pela dor e inflamação.
  • O PG miofascial ativo não tratados podem ser focos periféricos secundários de dor, capazes de iniciar, amplificar e perpetuar a sensibilização central e podem estar relacionados à presença de DLC.

A investigação da DL

Deve ser dirigida para determinar as principais causas da doença e a literatura sugere que os profissionais de saúde estejam atentos para as bandeiras vermelhas e amarelas, que são um conjunto de alertas para a investigação clínica e de fator prognóstico.

As bandeiras vermelhas indicam possível causa de maior morbidade, enquanto bandeiras amarelas sugerem risco de recorrência do problema ou de pior prognóstico de resposta ao tratamento, mesmo em se tratando de DL de origem mecânica.

Por outro lado, nem sempre bandeiras vermelhas (red flags), apesar da nomenclatura, indicam presença de doença grave. Enfatiza a necessidade de investigação para diferenciar uma causa mecânica ou não mecânica. A tabela2 sintetiza algumas possibilidades relacionadas aos dados de história clínica. Grande parte dessas situações deve ser referenciada a um ortopedista ou a um neurocirurgião, com exceção de DLC sem outros sinais de alarme, que deve ser encaminhada a uma equipe multidisciplinar.

As bandeiras amarelas (yellow flags) são sinais que podem indicar recorrência de DL além de déficit funcional e bem como ausências no trabalho. Ao contrário das bandeiras vermelhas que indicam riscos eminentemente físicos, as amarelas sugerem fatores de risco psicossociais. Também, podem salientar que algum aspecto da vida da pessoa interfere diretamente na dor e, por isso, necessita de uma investigação mais detalhada ou de uma intervenção mais focada. As bandeiras amarelas podem estar relacionadas a atitudes e crenças com relação à dor, a emoções e ao comportamento doloroso, a aspectos compensatórios, à família, ao trabalho, ao diagnóstico e ao tratamento (Tabela 3).

O componente neuropático da lombalgia crônica pode ser causado por estímulos nociceptivos relacionados a:

 1) Brotamentos nervosos dentro do disco vertebral degenerado;

2) Compressão mecânica de uma raiz nervosa;

 3) Liberação de mediadores inflamatórios pelo disco lesionado, porém sem comprometimento mecânico.

 

Referências Bibliográficas:

  • Refshauge KM, Maher CG. Low back pain investigations and prognosis: a review. Br J Sports Med. 2008;40(6):494-8.
  • Cohen S. Management of low back pain. BMJ. 2008;337:a2718.
  • Almeida D.C., Kraychete D.C. Dor lombar – uma abordagem diagnóstica. Rev. dor vol.18 no.2 São Paulo Apr./June 2017

 

 

Efeitos do sapato de salto alto no corpo

 

Perspectiva histórica

Historicamente, a primeira forma de salto alto como conhecemos começou durante o século XIV. Homens da nobreza começaram a colocar cunhas de madeira, chamadas de rolos, na sola de seus calçados para protegê-los da sujeira.

Com o passar do tempo, várias características tornaram os saltos altos distintos em comparação com outros sapatos usados ​​por mulheres. Em média, os sapatos têm uma elevação do salto de aproximadamente 1 a 2 cm; entretanto, os sapatos de salto alto podem ter uma altura de salto superior a 10 cm. Sapatos de salto alto também apresentam uma biqueira estreita, um calcanhar rígido que geralmente se projeta anteriormente e curvatura plantar excessiva no antepé . O uso desses calçados pode muitas vezes ter efeitos biomecânicos deletérios.

Forças de reação do solo

Força de reação do solo (GRF) é qualquer força de reação externa, especificamente uma aplicada pelo solo. A força de reação do solo é igual em magnitude e em direção oposta à força que o corpo exerce na superfície de apoio através do pé. Os GRFs podem ser representados pela 3ª lei do movimento de Newton, par de ação e reação.

Vários estudos observaram e relataram um aumento da pressão sob o antepé com um aumento na altura do salto em mulheres que usam sapatos de salto alto.

