Diferenciais da Fisioterapia Esportiva

O que é fisioterapia esportiva?

A Fisioterapia Esportiva ou Fisioterapia Desportiva é o ramo especializado da Fisioterapia que lida com lesões e questões relacionadas com atletas ou esportistas.
Lesões esportivas diferem das lesões do dia-a-dia. Os atletas normalmente exigem desempenho de alto nível e demanda colocada em seu corpo, o que pressiona seus músculos, articulações e ossos ao limite. Fisioterapeutas esportivos ajudam os atletas a se recuperarem de lesões esportivas e fornecem educação e recursos para prevenir problemas.

O que é um fisioterapeuta esportivo?

Os fisioterapeutas esportivos exigem conhecimentos adicionais para fornecer o melhor atendimento aos seus atletas. Para aumentar os seus conhecimentos e aptidões, realizam uma formação profissional contínua na área da fisioterapia esportiva. Na Highperformance temos fisioterapeutas esportivos em sua equipe clínica para ajudar nossos clientes atletas – profissionais e amadores.
Cada fisioterapeuta esportivo geralmente tem conhecimento específico do esporte que aborda lesões agudas, crônicas e por uso excessivo. Os seus serviços estão geralmente disponíveis para esportistas de todas as idades que praticam esportes em qualquer nível de competição.
Nós da Highperformance temos experiência e conhecimento das mais recentes práticas baseadas em evidências, avaliação e diagnóstico qualificados de lesões esportivas, usamos técnicas eficazes e protocolos de exercícios para ajudar na recuperação e prevenir lesões futuras.
Nossa experiência na área da fisioterapia esportiva nos ajuda a entender o que o paciente precisa fazer para retornar com segurança e rapidez ao seu esporte, atividades de vida diária ou emprego.
Além de realizar uma avaliação detalhada, oferecemos soluções de longo prazo, não apenas soluções rápidas que, na realidade, duram pouco tempo.

Principais lesões no Ombro do nadador e quais cuidados para prevenir lesões

A natação é um esporte muito popular. Geralmente, os praticantes iniciam a atividade na infância e seguem realizando durante anos. Mas, há também quem inicie na vida adulta, com o intuito de praticar uma atividade sem impacto, com um risco mínimo de se machucar.

Embora a natação seja um dos esportes com menor índice de lesões, elas ainda acontecem em especial na região do ombro, estrutura muito exigida no esporte e, por isso, precisamos dar atenção especial para essa região.

Quando se pratica uma atividade física por muitos anos, principalmente quando iniciamos na infância, nosso corpo pode se adaptar e sofrer alterações estruturais que favoreçam a atividade em questão.

No caso do ombro, a primeira adaptação que encontramos no ombro do nadador é a contratura da porção posterior da cápsula articular. Também é comum observarmos uma alteração na amplitude de movimento de rotação, com aumento da rotação externa e diminuição da rotação interna. Dependendo do grau dessas adaptações, elas podem predispor algumas lesões.

Também é comum que se encontre frouxidão ligamentar entre os praticantes de natação, devido ao uso da amplitude de movimento máxima de maneira repetida. Em alguns casos, podemos encontrar uma instabilidade da articulação do ombro, que deixa a estrutura suscetível a episódios de subluxação ou luxação e outras lesões por micro traumas de repetição.

Além disso, comumente os praticantes de natação acreditam não ser necessário um trabalho de fortalecimento não é necessário, uma vez que a atividade trabalha o corpo inteiro de maneira intensa. Porém, existe um desequilíbrio muscular entre os músculos mais exigidos na natação com os que não são tão utilizados. É comum que haja força maior dos músculos rotadores internos e menos dos rotadores externos nessa população.

Outro ponto importante é a execução incorreta do gesto esportivo. Uma boa mecânica é fundamental para prevenir dor e lesão, além de promover menor gasto de energia. É importante que os treinadores e professores se atentem à execução do gesto, especialmente durante a fadiga, pois é normal que quando o corpo está cansado, realize compensações para executar o gesto.

Os estudos mostram que, para nadadores de nível competitivo, que nadam mais de 4 horas por dia, o isco de lesão é maior. Mas, todos os praticantes devem ficar atentos aos cuidados.

As principais lesões encontradas no ombro do nadador são: tendinopatia de manguito rotador e bíceps braquial, síndrome do impacto do ombro (SIO) lesão de manguito rotador, impacto interno, lesão de Labrum e lesão de slap. A principal característica dessas lesões é que, na maior parte dos casos, acontecem por overuse, sendo possível a prevenção.

Para isso, deve-se inserir um programa de mobilidade articular, alongamento da cápsula posterior, além de fortalecimento de músculos específicos. No vídeo a seguir, mostramos um programa de prevenção básico, pensando nas necessidades do nadador.

Cabe ressaltar, que o vídeo não substitui uma consulta individual e, que em caso de dor é necessário consultar um especialista para avaliar o seu caso e realizar o tratamento específico.

 

 

Qual o melhor tratamento para tendinite?

A tendinite é caracterizada como a inflamação ou irritação de um tendão (parte final do músculo, como uma corda fibrosa que faz a fixação dos músculos aos ossos). Eles servem para transmitir a força de contração muscular necessária para mover um osso.

