Tudo o que você precisa saber sobre Pilates

A origem do método Pilates

 

O método foi desenvolvido na década de 1920, baseado no conceito chamado de contrologia, e este conceito nada mais é do que o controle consciente de cada movimento executado pelo nosso corpo através de músculos, tendões, ligamentos e toda nossa estrutura.

É a forma correta como o corpo deve “agir” durante cada execução de um movimento, envolvendo a mente e o espirito. A contrologia permite o desenvolvimento uniforme do corpo permitindo a aquisição de uma boa forma física, livre de patologias.

Portanto Pilates é um método baseado em exercícios de concentração, força e mobilidade, utilizando exercícios específicos.

Joseph Pilates foi uma figura notável, bem a frente de seu tempo. Nasceu na Alemanha, perto de Dusseldorf, em 1880. Por ter nascido doente, sofrendo de asma, raquitismo e febre reumática, dedicou toda a sua vida, para tornar seu corpo fisicamente forte.

Na sua juventude, estudou e tornou-se especialista em cultura física, mergulho, esqui e ginástica. Com 14 anos, sua forma física era tão intensa que servia de modelo vivo para desenhos de mapas de anatomia muscular.

Em 1912, mudou-se para a Inglaterra, onde ganhava a vida como lutador de boxe, artista de circo e treinador de autodefesa.

Quando a Primeira Guerra Mundial começou, dois anos mais tarde, foi considerado estrangeiro inimigo e levado para um campo de concentração em Lancaster, junto com outros alemães e, mais tarde, transferido para Ilha de Man. Pilates tornou-se enfermeiro e treinou outros estrangeiros no campo de concentração com os exercícios de cultura física que ele mesmo desenvolveu. Adaptou macas com molas, fazendo os protótipos dos aparelhos que são utilizados até hoje nos estúdios do Método Pilates.

Sua técnica foi reconhecida quando nenhum dos internos daquele campo padeceu na epidemia de gripe, que matou milhares de pessoas em outros campos da Inglaterra em 1918.

Após a guerra, Pilates continuou com os programas de treinamento de condicionamento físico em Hamburgo, Alemanha, onde aperfeiçoou seu método, trabalhando com a força policial da cidade.

Em 1926, desiludido com o trabalho do exército alemão, Pilates migrou para os Estados Unidos. No navio para a América, Pilates encontrou sua futura esposa, Clara. Quando chegou, o casal fundou um Estúdio de Pilates na cidade de Nova Iorque, que funciona até hoje. Joe e sua esposa supervisionaram, pessoalmente, seus clientes naquele estúdio até a década de 60.

Dos 34 movimentos criados por Joseph Pilates no método original, deram origem a aproximadamente 500 variações com ou sem aparelhos, que possuem o mesmo intuito de fortalecer e alongar toda musculatura do corpo, melhorando a flexibilidade e a coordenação motora.

Cada exercício deve ser executado com o máximo de atenção possível e não de forma automática como a maioria das pessoas acabam fazendo os demais exercícios. Por este motivo o método não apresenta repetições de séries e cada movimento é repetido por aproximadamente dez vezes.

Portanto Pilates é um método baseado em exercícios de concentração, força e mobilidade, utilizando exercícios específicos.

 A técnica de Pilates se divide em exercícios realizados no solo e em aparelhos. Todos eles favorecem o trabalho dos músculos estabilizadores enquanto que elimina a tensão excessiva dos músculos e compensações de movimentos envolvendo uma larga variedade de movimentos.

    Os exercícios realizados em solo se caracterizam por ser de caráter educativo, ou seja, enfatizam o aprendizado da respiração e do centro de força. Já os exercícios realizados nos aparelhos envolvem uma larga possibilidade de movimentos, todos eles realizados de uma forma rítmica, controlada, associada à respiração e correção postural.

    A intensidade dos exercícios desenvolvidos nos equipamentos é fornecida através das molas. Estas são classificadas através de cores diferentes que se classificam em preta, vermelha, verde, azul e amarela, em ordem decrescente de intensidade. Além de oferecerem resistência nos treinamentos, muitas vezes são usadas como assistência durante o movimento.

A avaliação: postural e de força, para graduar o nível em que se encontra  (Básico, Intermediário e avançado) e o atendimento é baseado nas queixas e objetivos do cliente.