Atividade muscular

Na marcha de salto alto e em pé, muitos músculos localizados nas extremidades inferiores e nas costas são excessivamente trabalhados devido à flexão plantar do pé. Os músculos estão no pico de geração de força quando estão em repouso. Quando o comprimento do músculo aumenta ou diminui além do comprimento de repouso, a produção de força muscular diminui em forma de sino. Essa relação é observada em usuários de salto alto. Quando o calcanhar é levantado, como no caso de sapatos de salto alto, as fibras dos músculos que inervam os músculos ao longo da perna são encurtadas. Os músculos encurtados agora são inconsistentes com sua relação comprimento-tensão em repouso, resultando em menor produção de força. A posição exagerada de flexão plantar da articulação do tornozelo coloca o músculo tríceps sural em uma posição encurtada e, portanto, menos favorável em sua curva comprimento-tensão muscular. Nessas condições, a musculatura de flexão plantar encontra-se em uma posição menos vantajosa para geração de força e trabalho e, consequentemente, menor capacidade propulsiva.

Efeitos negativos do salto alto no corpo:

Quando uma mulher usa salto alto, seu corpo se desloca para a frente, afetando sua postura em pé. Os dedos dos pés são apontados diretamente para baixo. Mulheres que usam salto alto frequentemente enfrentam problemas ósseos e dores nas articulações. Nos estágios iniciais, pode fortalecer os músculos do tornozelo, mas posteriormente leva à instabilidade e ao enfraquecimento dos músculos. O uso de salto alto também causa artrite e osteoartrite.

O uso regular de salto alto tem efeitos nocivos para o corpo, como:

  • Afeta adversamente nosso pé:

Quando andamos de salto alto, nosso peso corporal ou pressão estará no antepé e leva a anormalidades no pé como joanetes, hálux valgo, dedos em martelo, neuroma de Morton e esporões ósseos. O uso a longo prazo causa dor nos pés e nos dedos dos pés, sola, arco ou calcanhar.

  • Causa dor na região lombar:

O salto alto aumenta o risco de dores nas costas, no pescoço e na parte inferior das costas. Como o salto alto não consegue distribuir o peso corporal de maneira uniforme, ele causa inflamação e dor na região lombar.

  • Efeitos prejudiciais nos joelhos:

O salto alto aumenta a pressão sobre os joelhos e leva a joelhos hiperextendidos. Causa dor nos ligamentos do joelho e na patela ao caminhar, subir escadas e correr.

  • Diminui a força do músculo da panturrilha:

O salto alto em longas caminhadas causa dores nos músculos da panturrilha e enfraquece os músculos da panturrilha nas mulheres em até 13%. Também leva ao tendão de Aquiles.

  • Leva ao desequilíbrio e quedas:

O uso de salto alto pode causar desequilíbrio e quedas. Cair com salto alto pode causar entorse do tornozelo e, às vezes, também pode causar fratura no tornozelo.

  • Causa fascite plantar:

A fascite plantar afeta o pé onde o ligamento se liga ao osso e também causa microrrupturas no ligamento e quebra do colágeno. A fascite plantar causa dor nos calcanhares e na planta dos pés.

 

  • Saltos altos levam a problemas de postura:

Os saltos altos colocam o corpo todo fora do alinhamento natural. A parte superior do corpo, ou seja, a cabeça e o peito, são empurrados para a frente à medida que a parte inferior do corpo se inclina para a frente devido aos saltos altos. Esta postura não natural impacta a curva lombar e aumenta a pressão na coluna e na planta do pé. Essa pressão na coluna e na curva lombar leva à ciática, que causa dor aguda, formigamento ou dormência na perna.

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3 Exercícios para amenizar os efeitos do sapato de salto alto:

 

Referencias bibliográficas:

Esenyel, M.,  Gitter, A.,  Walden, G.,  2001.  Altered Work Distribution in The lower Extremity While Walking in High Heeled shoes.  Journal of Biomechanics 29,  405-413.

Conheça nossos tratamentos: Terapia Manual (Mulligan Concept)

Conheça nossos tratamentos: Terapia Manual (Mulligan Concept)