Outra característica da tendinite é o fato de se tornar crônica ou de aparecer em diferentes momentos da vida. É uma crença comum entre os pacientes com tendinite que eles “sempre terão” um novo quadro em algum momento. Crença essa que cabe aos profissionais da saúde erradicar, afinal tendinite em tratamento e a pessoa pode nunca mais apresentar um novo sintoma, quando bem direcionado o tratamento e seguidas às orientações pós-alta.

As tendinites também são classificadas de acordo com a região do tendão que acometem:

  1. Entesite – tendinite de inserção
  2. Tenossinovite – inflamação da bainha sinovial tendinea
  3. Peritendinite – inflamação da junção músculo-tendínea
  4. Tendinite Ossificante – cronificação da inflamação com depósito de cristal de hidroxiapatita.

O mecanismo desencadeante mais comum é a sobrecarga, quando há repetição de movimentos sem que a estrutura tenha tempo para se recuperar, mas também pode ocorrer decorrente de traumas.

Um exemplo comum de mecanismo causador de tendinite é o aumento excessivo do volume de treino de corrida, por exemplo. O corredor passa a realizar mais repetições e também a receber mais impacto, o que resulta em sobrecarga dos tendões, inflamação e dor.

A execução errada do gesto esportivo ou de trabalho, também pode influenciar no aparecimento das tendinites, assim como o próprio processo de envelhecimento. O tendão sofre alterações estruturais no decorrer da vida, o que não significa que todos nós teremos tendinites. Pelo contrário. Os estudos mostram que é comum pessoas assintomáticas apresentarem alteração no exame de imagem (ressonância magnética), mas não relatarem nenhum sintoma. E, essa é outra crença que devemos quebrar nos pacientes, que acreditam que alteração no exame de imagem será sinônimo de dor.

Em relação ao tratamento há diversas técnicas que podem ser aplicadas. Mas, qual o melhor tratamento? Existe?

O melhor tratamento para tendinite é aquele que atua na causa!

O que isso significa? Não existe tratamento adequado sem uma avaliação completa que identifique todos os fatores que contribuíram para o surgimento da lesão. Essa investigação permitirá que a causa seja identificada e tratada. E, os estudos nos mostram também que o padrão ouro de tratamento é baseado em exercícios. Ou seja, terapias passivas auxiliam, mas não são suficientes para tratar por completo a queixa do paciente. Assim como anti-inflamatórios, que podem diminuir a dor, mas não garantem a ausência de sintomas em longo prazo.

O exercício tem como principal objetivo devolver para o tendão sua capacidade de suportar carga. Além disso, pode ser necessário adaptar o gesto do paciente e fazer o retorno gradual à atividade que causou os sintomas.

Por isso a fisioterapia é essencial para o tratamento das tendinites. Em caso de sintomas, procure o fisioterapeuta o quanto antes, pois além da melhora do quadro atual será possível prevenir que a queixa ocorra novamente no futuro.

Referências:

Complicações pós – mastectomia por Câncer de Mama – Rigidez do Ombro

Outubro é oficialmente o mês da conscientização sobre a prevenção do câncer de mama.

Estima-se que em 2019 quase 60 mil novos casos de câncer de mama foram diagnosticados no Brasil (INCA). Além disso, aproximadamente 25% dos tumores que acometem as mulheres são na mama.

Um fato importante é que os estudos sugerem que 30% dos casos podem ser prevenidos com a adoção de hábitos saudáveis como: evitar tabagismo, diminuir o consumo de álcool, incluir uma alimentação saudável e realizar exercícios físicos regularmente.

Além disso, o autoexame de mama é essencial para a detecção precoce de algum nódulo. Quanto mais cedo é realizado o diagnóstico, melhores costumam ser os prognósticos da doença e a chance de cura e necessidade de procedimentos menos invasivos.

Quando não é possível tratar o tumor apenas com radioterapia e quimioterapia, a paciente pode ser submetida para cirurgia de retirada do tumor, retirada parcial ou até total da mama, a mastectomia, além de, muitas vezes, também ser necessário o esvaziamento axilar, com retirada dos linfonodos dessa região, de modo a diminuir o risco de metástases e recidiva do tumor.

Essa cirurgia pode trazer algumas consequências, sendo uma delas a perda da mobilidade ou até mesmo rigidez da articulação do ombro.

O esvaziamento axilar, além da cicatrização do corte realizado na cirurgia, podem criar algumas aderências nos tecidos, o que é um dos fatores que dificulta a movimentação pós-cirurgia. Além disso, pode haver dor e é necessário que se mantenha certo repouso com o braço do lado operado pelo menos até 7 dias após a cirurgia.

Muitas pacientes também são submetidas à radioterapia e, nesse caso, também podem ocorrer danos teciduais como assaduras, feridas, sensibilidade na região e algumas aderências, dificultando ainda mais a recuperação do movimento desse braço.

A queixa de diminuição de mobilidade é encontrada principalmente nos 6 primeiros meses após a cirurgia.

È importante frisar que cada caso deve ser avaliado individualmente e discutido com a equipe multidisciplinar, mas, em geral, pede-se que se restrinja a mobilidade do ombro até 90º nos primeiros 7 dias, podendo progredir gradualmente e com alguns cuidados a partir de então. A liberação dos exercícios de fortalecimento ou carregar peso, geralmente ocorre a partir da 4ª semana de cirurgia.

Além de minimizar a dor e os efeitos da rigidez, a mobilização precoce do ombro também permite que a qualidade de vida e rotina da paciente sejam menos afetadas.