    Os aparelhos são descritos a seguir:

  • REFORMER:

O primeiro equipamento construído por Pilates. Caracteriza-se por ser em forma de cama e é composto por um carrinho deslizante e cinco molas (duas vermelhas nas extremidades, uma azul, verde e amarela no meio), barra alta e baixa que podem ser utilizadas em dois níveis de alavanca, perto (mais intenso) ou mais afastado (menos intenso), dos pés da cama; cordas que são utilizadas com alças nos pés ou de mãos; acessórios (caixa longa, meia lua, plataforma).

  • CADEIRA:

Possui pedais separados para proporcionar trabalho assimétrico simultâneo. Contem dois apoios laterais de ferro, dois pares de molas, ganchos para molas, dois pedais para movimento alternado e independente que quando fixo por um bastão se transformam em um único pedal.

  • CADILLAC:

Possui duas barras de ferro fixas a um colchão, barra de trapézio, dois pares de alça de tornozelo e coxa ajustável, duas barras móveis -uma vertical e outra horizontal, e é utilizado para os exercícios aéreos.

  • BARREL:

É um aparelho de degraus dispostos como em um espaldar com uma meia lua fixa à frente.

Benefícios do Pilates 

  • Melhora do Condicionamento Físico

  • Alinhamento Postural

  • Estímulo da Circulação

  • Fortalecimento do Corpo como um todo – especialmente da Musculatura Abdominal

  • Gera Flexibilidade

  • Melhora da Coordenação

  • Ajuda na Descompressão das Vértebras da Coluna

  • Eleva a capacidade de Contração Muscular

  • Auxilia no Combate do Estresse

  • Tonifica Áreas Enfraquecidas

  • Aumenta a Densidade Óssea

  • Aumenta a Mobilidade das Articulações

  • Diminui Tensões e Fadigas

  • Causa Aumento da Capacidade Respiratória e Cardiovascular

Princípios do Pilates

  • Concentração:

Durante todo o exercício a atenção é voltada para cada parte do corpo, para que o movimento seja desenvolvido com maior eficiência possível. Nenhuma parte do corpo não é importante e nenhum movimento é ignorado. A atenção dispensada na realização do exercício é destacada ao aprendizado motor, que é o grande objetivo da técnica.

  • Controle:

Define-se como controle do movimento o discernimento da atividade motora de agonistas primários numa ação específica. A coordenação é a integração da atividade motora de todo o corpo visando um padrão suave e harmônico de movimento. É importante a preocupação com o controle de todos os movimentos a fim de aprimorar a coordenação motora, evitando contrações musculares inadequadas ou indesejáveis.

  • Precisão:

De fundamental importância na qualidade do movimento, sobretudo, ao realinhamento postural do corpo. Consiste no refinamento do controle e equilíbrio dos diferentes músculos envolvidos em um movimento.

  • Power House/ Centralização:

A este princípio Pilates chamou de Powerhouse ou centro de força, o ponto focal para o controle corporal. Constitui-se pelas quatros camadas abdominais: o reto do abdome, oblíquo interno e externo, transverso do abdome; eretores profundos da espinha, extensores, flexores do quadril juntamente com os músculos que compõe o períneo. Este centro de força forma uma estrutura de suporte, responsável pela sustentação da coluna e órgãos internos. O fortalecimento desta musculatura proporciona a estabilização do tronco e um alinhamento biomecânico com menor gasto energético aos movimentos.

  • Respiração:

Joseph Pilates afirmava que freqüentemente respiramos errado e usando apenas uma fração da capacidade do pulmão. Por isto, Pilates em seu trabalho enfatizava a respiração como o fator primordial no início do movimento, fornecendo a organização do tronco pelo recrutamento dos músculos estabilizadores profundos da coluna na sustentação pélvica e favorecendo o relaxamento dos músculos inspiratórios e cervicais. O ciclo respiratório proposto pelo método ocorre na seguinte ordem cronológica: 1) Inspiração torácica; 2) Expiração do tórax superior; 3) Expiração do tórax inferior e 4) Expiração abdominal. Este ciclo deve ser sincronizado ocorrendo ao mesmo tempo da ação muscular, favorecendo o incremento da ventilação pulmonar, a melhora da oxigenação tecidual, conseqüentemente a captação de produtos metabólicos associados à fadiga.