Dentro da fisioterapia, possuímos diversas técnicas e recursos, que são empregados de acordo com os objetivos e necessidades de cada paciente. Uma delas é a terapia manual, que consiste em manobras aplicadas manualmente sobre articulações, pele, músculos, ossos e nervos, com algumas finalidades, como:
• Ganhar a extensibilidade do tecido;
• Aumentar a amplitude de movimento do complexo articular;
• Mobilizar ou manipular tecidos moles e articulações;
• Induzir relaxamento;
• Alterar a função muscular;
• Modular a dor;
• Reduzir o inchaço dos tecidos moles, inflamação;
• Melhorar a restrição de movimento.
Porém, quando falamos de terapia manual, são muitas as técnicas difundidas e utilizadas pelos fisioterapeutas para atingir esses objetivos. Todas elas são baseadas na anatomia, fisiologia e biomecânica, de modo à entender o funcionamento do corpo e, assim, utilizar dos próprios movimentos fisiológicos para promover a recuperação de uma disfunção.
Dentro das técnicas mais estudadas e conhecidas de terapia manual está o conceito Mulligan (Mulligan Concept), proposto pelo fisioterapeuta neozelandês Brian Mulligan, formado em 1954.
O conceito Mulligan surgiu através do estudo e do conceito de disfunção articular. Parte-se do princípio que, o movimento normal é livre de dor. Sabemos também que, a articulação possui movimentos visíveis ao olho (flexão, extensão, rotações, adução e abdução), que podem ser reproduzidos voluntariamente e são classificados dentro da osteocinemática. Mas, para que esses movimentos aconteçam em sua plenitude, outros menores e não voluntários ocorrem no interior da articulação (translação, deslizamento), sendo classificados dentro da artrocinemática.
Baseado no conhecimento biomecânico, diz-se que a perda do movimento acessório ou do jogo articular resulta em disfunção que, por sua vez, leva à dor e perda do movimento. E, diz-se ainda que, essas disfunções são detectáveis através da mobilização passiva. Como a alteração ocorre em movimentos acessórios, micro movimentos, não é possível visualizar essa alteração em exames de imagem, como raio-x ou ressonância magnética.
Sendo assim, a base do conceito de Mulligan centra-se na correção articular de Falhas Posicionais. O objetivo passa por restaurar o alinhamento articular e normalizar o eixo de movimento, eliminando assim a dor.
Para que seja realizada de maneira adequada, primeiro é realizada uma avaliação que, além de considerar toda a história clínica do indivíduo, encontra o movimento articular acessório que permita o MOVIMENTO ATIVO do SEM DOR.
O movimento acessório passivo é mantido pelo Fisioterapeuta ao longo da amplitude de movimento, enquanto o paciente se movimenta ativamente – Técnica de Mobilização com Movimento. Se as técnicas de Mulligan estiverem indicadas para o caso, os RESULTADOS serão imediatos – diminuição da dor e/ou aumento da amplitude de movimento.
Os excelentes resultados deste método não se limitam aos efeitos biomecânicos. Nos últimos anos, para além de ensaios clínicos em disfunções e patologias específicas, os estudos científicos dedicam-se a perceber e demonstrar os efeito na neuromodulação da dor e também efeitos neuromusculares.
O conceito de Mulligan não esgota no consultório. O conceito Mulligan estimula o auto tratamento, permitindo que os ganhos do tratamento sejam mantidos por mais tempo é garantindo a eficácia, além de ser uma ferramenta útil para que o paciente fique livre de dor de maneira autônoma.
O conceito de Mulligan apesar da vertente de correção articular, não se centra apenas na articulação da região dos sintomas. A Avaliação e Intervenção têm em conta todas as estruturas locais e à distância que possam interferir com os sintomas, por exemplo: a dor no ombro pode ter a sua sintomatologia diminuída ou até eliminada, com uma Mobilização Cervical com Movimento do Membro Superior.
A técnica pode ser aplicada em qualquer articulação, desde que respeite as contraindicações da terapia manual como um todo e promova a melhora dos sintomas simultaneamente sua aplicação.

Como realizar o exercício do agachamento

Como realizar o exercício do agachamento

 

Agachar é um movimento natural do ser humano, que está envolvido em vários movimentos do dia a dia. Nesse contexto, o agachamento é considerado um dos principais movimentos para melhorar a qualidade de vida, devido à sua habilidade de recrutar vários grupos musculares, uma vez que muitas atividades diárias necessitam da coordenação e interação simultânea de vários grupos musculares. Além disso, este exercício também tem boa capacidade de ativação da musculatura do tronco.

Os benefícios proporcionados pelo agachamento estão associados à sua correta execução, sendo um movimento seguro e efetivo quando realizado com técnica adequada. Por outro lado, o agachamento é um movimento complexo e, havendo uma execução incorreta, esta poderá acarretar aumento de risco de lesões, como, por exemplo, distensões de músculos e ligamentos, discos intervertebrais rompidos, espondiloses e espondilolistese. Dessa forma, o entendimento da correta execução e possíveis variações do exercício serão de grande importância para se atingir o benefício desejado proporcionado pelo exercício, bem como reduzir as lesões relacionadas.