Para informações sobre a realização dos exercícios e indicações, temos um vídeo completo no nosso canal do YouTube, que você pode acessar abaixo.

Conheça nossos tratamentos: Terapia Manual (Mulligan Concept)

Conheça nossos tratamentos: Terapia Manual (Mulligan Concept)

Dentro da fisioterapia, possuímos diversas técnicas e recursos, que são empregados de acordo com os objetivos e necessidades de cada paciente. Uma delas é a terapia manual, que consiste em manobras aplicadas manualmente sobre articulações, pele, músculos, ossos e nervos, com algumas finalidades, como:
• Ganhar a extensibilidade do tecido;
• Aumentar a amplitude de movimento do complexo articular;
• Mobilizar ou manipular tecidos moles e articulações;
• Induzir relaxamento;
• Alterar a função muscular;
• Modular a dor;
• Reduzir o inchaço dos tecidos moles, inflamação;
• Melhorar a restrição de movimento.
Porém, quando falamos de terapia manual, são muitas as técnicas difundidas e utilizadas pelos fisioterapeutas para atingir esses objetivos. Todas elas são baseadas na anatomia, fisiologia e biomecânica, de modo à entender o funcionamento do corpo e, assim, utilizar dos próprios movimentos fisiológicos para promover a recuperação de uma disfunção.
Dentro das técnicas mais estudadas e conhecidas de terapia manual está o conceito Mulligan (Mulligan Concept), proposto pelo fisioterapeuta neozelandês Brian Mulligan, formado em 1954.
O conceito Mulligan surgiu através do estudo e do conceito de disfunção articular. Parte-se do princípio que, o movimento normal é livre de dor. Sabemos também que, a articulação possui movimentos visíveis ao olho (flexão, extensão, rotações, adução e abdução), que podem ser reproduzidos voluntariamente e são classificados dentro da osteocinemática. Mas, para que esses movimentos aconteçam em sua plenitude, outros menores e não voluntários ocorrem no interior da articulação (translação, deslizamento), sendo classificados dentro da artrocinemática.
Baseado no conhecimento biomecânico, diz-se que a perda do movimento acessório ou do jogo articular resulta em disfunção que, por sua vez, leva à dor e perda do movimento. E, diz-se ainda que, essas disfunções são detectáveis através da mobilização passiva. Como a alteração ocorre em movimentos acessórios, micro movimentos, não é possível visualizar essa alteração em exames de imagem, como raio-x ou ressonância magnética.
Sendo assim, a base do conceito de Mulligan centra-se na correção articular de Falhas Posicionais. O objetivo passa por restaurar o alinhamento articular e normalizar o eixo de movimento, eliminando assim a dor.
Para que seja realizada de maneira adequada, primeiro é realizada uma avaliação que, além de considerar toda a história clínica do indivíduo, encontra o movimento articular acessório que permita o MOVIMENTO ATIVO do SEM DOR.
O movimento acessório passivo é mantido pelo Fisioterapeuta ao longo da amplitude de movimento, enquanto o paciente se movimenta ativamente – Técnica de Mobilização com Movimento. Se as técnicas de Mulligan estiverem indicadas para o caso, os RESULTADOS serão imediatos – diminuição da dor e/ou aumento da amplitude de movimento.
Os excelentes resultados deste método não se limitam aos efeitos biomecânicos. Nos últimos anos, para além de ensaios clínicos em disfunções e patologias específicas, os estudos científicos dedicam-se a perceber e demonstrar os efeito na neuromodulação da dor e também efeitos neuromusculares.
O conceito de Mulligan não esgota no consultório. O conceito Mulligan estimula o auto tratamento, permitindo que os ganhos do tratamento sejam mantidos por mais tempo é garantindo a eficácia, além de ser uma ferramenta útil para que o paciente fique livre de dor de maneira autônoma.
O conceito de Mulligan apesar da vertente de correção articular, não se centra apenas na articulação da região dos sintomas. A Avaliação e Intervenção têm em conta todas as estruturas locais e à distância que possam interferir com os sintomas, por exemplo: a dor no ombro pode ter a sua sintomatologia diminuída ou até eliminada, com uma Mobilização Cervical com Movimento do Membro Superior.
A técnica pode ser aplicada em qualquer articulação, desde que respeite as contraindicações da terapia manual como um todo e promova a melhora dos sintomas simultaneamente sua aplicação.

Tratamento da Luxação anterior atraumática do Ombro

Tratamento da Luxação anterior atraumática do Ombro

A luxação é definida como a perda do contato articular. A região mais acometida do corpo é o Ombro, que devido a sua capacidade de alcançar grandes amplitudes de movimento, fica mais suscetível às instabilidades e luxações.

A luxação pode ser traumática, decorrente de um trauma de alta energia na região ou pode acontecer de maneira atraumática, sem causa aparente, por falha dos mecanismos de estabilização da articulação. No Ombro, ocorre em pacientes com frouxidão ligamentar.

Ela pode ser classificada ainda quanto à sua direção: anterior, posterior, inferior ou superior. Nos pacientes de frouxidão ligamentar encontramos a chamada instabilidade multidirecional, que faz com que o Ombro possa se deslocar para qualquer uma das direções citadas. Esses pacientes são, muitas vezes, capazes de deslocar o Ombro de maneira voluntária ou podem ter episódios em atividades simples do dia a dia, quando apresentam graus mais altos de instabilidade.