  • Movimento Fluido:

Refere-se ao tipo de movimento, que deve ser de forma controlada e contínua, deve exibir qualidade de fluidez e leveza, que absorvam os impactos do corpo com o solo e que usam da inércia, contribuindo para a manutenção da saúde do corpo. Ao contrário movimentos truncados, pesados, que criam choques no solo, levam ao desperdício de energia, além de tornar os tecidos propensos ao desgaste prematuro.

 

Referências Bibliográficas:

CRAIG, C. Pilates com a bola. São Paulo: Phorte, 2003.

ESCO, M.; OLSON, M.S.; MARTIN, R.S. et al. Abdominal EMG of Selected Pilates’ Mat Exercises. Medicine and Science in Sports and Exercise. 36(5) Suppl.: 357, 2004.

https://www.revistas.ufg.br/fef/article/view/33725/19029

https://blogpilates.com.br/metodo-pilates-e-sua-historia/

 

 

Importância da atividade física na terceira idade

Importância da atividade física na terceira idade

A expectativa de vida vem aumentando e o número de pessoas com mais de 60 anos está crescendo mais rapidamente que qualquer outra faixa etária. A maior expectativa de vida e a queda nas taxas de natalidade são as principais razões para essa mudança demográfica. O envelhecimento da população é um fenômeno mundial que tem consequências diretas nos sistemas de saúde pública.

Segundo dados do IBGE, a expectativa de vida dos brasileiros vem aumentando ano a ano. Em 2015, chegou aos 75 anos. Em 2050, a estimativa é de que cerca de 30% da população brasileira terá mais de 65 anos.

A terceira idade precisa de cuidados especializados e diferenciados para que a autonomia, independência e suas potencialidades sejam mantidas ou melhoradas para sua saúde biopsicossocial.

Faz parte do processo de envelhecimento humano normal: alterações funcionais, orgânicas e morfológicas. Essa condição está associada a um declínio progressivo na saúde física e psicológica, aumentando a incapacidade e dependência desse idoso, que inclui: uma maior dificuldade de aprender novas línguas, uma menor capacidade de concentração e um maior esquecimento.

Diferente da demência, a pessoa com um envelhecimento normal pode esquecer detalhes ou perder as coisas, mas os idosos que sofrem com demência apresentam características mais especificas dependendo do tipo de demência. O envelhecimento pode variar de indivíduo para indivíduo, sendo gradativo para uns e mais rápido para outro. Essas variações são dependentes de fatores como estilo de vida, condições socioeconômicas e doenças crônicas.

Há evidências de que o processo de envelhecimento tem característica multifatorial e depende da programação genética e das alterações que ocorrem a nível celular-molecular, causando diminuição da capacidade funcional das áreas afetadas e sobrecarga dos mecanismos que mantém o equilíbrio do corpo.

Os sinais de deficiências funcionais vão aparecendo de maneira discreta no decorrer da vida, sendo esse processo chamado de senescência, condição que não deve ser considerada como doença. Em condições basais o idoso não apresenta alterações no funcionamento ao ser comparado com o jovem, porém quando se torna necessária utilização de reservas homeostáticas, no idoso são mais fracas.

Além do desgaste orgânico, existem alterações nos aspectos culturais, sociais e emocionais, demonstrando um fenômeno progressivo que se manifesta em diversas idades cronológicas. Cada sujeito possui o seu modo singular de envelhecer, segundo variáveis como sexo, lugar onde se nasce e se vive, família e experiências de vida.

Todos os sistemas do corpo sofrem alterações naturais com o decorrer da idade. Listamos as principais:

Alterações Cardíacas

O processo de envelhecimento reduz a frequência cardíaca em repouso, provoca aumento do colesterol, aumento da resistência vascular, consequentemente aumentando a pressão arterial.

Alterações Respiratórias

Algumas alterações estruturais no aparelho respiratório são evidentes com o envelhecimento. A caixa torácica fica mais enrijecida e há uma diminuição da elasticidade pulmonar.

Derme e Epiderme

A junção derme epiderme fica mais delgada, a pele tem uma queda de espessura de 20%, ficando mais fina e suscetível a lesões e infecções. Existe um a diminuição de melanócitos, ocasionando a queda da foto proteção, deixando a pele mais sensível ao sol. Os vasos sanguíneos ficam frágeis sendo facilmente rompidos e existe uma diminuição da celularidade, ocasionando assim um prejuízo na cicatrização.