EXECUÇÃO

  1. O olhar e o posicionamento da cabeça deve ser à frente para que não influenciem na postura;
  2. os pés devem estar com distância ligeiramente superior à largura dos ombros, com os tornozelos levemente abduzidos.
  3. O executante, então, agacha flexionando o quadril, joelhos e realizando a dorsiflexão dos tornozelos, mantendo a coluna vertebral alinhada e a boa postura
  4. Por fim, quando a profundidade desejada for atingida, o praticante reverte a direção, ascendendo de volta para a posição inicial estendendo o quadril, os joelhos e flexionando os tornozelos.
  5. No momento de transição entre a fase ascendente (ação concêntrica) e descendente (ação excêntrica), não é necessário realizar a extensão total da articulação do joelho, pois esse será um ponto de descanso, no qual o músculo reduz substancialmente sua ativação. Ou seja, uma mínima flexão do joelho deve ser mantida ao final do ciclo de cada repetição.
  6. Quanto à respiração, orienta-se inspirar na fase excêntrica (descendente) e expirar na fase concêntrica (ascendente). Esta coordenação fará com que, ao final da fase excêntrica, os pulmões estejam cheios, o que auxilia na estabilização da coluna vertebral.

Esse exercício permite uma grande ativação dinâmica de quadríceps e glúteos, sendo estes considerados os motores primários nas articulações de joelho e quadril, respectivamente, logo, são esses os músculos-alvo a serem trabalhados no agachamento. Além de quadríceps e glúteo, os isquiotibiais também têm uma ativação na extensão do quadril, os músculos adutores e abdutores de quadril atuam como estabilizadores nessa articulação, e o sóleo e gastrocnêmico atuam na flexão plantar.

Ainda, a partir do agachamento, existe uma atividade isométrica importante de músculos estabilizadores, incluindo abdominais, eretores da espinha, trapézio, romboides, entre outros, para estabilização do tronco. No geral, é estimado que mais de 200 músculos são 12 ativados durante a execução do agachamento grupos musculares envolvidos. Como mencionado anteriormente, o movimento de agachamento recruta e solicita uma quantidade muito grande de músculos.

ARTICULAÇÕES ENVOLVIDAS

O movimento de agachamento solicita o trabalho basicamente de quatro articulações: joelho, coluna vertebral, quadril e tornozelo. Cada uma dessas sofre a influência do movimento e possui um papel específico na sua execução. Compreender um pouco mais sobre estas questões e estas estruturas é de grande valia para uma boa e correta prática.

As forças de compressão tibiofemural e patelofemoral aumentam à medida que se aumenta a flexão do joelho. Em um estudo de revisão, Escamilla indicou que a maior força de compressão patelofemoral no agachamento foi a 130 graus de flexão do joelho. Todavia, é importante ressaltar que, em um joelho saudável, a força de tensão máxima suportada pelo tendão patelar e pelo tendão do quadríceps são maiores do que as tensões promovidas pelo agachamento, quando realizado com carga e técnica correta, fazendo com que a probabilidade do agachamento de exceder o limiar de capacidade dos tendões seja mínima.

Quanto à amplitude ideal do agachamento, existe muita referência ao “agachamento paralelo”, que deve ser realizado até que as coxas fiquem paralelas ao solo, promovendo um ângulo de aproximadamente 90 graus de flexão dos joelhos. A teoria para essa recomendação estaria baseada na ideia de que o agachamento, em ângulos superiores a 90 graus de flexão do joelho, seria potencialmente lesivo ao joelho, porque, ao flexionar o joelho em ângulos maiores que 90 graus, isso aumentaria a força de compressão tibiofemoral e patelofemoral. Entretanto, análises de vários estudos científicos indicam que as maiores forças de compressão e de cisalhamento no agachamento ocorrem justamente nos ângulos próximos a 90 graus de flexão de joelho  , observando ainda uma tendência de redução nas forças, à medida que a amplitude de flexão do joelho aumenta. Considerando que, para realizar um agachamento de até 90 graus, a carga absoluta é geralmente maior em comparação com o agachamento em maiores flexão do joelho, e que as forças compressivas e de cisalhamento são proporcionais à carga utilizada, os movimentos parciais irão impor uma maior força de compressão em comparação ao agachamento profundo devido à maior carga. Portanto, a relação entre carga e profundidade também deve ser considerada

Uma pergunta importante é: a qual amplitude o praticante deve agachar? Considera-se a amplitude ideal aquela em que o executante consiga realizar o movimento sem que haja um aumento no risco de lesões.