O mais comum é que ocorra a luxação anterior, devido à anatomia do Ombro, que deixa a cabeça do Úmero mais exposta nessa direção.

Os pacientes de luxação atraumática respondem muito bem ao tratamento não cirúrgico com fisioterapia. Porém, para indicação adequada é necessário que seja realizada avaliação dos sinais clínicos de instabilidade, além dos exames de imagem, para avaliar se há lesão de estruturas como: cápsula, ligamentos, labrum e até lesões ósseas associadas. Dependendo do grau dessas lesões, a articulação fica mais instável e é necessário que seja feita a abordagem cirúrgica, para reparo das estruturas e devolução da estabilidade articular.

Nesse caso a fisioterapia também deve ser realizada de maneira à reestabelecer o movimento, fortalecer toda a musculatura responsável pela estabilização ativa da articulação e inserção nas atividades diárias e esportivas.

Tratamento Conservador para luxação atraumática do Ombro

Para os pacientes com instabilidade o fundamental no tratamento é o fortalecimento muscular. Os músculos realizam o que chamamos de estabilização ativa e são responsáveis por “compensar” a falha dos estabilizadores passivos (cápsula, labrum, ligamentos), que só podem ser reparados cirurgicamente.

A fisioterapia será dividida em fases: inicial, intermediária e avançada e possui dois objetivos: Tratar as consequências da luxação que já ocorreu e, prevenir novos episódios.

Na fase inicial:

É essencial que o fortalecimento inicie o quanto antes. Serão inseridos inicialmente exercícios isométricos dos principais músculos estabilizadores do Ombro (manguito rotador, deltoide). Um recurso que pode ajudar para o fortalecimento muscular é a eletroestimulação, pois é comum que haja uma inibição muscular devido à dor e lesão.

Também será estimulado o uso ativo do braço, pois é comum um mecanismo de proteção, seja por dor ou por apreensão de uma nova subluxação. Geralmente esses pacientes não necessitam de ganho passivo de movimento e o mesmo deve ser realizado com cuidado, antes de se conseguir um aumento da estabilidade.

Importante, também nessa fase, aliviar a dor do paciente e promover relaxamento dos músculos hiperativados e, quando possível, iniciar um trabalho proprioceptivo, pois os estudos mostram que os pacientes com instabilidade articular, possuem alteração no sistema proprioceptivo.

Na fase intermediária:

Passamos para exercícios isotônicos, com uma maior intensidade e vamos aumentando gradualmente os ângulos de exposição da articulação. O paciente já deve estar com movimento ativo completo nessa fase.

Já na fase final:

Além do trabalho de exercícios avançados, como a série de Blackburn, precisamos trabalhar próximo do ponto de fadiga muscular, para aumentar a resistência e garantir maior estabilidade da articulação. Também nessa fase se inicia o treino do gesto esportivo, caso o paciente realize algum e o treino de atividades diárias que o paciente relate apreensão ou possam expor a articulação a um risco.

Quando bem sucedida, o paciente é capaz de retornar para todas as suas atividades sem dor e sem novos episódios de luxação. O trabalho completo de reabilitação pode durar em média 3 a 4 meses e é de extrema importância que o paciente siga realizando exercícios de fortalecimento específicos após a alta.

Para mais informações sobre a luxação e os exercícios, acesse nosso artigo ou o vídeo no YouTube:

https://highperformancefisio.com.br/luxacao-do-ombro/

Luxação do Ombro

Luxação do Ombro

 

Você sabia que o ombro é a articulação do corpo com maior arco de movimento?

O ombro é composto por três ossos principais: escápula, úmero e clavícula. Uma parte da escápula, chamada de glenóide, compõe a região da articulação com presença de cartilagem e em contato direto com a cabeça do úmero. O contato entre a glenóide e o úmero pode ser exemplificado como se uma bola estivesse sendo mantida em contato com um prato raso na posição vertical, o que favorece para que grandes amplitudes de movimento aconteçam.

Porém, sua fisiologia a deixa suscetível à instabilidade, tornando-a a articulação do corpo com maior índice de luxação.

Mas, o que é uma luxação?

A luxação ocorre quando há perda do contato dos ossos que compõe uma articulação, nesse caso perda do contato entre a cabeça do Úmero e a fossa glenoidal da escápula.

A estabilidade de uma articulação envolve o trabalho de diferentes estruturas, capazes de permitir que, em repouso e principalmente em movimento, a articulação se mantenha congruente, ou seja, centralizada. Além disso, divide-se esse sistema em dois: estabilizadores passivos e ativos.

Os responsáveis pela estabilização passiva do Ombro são: o Lábio da Glenóide, a cápsula articular, os ligamentos glenoumerais e a pressão negativa. Já a estabilização ativa (ou dinâmica) é feita pelos músculos do manguito rotador.

Quando há falha desses componentes ou a articulação é exposta a um trauma de grande força, perde-se a sua congruência, tendo como resultado a luxação.

Em relação à classificação, dividimos de acordo com:

A etiologia (causa da luxação):

A luxação de Ombro pode ser dividida em traumática e atraumática, de acordo com o mecanismo envolvido na lesão.

A Luxação traumática acontece por um trauma de grande magnitude na região que não é capaz de ser contido pelos estabilizadores.