Alterações do Sistema Nervoso Central

O sistema mais comprometido com o envelhecimento é o Sistema Nervoso Central (SNC), responsável pelas sensações, movimentos, funções psíquicas e pelas funções biológicas internas. Existe uma redução no número de neurônios, redução na velocidade de condução nervosa, redução da intensidade dos reflexos, restrição das respostas motoras, do poder de reações e da capacidade de coordenações.

Alterações no Sistema Osteomioarticular

– Ossos

O envelhecimento causa uma redução de massa óssea equivalente a 1% nas mulheres e 0,3% nos homens por ano, ou seja, o osso começa a ficar mais poroso ficando mais suscetível a fraturas. Uma fratura em idoso aumenta o risco de hospitalização, dependência, medo de quedas, diminuição das atividades de vida diária, infecções e morte.

– Músculos

Existe uma redução de massa muscular de 40% para membros inferiores e 30% para membros superiores. Essa perda pode estar relacionada a vários fatores: ao próprio processo de envelhecimento, a falta de nutrição por alimentação ou por algum outro processo como a disfagia, perda dentária, da qual deve ser avaliado por uma equipe multidisciplinar.

A diminuição dos níveis de massa óssea e muscular inicia por voltar dos 30 anos de idade, sendo acentuada após os 50 anos.

– Articulações

Existe uma redução do líquido sinovial (líquido que nutre a articulação), redução da cartilagem, que tem a função de proteger o osso, causando dor e rigidez articular, comumente caracterizada pela osteoartrose.

Além das alterações naturais do processo de envelhecimento, entre as principais patologias que acometem os idosos, encontramos: Hipertensão arterial (HAS), Diabetes (DM), Doença de Alzheimer, Parkinson, Acidente Vascular Encefálico (AVE), Demência Senil, doenças psiquiátricas como Depressão, Ansiedade, alterações do sono e Doença Cardíaca.

Para a promoção de saúde e prevenção de doenças, é importante ser levado em consideração o estilo de vida do indivíduo idoso. A literatura atual refere à importância desse fator para se alcançar a qualidade de vida na velhice.

Não é possível reverter o declínio e o processo de envelhecimento, mas, com a atividade física, pode-se amenizar a velocidade com que acontecem as modificações nos sistemas.

Atividade Física e Envelhecimento: Benefícios

Dos fatores mais importantes para um envelhecimento e uma manutenção de vida saudável na terceira idade citamos a atividade física. Ela é fundamental em todas as etapas da vida, desempenhando papel essencial e agindo diretamente na qualidade de vida da pessoa idosa. Além disso, auxilia no controle das mudanças ocorridas durante o processo natural de envelhecimento.

Outros benefícios da atividade física na terceira idade são: a melhoria do bem-estar geral, a melhora da condição da saúde física, a preservação da independência, promovendo autonomia nas atividades do cotidiano. Observamos também: o controle da pressão arterial, a melhora da capacidade cardiovascular e respiratória, manutenção do movimento articular e flexibilidade dos tecidos, diminuição do risco de doenças e prevenção do câncer.

Quando pensamos em saúde mental, a prática de exercícios também previne ou retarda o declínio intelectual além de:

– Proporcionar melhora do humor e da memória;

– Reduzir o stress e a depressão e, consequentemente promove a manutenção do bem-estar.

– Auxiliar na regulação, produção e liberação de hormônios e reações químicas como: GH, endorfina, insulina;

– Essencial para regulação do sono;

– Auxiliar no tratamento da dor crônica: (dor lombar crônica, doenças reumáticas, osteoartrose, entre outras comuns na terceira idade)

– Promover aumento da imunidade.

Entre os benefícios para da atividade física para a saúde do corpo, a literatura relata:

– Desacelera a perda de massa muscular que ocorre a partir dos 30 anos de idade;

– Previne e desacelera a perda de massa óssea, que inicia aos 35 anos;

– Diminui o risco de osteoporose;

– Auxilia na manutenção da cartilagem;

– Previne lesões ortopédicas como: osteoartrose, dor lombar, tendinopatias;

– Melhora o equilíbrio;

– Melhora os sintomas da menopausa nas mulheres.