 

ERROS FREQUENTES ENCONTRADOS DURANTE A EXECUÇÃO DO AGACHAMENTO

 

VALGO DINÂMICO

Alguns indivíduos, ao executar o agachamento, produzem um valgo dinâmico no joelho, movimento que aproxima os joelhos. Isso deve ser evitado, porque pode causar desgaste nas cartilagens dos joelhos, denominado condromalácia patelar.

O valgo dinâmico é observado com maior frequência em mulheres, devido ao quadril normalmente mais largo em relação aos homens. Agachamento com valgo dinâmico.

Procedimentos devem ser tomados para evitar o valgo dinâmico, que, durante o agachamento, ocorre, sobretudo, devido a um desequilíbrio muscular. Embora o efeito possa ser observado no joelho, a causa está na musculatura da articulação do quadril, já que o valgo dinâmico é causado por uma adução e rotação interna do quadril. O seu principal fator é que os músculos abdutores de quadril, que deveriam equilibrar a articulação e evitar esse movimento, podem estar enfraquecidos, especificamente o glúteo médio e o tensor da fáscia lata, importantes abdutores do quadril. Logo, será prudente trabalhar o fortalecimento específico desses músculos.

Uma abordagem simples é a colocação de um elástico tensionado logo abaixo dos joelhos durante o agachamento, que fará com que o executante projete os joelhos para fora para manter o elástico tensionado. Além disso, caso o valgo dinâmico ocorra nos maiores ângulos de flexão do joelho, deve-se, então, limitar a profundidade do agachamento a ângulos em que o valgo dinâmico não ocorra.  Utilização de elástico logo abaixo do joelho para reduzir o valgo dinâmico.

 

A PROJEÇÃO DO TRONCO A FRENTE

Aumenta a sobrecarga na região lombar, logo, esse é um movimento que deve ser evitado. Agachamento com projeção excessiva do tronco à frente. Alguns dos fatores que induzem a maior projeção do tronco à frente são:

1) falta de mobilidade no tornozelo;

2) desproporção entre o comprimento do fêmur e do tronco, sendo maior comprimento relativo do fêmur e menor comprimento relativo do tronco;

3) menor distância entre os pés;

4) desequilíbrio entre a força do 26 quadríceps e glúteo máximo, havendo uma maior força relativa dos glúteos;

5) maior intenção de, desnecessariamente, ativar os extensores do quadril (glúteo máximo e isquiotibiais). Outro fator que contribui é preocupação excessiva com a projeção do joelho à frente da linha da ponta dos pés.

Ao limitar os joelhos à linha da ponta dos pés, aumenta-se a força na parte inferior da coluna, comparativamente ao agachamento realizado de forma natural. Dessa forma, pode ser necessário que os joelhos passem de forma natural à linha da ponta dos pés. Realização de agachamento com os pés próximos na prática, observa-se que existe uma crença de que a ativação dos vastos será alterada com a alteração da distância entre os pés. Entretanto, os estudos científicos não indicam alteração na ativação dos vastos com afastamento ou aproximação dos pés.

Na verdade, isso nem deveria ser esperado, uma vez que, em primeiro lugar, é praticamente impossível ativar isoladamente algum dos vastos com exercícios resistidos; em segundo lugar, aumentar a distância entre os pés (abduzindo o quadril) ou aproximar os pés (aduzindo o quadril) não altera o comprimento dos vastos, uma vez que estes, por serem músculos de natureza monoarticuar, cruzam somente a articulação do joelho. Assim, abduzir o quadril (afastar os pés) ou aduzir o quadril (aproximar os pés) não afeta significativamente os vastos. Entretanto, realizar o agachamento com maior distância entre os pés aumenta a ativação do glúteo máximo.

 

Referências Bibliográficas:

  • Escamilla RF, Fleisig GS, Lowry TM, Barrentine SW, Andrews JR. A three-dimensional biomechanical analysis of the squat during varying stance widths. Med Sci Sports Exerc.
  • 2001;33(6):984-98Zheng N, Fleisig GS, Escamilla RF, Barrentine SW. An analytical model of the knee for estimation of internal forces during exercise. J Biomech. 1998;31(10):963-7.