As causas mais comuns de luxação traumática são: trauma direto com braço em abdução e rotação externa em 90 graus, choque elétrico, convulsões e acidentes automobilísticos.

Já a luxação atraumática ocorre sem causa aparente, podendo ser decorrente de uma frouxidão ligamentar generalizada, que compromete a estabilidade articular ou por falha dos mecanismos contentores após um episódio de luxação traumática.

A luxação atraumática pode ser ainda voluntária (quando o paciente consegue deslocar o ombro de maneira consciente) ou involuntária (ocorre ao realizar movimentos mais bruscos e até mesmo ao se virar na cama ou espirrar).

 

– Frequência:

De acordo com o número de episódios que ocorreram. É comum em pacientes com frouxidão ligamentar, que muitos não saibam contabilizar quantas vezes já sofreram uma luxação ou subluxação.

A partir do segundo episódio já é classificada como luxação recidivante.

– Tempo:

  • Aguda – Quando acabou de acontecer.
  • Crônica / Inveterada – Quando não identificada a partir das 24 horas iniciais e não reduzida.

– Direção:

  • Anterior: a cabeça do Úmero se desloca para frente.
  • Posterior: a cabeça do úmero se desloca para trás.
  • Inferior: a cabeça do úmero se desloca para baixo.
  • Multidirecional: a cabeça do Úmero se desloca para mais de uma direção, em momentos diferentes. Comum nos pacientes com frouxidão ligamentar.

Por causa da anatomia do Ombro, a luxação anterior é a mais comum, a que ocorre quando a cabeça do Úmero se desloca para frente. A luxação posterior é mais rara, encontrada em aproximadamente 10% dos casos e a instabilidade multidirecional é queixa comum dos pacientes com frouxidão ligamentar ou perda dos mecanismos passivos de estabilização, antes do tratamento.

As principais lesões associadas à luxação anterior são:

  • Bankart – Avulsão da porção ântero-inferior do lábio da Glenóide
  • Hill-Sachs – Fratura por compressão da porção posterolateral da cabeça Úmero. Valores entre 20% a 40% de perda óssea favorecem a instabilidade e consequentemente recidiva da luxação e pode ter indicação cirúrgica.
  • Bankart Ósseo – Fratura da borda anteroinferior da Glenóide. Perdas maiores que 20% possuem indicação cirúrgica.

Principais complicações da Luxação do Ombro

As complicações variam de acordo com a gravidade do trauma, a idade em que ocorreu a primeira lesão, o número de episódios, o tempo em que o ombro permaneceu luxado e se houve ou não lesão de tecidos moles ou óssea.

  • Luxação recidivante: novos deslocamentos podem ocorrer com maior facilidade.
  • Lesões ósseas – Bankart Ósseo e Hill- Sachs.
  • Lesão dos tendões do manguito rotador.
  • Lesões neurológicas: lesões do nervo axilar ou do nervo musculocutâneo podem aparecer, o que vai causar fraqueza e diminuição da sensibilidade de alguns músculos do paciente.

Tratamento

A luxação pode ou não ser cirúrgica, o que depende da quantidade de episódios de luxação, mecanismo do trauma e lesões associadas.

A primeira coisa a ser feita é a redução, ou seja, recolocação do Ombro no lugar. Isso deve ser feito por um médico e apenas após avaliação clínica e radiográfica. Após a redução, uma nova radiografia deve ser realizada para se certificar de que o procedimento foi realizado de maneira correta. O paciente deve utilizar tipoia. O uso de tipoia irá variar de acordo com a idade, a gravidade da luxação e as atividades do paciente.

 

Tratamento não operatório ou conservador para luxação do ombro – Fisioterapia

Pacientes que apresentam grande frouxidão ligamentar, sem lesão do lábio ou ligamentos, o tratamento conservador através da fisioterapia é o mais indicado. Em pacientes de menor demanda, mais velhos ou em casos de menor gravidade, também respondem bem a reabilitação.

Porém, tanto em caso de tratamento conservador como em caso de abordagem cirúrgica é necessário o acompanhamento do fisioterapeuta para diminuir a dor, reestabelecer o movimento e principalmente fortalecer a musculatura e garantir a estabilidade ativa da articulação, evitando episódios futuros de luxação e também garantir o restabelecimento total e retorno às atividades diárias e esportivas tanto nos casos de tratamento conservador quanto cirúrgicos.

Referências Bibliográficas:

http://rbo.org.br/detalhes/1/pt-BR/luxacao-inveterada-do-ombro#:~:text=O%20melhor%20tratamento%20para%20a,prolongado%20de%20%22capsulite%20adesiva%22.

https://www.jospt.org/doi/10.2519/jospt.2016.0413

https://www.jospt.org/doi/10.2519/jospt.2009.0411

 

 

 

RPG X Pilates: Quando devo fazer um ou outro?

RPG X Pilates:

Quando devo fazer um ou outro?

São métodos completamente diferentes.

Músculos dinâmicos ou gravitacionais são responsáveis pelo movimento do corpo e atendem ao comando voluntário, possuem inervação fásica e ocasional. O trabalho que deve ser feito nesse tipo de musculatura é de contração isotônica e concêntrica. E músculos estáticos ou antigravitacionais são responsáveis pelo equilíbrio ou postura do corpo, por isso são sempre muito requisitados. Seu funcionamento é involuntário, o que significa que não atende prontamente a nossa vontade. No pilates conseguimos ativar ambas musculaturas e na RPG a musculatura mais ativada é a estática.