Como podemos ver, os benefícios da atividade física para o nosso corpo e mente são inúmeros e indiscutíveis durante a terceira idade. Assim, é importante conscientizar que a atividade física deve estar presente nessa fase da vida, pois colabora com a saúde, agindo sobre o envelhecimento, e evitando muitas vezes a limitação funcional, mantendo o idoso independente e autônomo o máximo de tempo possível.

No vídeo a seguir preparamos uma sequência de exercícios domiciliares para prevenir quedas em idosos:

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Referências bibliográficas:

PAULA, Jéssica, et al Analysis of methods for detecting sarcopenia in independent community-dwelling elderly women; Rev. bras. geriatr. gerontol. vol.19 no.2 Rio de Janeiro Mar./Apr. 2016

Prevenção de quedas em idosos

Prevenção de quedas em idosos

O envelhecimento enquanto processo fisiológico em que ocorrem um conjunto de alterações estruturais e funcionais desfavoráveis do organismo que se acumulam de forma progressiva, especificamente em função do avanço da idade. Essas modificações prejudicam o desempenho de habilidades motoras, dificultando a adaptação do indivíduo ao meio ambiente, desencadeando modificações de ordem psicológica e social.

A queda é definida como uma falta de capacidade para corrigir o deslocamento do corpo, durante seu movimento no espaço.

Os idosos mais susceptíveis a quedas são aqueles que apresentam alguma enfermidade, especialmente as que levam as alterações da mobilidade, equilíbrio e controle postural, sendo a ocorrência de quedas diretamente proporcional ao grau de incapacidade funcional.

A incidência de quedas é alta em idosos. Este evento pode ocasionar graves consequências, como: a diminuição da autonomia e capacidade funcional, o isolamento social e até mesmo provocar a morte.

As quedas podem ser ocasionadas por vários fatores, como: psicológicos, fisiológicos ou ambientais, que na maioria das vezes se encontram associados.

Dentre os fatores fisiológicos, podemos citar àqueles que são inerentes ao processo de envelhecimento, como: a hipotrofia, sarcopenia, diminuição da mobilidade articular, mudanças no equilíbrio, diminuição da acuidade visual, entre outros.

A hipotrofia está relacionada com a redução do número e do tamanho das fibras musculares, devido à perda de neurônios motores em funcionamento.

A sarcopenia é caracterizada pela perda de força muscular não-patológica relacionada ao processo de envelhecimento. Contudo o equilíbrio e a marcha são alterados devido a uma maior instabilidade, com isso, os indivíduos aumentam a base de sustentação, o tempo do duplo apoio e a diminuição do comprimento e da altura da passada.

A visão é um dos elementos que estão diretamente relacionados com a propriocepção, com isso, a diminuição da acuidade visual também contribui para a perda de equilíbrio.

A diminuição da mobilidade articular pode restringir alguns movimentos presentes no cotidiano dos idosos, como subir o degrau do ônibus.

O principal  fator psicológico relacionado às quedas é o próprio medo de cair. Estudos mostram que indivíduos que sofrem uma queda desenvolvem um medo de cair, que pode levar a comportamentos cautelosos auxiliares na prevenção de quedas ou reduzir a confiança, o que pode causar um maior risco de quedas.

Como prevenir as quedas

  • Adaptação da casa do idoso:

– Os fatores ambientais ganham destaque, visto que muitos idosos desconhecem que algumas mudanças de hábitos em seu cotidiano, assim como a adaptação do ambiente domiciliar são necessárias para a prevenção de quedas.

-A residência dos idosos muitas das vezes não está adaptada às suas necessidades, por exemplo: presença de tapetes, pisos escorregadios, degraus, ausência de bancos ou barras de apoio no banheiro, ausência de corrimão nas escadas, entre outros.

A estrutura das cidades em geral não está muito bem preparada para receber os idosos, ao passo que existem muitas calçadas desniveladas, ruas esburacadas, degraus muito altos para entrada nos ônibus, semáforos com tempo de travessia muito curto, etc.

Atividade física

– A atividade física poderia contribuir em todos os processos: desde o retardo de algumas alterações fisiológicas, contribuindo para a manutenção da força, melhora da flexibilidade e do equilíbrio e até mesmo para evitar o surgimento do medo de cair, pois os indivíduos reconhecerão a própria independência e as suas limitações.