Tudo o que você precisa saber sobre Pilates

A origem do método Pilates

 

O método foi desenvolvido na década de 1920, baseado no conceito chamado de contrologia, e este conceito nada mais é do que o controle consciente de cada movimento executado pelo nosso corpo através de músculos, tendões, ligamentos e toda nossa estrutura.

É a forma correta como o corpo deve “agir” durante cada execução de um movimento, envolvendo a mente e o espirito. A contrologia permite o desenvolvimento uniforme do corpo permitindo a aquisição de uma boa forma física, livre de patologias.

Portanto Pilates é um método baseado em exercícios de concentração, força e mobilidade, utilizando exercícios específicos.

Joseph Pilates foi uma figura notável, bem a frente de seu tempo. Nasceu na Alemanha, perto de Dusseldorf, em 1880. Por ter nascido doente, sofrendo de asma, raquitismo e febre reumática, dedicou toda a sua vida, para tornar seu corpo fisicamente forte.

Na sua juventude, estudou e tornou-se especialista em cultura física, mergulho, esqui e ginástica. Com 14 anos, sua forma física era tão intensa que servia de modelo vivo para desenhos de mapas de anatomia muscular.

Em 1912, mudou-se para a Inglaterra, onde ganhava a vida como lutador de boxe, artista de circo e treinador de autodefesa.

Quando a Primeira Guerra Mundial começou, dois anos mais tarde, foi considerado estrangeiro inimigo e levado para um campo de concentração em Lancaster, junto com outros alemães e, mais tarde, transferido para Ilha de Man. Pilates tornou-se enfermeiro e treinou outros estrangeiros no campo de concentração com os exercícios de cultura física que ele mesmo desenvolveu. Adaptou macas com molas, fazendo os protótipos dos aparelhos que são utilizados até hoje nos estúdios do Método Pilates.

Sua técnica foi reconhecida quando nenhum dos internos daquele campo padeceu na epidemia de gripe, que matou milhares de pessoas em outros campos da Inglaterra em 1918.

Após a guerra, Pilates continuou com os programas de treinamento de condicionamento físico em Hamburgo, Alemanha, onde aperfeiçoou seu método, trabalhando com a força policial da cidade.

Em 1926, desiludido com o trabalho do exército alemão, Pilates migrou para os Estados Unidos. No navio para a América, Pilates encontrou sua futura esposa, Clara. Quando chegou, o casal fundou um Estúdio de Pilates na cidade de Nova Iorque, que funciona até hoje. Joe e sua esposa supervisionaram, pessoalmente, seus clientes naquele estúdio até a década de 60.

Dos 34 movimentos criados por Joseph Pilates no método original, deram origem a aproximadamente 500 variações com ou sem aparelhos, que possuem o mesmo intuito de fortalecer e alongar toda musculatura do corpo, melhorando a flexibilidade e a coordenação motora.

Cada exercício deve ser executado com o máximo de atenção possível e não de forma automática como a maioria das pessoas acabam fazendo os demais exercícios. Por este motivo o método não apresenta repetições de séries e cada movimento é repetido por aproximadamente dez vezes.

Portanto Pilates é um método baseado em exercícios de concentração, força e mobilidade, utilizando exercícios específicos.

 A técnica de Pilates se divide em exercícios realizados no solo e em aparelhos. Todos eles favorecem o trabalho dos músculos estabilizadores enquanto que elimina a tensão excessiva dos músculos e compensações de movimentos envolvendo uma larga variedade de movimentos.

    Os exercícios realizados em solo se caracterizam por ser de caráter educativo, ou seja, enfatizam o aprendizado da respiração e do centro de força. Já os exercícios realizados nos aparelhos envolvem uma larga possibilidade de movimentos, todos eles realizados de uma forma rítmica, controlada, associada à respiração e correção postural.

    A intensidade dos exercícios desenvolvidos nos equipamentos é fornecida através das molas. Estas são classificadas através de cores diferentes que se classificam em preta, vermelha, verde, azul e amarela, em ordem decrescente de intensidade. Além de oferecerem resistência nos treinamentos, muitas vezes são usadas como assistência durante o movimento.

A avaliação: postural e de força, para graduar o nível em que se encontra  (Básico, Intermediário e avançado) e o atendimento é baseado nas queixas e objetivos do cliente.