No método RPG propõe a utilização de posturas estáticas, que promovem alongamento global ativo, contrações musculares isotônicas excêntricas dos músculos estáticos e com manutenção dos músculos dinâmicos. Estudos apontam que as posturas de RPG promovem aumento da flexibilidade, melhora das alterações posturais.

Dependendo da situação clínica do paciente, pode-se mesclar as técnicas

No pilates trabalhamos de uma maneira mais dinâmica. Os princípios básicos estão presentes a cada exercício realizado, em cada comando do instrutor e em todos os momentos que buscamos, de alguma forma, despertar uma consciência de interiorização no praticante para que seja de fato praticada a Contrologia (nome oficial dado pelo criador do método, Joseph Pilates). Portanto envolve o corpo e a mente durante a pratica.

A RPG é utilizada para corrigir posturas através de posturas pré-definidas, porém são problemas mais pontuais, como escoliose, hipercifose com um grau maior de alteração. Normalmente os pacientes se queixam de dor e nós podemos utilizar a terapia manual.

Pilates

Trabalha o controle do movimento, trabalha a consciência corporal, a consciência de saber como sua articulação está mexendo, como sua coluna está se posicionando em relação a espaço tempo.

Durante a aula são realizados alongamentos e uma série de exercícios que utilizam molas e o peso do seu próprio corpo como resistência.

A prática também melhora a coordenação motora e a mobilidade articular, proporcionando a prevenção de lesões em indivíduos saudáveis.

Outro ponto positivo da prática são os exercícios de respiração que facilitam a execução dos movimentos e também são responsáveis por trazer maior consciência sobre como respiramos no dia a dia, o que ajuda a reduzir a sensação de cansaço ou fadiga.

O método Pilates ou “contrologia”, tem como objetivo trabalhar o corpo de maneira global, através de exercícios de fortalecimento muscular, alongamento e equilíbrio, sendo indicado para indivíduos saudáveis, com lesões ou sedentários, visando a prevenção, reabilitação ou melhora da performance.

O termo “contrologia” remete-se ao controle dos movimentos durante os exercícios, sendo resultado do equilíbrio entre mente e corpo que o método proporciona através dos seguintes princípios:

Concentração: Deve-se prestar atenção em cada movimento que está executando. Corpo e mente devem trabalhar de forma coordenada.

Controle: Os movimentos são feitos de forma controlada, o importante é a qualidade do movimento e não a quantidade.

Power House: (Centro de Força): Todos os movimentos originam-se a partir do centro de força (abdômen, lombar e glúteos). Antes de iniciar um exercício, o centro de força deve ser ativado de forma a estabilizar a coluna.

Respiração: No Pilates a respiração é feita de forma profunda, a respiração adequada durante os exercícios oxigena o sangue e elimina os gases nocivos.

Fluidez: Os movimentos são feitos de forma suave e controlada.

Precisão: Os movimentos devem ser coordenados e precisos.

Reeducação Postural Global RPG:

A RPG, método proposto por Philippe-Emmanuel Souchard visa promover o reequilíbrio muscular e obter flexibilidade. Este tipo de alongamento tem por base alongar vários músculos organizados em cadeias, utilizando posturas mantidas por um período de tempo, entre 15 a 20 minutos. Segundo o autor da técnica, todas as posturas insistem sobre a flexibilização dos músculos inspiratórios e tem como base estiramentos prolongados.

A RPG, técnica fisioterapêutica que utiliza oito posturas de alongamento corporal, parcialmente estáticas, onde são realizados exercícios respiratórios e alongamento excêntrico das cadeias musculares de forma global (e não segmentar). Durante a realização das posturas o paciente é manipulado pelo fisioterapeuta, que observa e corrige as compensações corporais e realiza as manipulações osteoarticulares.

Referências Bibliográficas:

Teodori RM, Moreno MA, Fiore Junior JF, Oliveira ACS. Alongamento da musculatura inspiratória por intermédio da reeducação postural global (RPG). Rev Bras Fisioter. 2003;7(1):25-30

Bird ML, Fell J. Pilates Exercise has Positive Long Term Effects on the Aged-Related Decline in Balance and Strength in Older, Community Dwelling Men and Women. J Aging Phys Act. Epub ahead of print 2013.

 

Lesão do Manguito Rotador

Lesão do Manguito Rotador

O Maguito Rotador é a estrutura composta por um grupo de quatro músculos (supraespinal, infraespinal, redondo menor e subescapular), que estão posicionados em torno da articulação do Ombro.

O Manguito é responsável por estabilizar dinamicamente a articulação e por realizar os movimentos de: elevação, abdução, rotação lateral e rotação medial.

A lesão do Manguito Rotador é uma das mais comuns do corpo. Pode aparecer em qualquer faixa etária, sendo mais frequente nos indivíduos entre 40 a 60 anos, com maior predisposição às mulheres.

A causa mais comum que leva ao surgimento da tendinopatia e, quando não bem abordada à ruptura dos tendões do Manguito Rotador é a Síndrome do Impacto do Ombro (SIO), que acontece quando as estruturas dessa articulação (tendões e bursas) sofrem compressão durante o movimento de levantar o braço, por uma porção da escápula (Acrômio) e uma porção do Úmero (Tubérculo Maior), devido a um desequilíbrio muscular.

Estima-se que 95% das lesões do MR sejam provocadas pela SIO.

Outros fatores que colaboram para o aparecimento dessa situação:

– Envelhecimento

– Sobrecarga

– Sedentarismo

– Desequilíbrio Muscular

– Tabagismo

– Atividades esportivas de arremesso ou que usam o braço e grande amplitude: tênis, basquete, vôlei, beisebol, handball, natação.

– Atividades de trabalho repetitivas, que usam o braço, principalmente carregando peso ou com amplitudes de movimento exageradas, como, por exemplo: professores, costureiras, faxineiros e pintores.

– Traumas;

Podemos observar algumas diferenças entre os tendões do Manguito Rotador. O tendão do músculo supraespinal é o menos vascularizado. Isso faz com que apresente o maior índice de tendinopatia do Ombro e, consequentemente de lesão. Seguido do tendão do músculo infraespinal.

A lesão do tendão pode ser parcial ou completa.

Em relação aos SINTOMAS, encontramos:

– Dor para elevar o braço até o final ou incapacidade de completar/ realizar o movimento;

– Dor na região lateral ou posterior do Ombro, podendo ser referida até a região acima do cotovelo;

– Dor noturna.

– Dor ou incapacidade de realizar tarefas do dia a dia como: secar o cabelo, estender roupas, pegar objetos acima da cabeça, pegar objetos pesado.

– Dor ou incapacidade para a prática esportiva.

TRATAMENTO

Para a indicação do tratamento adequado, será feita a avaliação física e solicitado exame de imagem (raio – x e ressonância magnética), para avaliar a articulação, estruturas ósseas, o tendão, o tamanho da lesão (se parcial ou total), se de um único tendão ou mais de um, se há lipossubstituição da musculatura, entre outros achados.

Para definir a abordagem, são levados em conta fatores como: idade, atividade laboral e esportiva, limitação de movimento e tamanho da lesão.

Inicialmente, pode haver indicação do tratamento conservador (não cirúrgico), com fisioterapia, que apresenta resultados satisfatórios em lesões parciais, por exemplo.

São aplicadas técnicas para melhorar a dor, restaurar a amplitude de movimento e reestabelecer o equilíbrio muscular.

ATENÇÃO: Sem o reequilíbrio muscular o tratamento NÃO pode ser considerado COMPLETO!!

Além disso, é IMPRESCINDÍVEL a conscientização quanto à mudança de alguns hábitos e seguir as orientações do FISIOTERAPEUTA quanto às melhores formas de se realizar as atividades de vida diária, trabalho e esporte.

Quando há falha do tratamento conservador (3 a 12 meses de tratamento, sem melhora completa dos sintomas), o cirurgião realiza o procedimento para correção das estruturas ósseas responsáveis pela compressão das partes moles (tendões e Bursa) e o reparo do tendão lesionado.

Após o procedimento cirúrgico, é essencial que seja realizada a fisioterapia pós-operatória, para reestabelecimento completo da função do ombro operado.

O paciente permanecerá entre 4 a 6 semanas com tipoia com afastador, para limitar o movimento do membro operado.

 

Nessa primeira etapa, a fisioterapia atua com recursos de analgesia e recursos que auxiliam no processo de cicatrização (ultrassom, laser, correntes analgésicas), liberação miosfacial, massagem cicatricial após a retirada dos pontos e crioterapia.

                                       

A mobilização do ombro pode ser iniciada nessa fase, de maneira passiva, quando o fisioterapeuta realiza o movimento sem que o paciente faça força, em pequenos graus, protegendo a estrutura que está em processo de cicatrização.

A partir da 6ª semana é liberada a movimentação total, porém, deve ser realizada de maneira gradual e respeitando a dor.

Depois se inicia a fase de fortalecimento da musculatura escapular, para melhorar a postura e posicionamento articular e, respeitando o tempo de cicatrização, são inseridos os exercícios para o Manguito Rotador.

A última fase da reabilitação envolve o treino do gesto esportivo e das atividades laborais e retorno às atividades.

O tempo médio de recuperação da cirurgia de reparo de manguito rotador é de 4 a 6 meses, podendo variar de acordo com o tamanho da lesão, tipo de cirurgia (via aberta ou atroscópica), idade do paciente e evolução clínica.

É essencial o trabalho multidisciplinar e comunicação entre o fisioterapeuta e o cirurgião, para que as etapas da reabilitação sejam feitas de maneira adequada.

A participação do paciente e entendimento das etapas do tratamento, também são fundamentais para diminuir o risco de recidiva da lesão.

Após a alta é possível que o paciente retorne para todas as suas atividades, sem dor. Porém, deve manter uma rotina de exercícios orientados pelo fisioterapeuta para evitar novos episódios de dor e diminuir o risco de uma nova lesão.

 

Referências Bibliográficas:

https://sbot.org.br/lesao-do-manguito-rotador/

https://www.semanticscholar.org/paper/Results-evaluation-of-arthroscopic-repair-of-cuff-S%C3%A9rgio-%C4%BD./ce77f74bb7c3d45ca4ae18a4287873409568d629

 

Tendinopatia de ombro – Manguito Rotador

Tendinopatia de ombro – Manguito Rotador

 

O ombro:

É uma das articulações mais complexas do nosso corpo. Formada por um conjunto de estruturas: ossos, músculos, tendões, ligamentos, cápsula articular e lábio glenoidal, é a articulação mais móvel do corpo, porém é também a mais instável.