    Os aparelhos são descritos a seguir:

  • REFORMER:

O primeiro equipamento construído por Pilates. Caracteriza-se por ser em forma de cama e é composto por um carrinho deslizante e cinco molas (duas vermelhas nas extremidades, uma azul, verde e amarela no meio), barra alta e baixa que podem ser utilizadas em dois níveis de alavanca, perto (mais intenso) ou mais afastado (menos intenso), dos pés da cama; cordas que são utilizadas com alças nos pés ou de mãos; acessórios (caixa longa, meia lua, plataforma).

  • CADEIRA:

Possui pedais separados para proporcionar trabalho assimétrico simultâneo. Contem dois apoios laterais de ferro, dois pares de molas, ganchos para molas, dois pedais para movimento alternado e independente que quando fixo por um bastão se transformam em um único pedal.

  • CADILLAC:

Possui duas barras de ferro fixas a um colchão, barra de trapézio, dois pares de alça de tornozelo e coxa ajustável, duas barras móveis -uma vertical e outra horizontal, e é utilizado para os exercícios aéreos.

  • BARREL:

É um aparelho de degraus dispostos como em um espaldar com uma meia lua fixa à frente.

Benefícios do Pilates 

  • Melhora do Condicionamento Físico

  • Alinhamento Postural

  • Estímulo da Circulação

  • Fortalecimento do Corpo como um todo – especialmente da Musculatura Abdominal

  • Gera Flexibilidade

  • Melhora da Coordenação

  • Ajuda na Descompressão das Vértebras da Coluna

  • Eleva a capacidade de Contração Muscular

  • Auxilia no Combate do Estresse

  • Tonifica Áreas Enfraquecidas

  • Aumenta a Densidade Óssea

  • Aumenta a Mobilidade das Articulações

  • Diminui Tensões e Fadigas

  • Causa Aumento da Capacidade Respiratória e Cardiovascular

Princípios do Pilates

  • Concentração:

Durante todo o exercício a atenção é voltada para cada parte do corpo, para que o movimento seja desenvolvido com maior eficiência possível. Nenhuma parte do corpo não é importante e nenhum movimento é ignorado. A atenção dispensada na realização do exercício é destacada ao aprendizado motor, que é o grande objetivo da técnica.

  • Controle:

Define-se como controle do movimento o discernimento da atividade motora de agonistas primários numa ação específica. A coordenação é a integração da atividade motora de todo o corpo visando um padrão suave e harmônico de movimento. É importante a preocupação com o controle de todos os movimentos a fim de aprimorar a coordenação motora, evitando contrações musculares inadequadas ou indesejáveis.

  • Precisão:

De fundamental importância na qualidade do movimento, sobretudo, ao realinhamento postural do corpo. Consiste no refinamento do controle e equilíbrio dos diferentes músculos envolvidos em um movimento.

  • Power House/ Centralização:

A este princípio Pilates chamou de Powerhouse ou centro de força, o ponto focal para o controle corporal. Constitui-se pelas quatros camadas abdominais: o reto do abdome, oblíquo interno e externo, transverso do abdome; eretores profundos da espinha, extensores, flexores do quadril juntamente com os músculos que compõe o períneo. Este centro de força forma uma estrutura de suporte, responsável pela sustentação da coluna e órgãos internos. O fortalecimento desta musculatura proporciona a estabilização do tronco e um alinhamento biomecânico com menor gasto energético aos movimentos.

  • Respiração:

Joseph Pilates afirmava que freqüentemente respiramos errado e usando apenas uma fração da capacidade do pulmão. Por isto, Pilates em seu trabalho enfatizava a respiração como o fator primordial no início do movimento, fornecendo a organização do tronco pelo recrutamento dos músculos estabilizadores profundos da coluna na sustentação pélvica e favorecendo o relaxamento dos músculos inspiratórios e cervicais. O ciclo respiratório proposto pelo método ocorre na seguinte ordem cronológica: 1) Inspiração torácica; 2) Expiração do tórax superior; 3) Expiração do tórax inferior e 4) Expiração abdominal. Este ciclo deve ser sincronizado ocorrendo ao mesmo tempo da ação muscular, favorecendo o incremento da ventilação pulmonar, a melhora da oxigenação tecidual, conseqüentemente a captação de produtos metabólicos associados à fadiga.

  • Movimento Fluido:

Refere-se ao tipo de movimento, que deve ser de forma controlada e contínua, deve exibir qualidade de fluidez e leveza, que absorvam os impactos do corpo com o solo e que usam da inércia, contribuindo para a manutenção da saúde do corpo. Ao contrário movimentos truncados, pesados, que criam choques no solo, levam ao desperdício de energia, além de tornar os tecidos propensos ao desgaste prematuro.

 

Referências Bibliográficas:

CRAIG, C. Pilates com a bola. São Paulo: Phorte, 2003.

ESCO, M.; OLSON, M.S.; MARTIN, R.S. et al. Abdominal EMG of Selected Pilates’ Mat Exercises. Medicine and Science in Sports and Exercise. 36(5) Suppl.: 357, 2004.

https://www.revistas.ufg.br/fef/article/view/33725/19029

https://blogpilates.com.br/metodo-pilates-e-sua-historia/

 

 

Por que temos dor na coluna cervical?

Por que temos dor na coluna cervical?

Estruturas da cervical

Existem sete vértebras na coluna cervical que circundam a medula espinhal. Entre essas vértebras existem discos, e nas proximidades passam os nervos. Na cervical, as estruturas incluem pele, músculos, artérias, veias, linfonodos, glândula tireoide, glândulas paratireoides, esôfago, laringe e traqueia.

Doenças ou condições que afetam qualquer um desses tecidos do pescoço pode levar a dores na cervical.

Fatores de risco

  • Lesões e acidentes;
  • Movimentos repetitivos;
  • Má postura por muitas horas;
  • O posicionamento da região lombar e torácica contribui para um bom ou mau posicionamento da cervical. Pois a região cervical possui conexão direta ou indireta com diversas partes do corpo, como a cabeça, o ombro, a caixa torácica e a região lombar.
  • Faz ligação com o ombro por meio dos músculos que interligam a escápula e a clavícula com a cervical.
  • Estresse ou tensões emocionais.

Sinais e Sintomas

  • Dor que geralmente é agravada mantendo a mesma postura por longos períodos, como quando você dirige ou trabalha no computador;
  • Músculos tensos;
  • Diminuição de amplitude de movimento;
  • Associada a sintomas como dor de cabeça, dor facial, dor no ombro e dormência ou formigamento no braço (parestesias nos membros superiores).

Entre em contato com um médico se sua dor no pescoço

  • Resultar de uma lesão, como um acidente de automóvel, acidente de mergulho ou queda;
  • Persiste por vários dias sem alívio;
  • Espalha braços ou pernas;
  • Acompanha dor de cabeça, dormência, fraqueza ou formigamento;

Condições comuns que causam dor na cervical 

  • Tensões musculares:  O uso excessivo, como muitas horas na mesma postura utilizando o computador ou Smartphone, geralmente desencadeia tensões musculares (pontos gatilho). Mesmo pequenas coisas, como ler na cama ou “ranger” os dentes (bruxismo), podem sobrecarregar os músculos do pescoço.
A posição protraída da região cranio cervical impõe maior estresse sobre os músculos.

  • Desgaste Articular: Assim como as articulações do corpo tendem a se desgastar com a idade, com a coluna não é diferente. A osteoartrite causa deterioração da cartilagem entre os ossos (vértebras). Seu corpo forma esporões ósseos que afetam o movimento articular e causam dor.
  • Compressão do nervo: Hérnia de disco ou osteófitos nas vértebras do pescoço podem pressionar os nervos que se ramificam da medula espinhal.

  • Lesões: As colisões automáticas traseiras geralmente resultam em lesões por chicote (Whiplash), que ocorrem quando a cabeça é puxada para trás e depois para a frente, forçando os tecidos moles do pescoço.
Lesão por chicote (Whiplash)
  • Doenças:

– Certas doenças, como artrite reumatóide, meningite ou câncer;

– Condições que afetam diretamente os músculos do pescoço: como fibromialgia e polimialgia reumática;

– Infecções comuns: como infecção por vírus na garganta, levando a inchaço dos linfonodos (glândula), infecções raras, como tuberculose no pescoço, infecção dos ossos da coluna vertebral no pescoço (osteomielite e discite séptica) e meningite (geralmente acompanhada de rigidez no pescoço).

Referencias bibliográficas:  

Hansraj KK. Neuro and spine surgery surgical technology. Assessment of stresses in the cervical spine caused by posture and position of the head. Surg Technol Int. 2014 Nov;25:277-9.