Uma das estruturas mais importantes para esse complexo é o Maguito Rotador, composta por um grupo de quatro músculos (supraespinal, infraespinal, redondo menor e subescapular), que estão posicionados em torno da articulação do Ombro, sendo responsáveis por estabilizá-la e produzir os movimentos de: elevação do ombro, abdução, rotação lateral e rotação medial.

As tendinopatias do Manguito Rotador estão entre as lesões mais comuns do Ombro e, geralmente são dolorosas e limitantes, podendo chegar a incapacitar algumas atividades do dia a dia, trabalho e ou esportivas.

Podendo aparecer em qualquer faixa etária, se apresenta com mais frequência nos indivíduos entre 40 a 60 anos, com maior predisposição às mulheres.

São vários fatores que colaboram para o aparecimento dessa situação. Entre os principais, temos:

– Envelhecimento

– Sobrecarga

– Sedentarismo

– Desequilíbrio Muscular

– Tabagismo

– Atividades esportivas de arremesso ou que usam o braço e grande amplitude: tênis, basquete, vôlei, beisebol, handball, natação.

– Atividades de trabalho repetitivas, que usam o braço, principalmente carregando peso ou com amplitudes de movimento exageradas, como, por exemplo: professores, costureiras, faxineiros e pintores.

– Traumas;

Porém, a causa mais comum que leva ao surgimento da tendinopatia é a chamada Síndrome do Impacto do Ombro (SIO), que acontece quando as estruturas do ombro (tendões e bursas) sofrem compressão durante o movimento de levantar o braço por uma porção da escápula (Acrômio) e uma porção do Úmero (Tubérculo Maior), devido a um desequilíbrio muscular, sendo responsável por até 60% dos casos de DOR no ombro.

Ainda dentro das causas de SIO e tendinopatia do Manguito Rotador, a anatomia é um fator determinante dessa condição.

Nós possuímos diferentes tipos de Acrômios:

A proeminência óssea da Escápula responsável pela compressão das estruturas que estão dentro do espaço subacromial. Quanto mais curvo o acrômio, maior a chance de ocasionar a síndrome do impacto do ombro.

Os autores Morrison e Bigliani, descreveram três tipos de acrômio:

  •  plano (Tipo I);
  •  curvo (Tipo II);
  • ganchoso (Tipo III)

Estudos em cadáveres mostram uma incidência de 80% de roturas do manguito, associadas com as formas acromiais curvas e ganchosas.

A autora Snyder, também atribui à espessura aumentada no terço anterior do acrômio, importante participação na patologia, independente da curvatura acromial.

Nesse caso, o acrômio nos Tipos:

A → quando a espessura, visualizada na radiografia em perfil do acrômio, é menor que 8 mm;

B → quando esta se situa entre 8 e 12 mm;

C → quando acima de 12 mm

Além das particularidades ósseas, também observamos algumas diferenças entre os tendões do Manguito Rotador. Nesse caso, o tendão do músculo supraespinal é o menos vascularizado. Isso faz com que essa estrutura apresente o maior índice de tendinopatia do Ombro.

Em relação aos SINTOMAS da tendinite do ombro, geralmente encontramos:

– Dor para elevar o braço até o final ou incapacidade de completar o movimento;

– Dor na região lateral ou posterior do Ombro, podendo ser referida até a região acima do cotovelo;

– Inicialmente a dor aparece durante algumas atividades e, com a piora do quadro, pode estar presente no fim do dia e em repouso;

– Dor noturna.

TRATAMENTO

O tratamento da tendinopatia é inicialmente conservador (NÃO-CIRÚRGICO), feito através de fisioterapia, onde após a avaliação, são aplicadas técnicas para melhorar a dor, restaurar a amplitude de movimento e reestabelecer o equilíbrio muscular.

ATENÇÃO: Sem o reequilíbrio muscular o tratamento NÃO pode ser considerado COMPLETO!!

Além disso, é IMPRESCINDÍVEL a conscientização quanto à mudança de alguns hábitos e seguir as orientações do FISIOTERAPEUTA quanto às melhores formas de se realizar as atividades de vida diária, trabalho e esporte.

A SIO e a tendinopatia podem reaparecer caso essas adaptações e mudanças não sejam feitas de maneira permanente. Quadros de tendinite redicivante podem resultar em lesão parcial ou total dos tendões do Manguito Rotador.

Quando há falha do tratamento conservador (3 a 12 meses de tratamento, sem melhora completa dos sintomas), geralmente em pacientes com acrômio dos tipos II e III, o cirurgião realiza o procedimento de Acromioplastia, transformando a estrutura antes curva ou ganchosa em plana.

Após o procedimento cirúrgico, também é indicada a fisioterapia pós-operatória.

Nesse caso, o fisioterapeuta também irá realizar as etapas de melhora da dor, pode utilizar recursos como laser, ultrassom e correntes para auxiliar no processo de cicatrização e, por fim e mais importante etapa do tratamento, o ganho de força e reequilíbrio muscular, com retorno às atividades laborais e esportivas sem dor ou limitação.

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-Abaixo segue um vídeo de uns dos principais exercícios para o tratamento da tendinopatia de ombro:

Referências Bibliográficas:

https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232008000200027&lng=pt&tlng=pt

https://bjsm.bmj.com/content/44/13/918.long