– Projetos de lazer voltados para a melhora do controle postural e fortalecimento muscular e ações educativas, se mostram alternativas interessantes para a prevenção de quedas

Além disso, a prática regular de exercícios físicos melhora a capacidade física dos idosos, diminuindo o número de quedas e por consequência melhorando a qualidade de vida destes indivíduos.

Orientações

Quanto a um aumento da atenção e percepção ao caminhar nas ruas, além de modificações necessárias na estrutura do domicílio. Associado a estes, os fatores ambientais ganham destaque, visto que muitos idosos desconhecem que algumas mudanças de hábitos em seu cotidiano, assim como a adaptação do ambiente domiciliar são necessárias para a prevenção de quedas.

Os programas de prevenção de quedas devem ser constituídos com ações de educação em saúde, levando em conta os fatores social tais como a autonomia e o isolamento social e orientando os participantes para os cuidados que devem ser adotados no dia-a-dia.

Devem ser incluídos nestes programas exercícios físicos de força, equilíbrio e flexibilidade voltados para as atividades de vida diárias.

A orientação sobre a maior atenção ao deambular pela cidade é necessária, uma vez que está não se mostra preparada para acolher os idosos, devido à presença de buracos nas calçadas, desníveis do solo, degraus altos, semáforos com tempo reduzido para a travessia do pedestre.

Referências Bibliográficas:

Farinatti, P. T. V. Envelhecimento: promoção da saúde e exercício. Manole. 2008.

MORAES, E. N. Princípios básicos de geriatria e gerontologia. Brasília: Coopmed, 2008.

A Acupuntura como aliada no tratamento da ansiedade e estresse

A acupuntura visa prevenir e tratar doenças através do equilíbrio das energias circulantes no corpo, pois segundo esta filosofia um organismo com energia equilibrada não adoece.

Atualmente, dentre os diversos problemas de saúde, a ansiedade e o estresse vem causando diversos transtornos a saúde dos indivíduos diminuindo a qualidade de vida. O estresse, para a medicina ocidental, é denominado como um conjunto de várias reações desenvolvidas pelo organismo quando o mesmo é submetido a situações que exigem esforço e adaptações. O estresse e a ansiedade acabam mexendo com o equilíbrio do organismo. Denomina-se estresse um estado de tensão que é proveniente de uma ruptura no equilíbrio interno do organismo.

Para a Medicina tradicional chinesa (MTC) a ansiedade e o estresse são entendidos como uma desarmonia da mente, podendo ser por uma situação de excesso, insuficiência ou estagnação do “Qi” ou até mesmo de “Xue” (sangue) no coração ou em outro órgão que pode afeta-lo. Segundo a filosofia oriental, o coração abriga a mente, consequentemente os distúrbios relacionados à mente são resultantes de uma desarmonia ou desequilíbrio do coração como é o caso da ansiedade e do estresse.

A sintomatologia de um indivíduo que apresenta ansiedade e estresse é caracterizado com insônia, dores de cabeça, cansaço, irritabilidade, desanimo, falta de concentração. Além disso, podem ainda, dependendo do nível de ansiedade e estresse, apresentar hipertensão arterial, má circulação, prisão de ventre, alterações no sangue, dores musculares e problemas de pele.

Os níveis de estresse e ansiedade podem ser verificados por meio de dosagem de cortisol. Uma de suas principais funções é a elevação do seu nível na corrente sanguínea diante de uma situação de estresse. Sua liberação por meio das glândulas suprarrenais destaca-se como um fator de suma importância na resistência do organismo frente a agressões sejam elas físicas ou psíquicas. À liberação excessiva de cortisol, acaba desencadeando situações de perda de controle, ansiedade e principalmente o estresse.

De acordo com a OMS aproximadamente 33% da população mundial sofre com transtornos de ansiedade. Geralmente a população acaba optando pelos tratamentos convencionais, como é o caso dos medicamentos ansiolíticos, entretanto, estes podem acarretar problemas como dependência medicamentosa. Sabe-se que a acupuntura vem se destacando como forma de tratamento complementar para diversas patologias segundo a OMS.

A estimulação de determinados pontos através da acupuntura pode interagir em áreas do cérebro que são conhecidas por reduzir a sensibilidade à dor e tensão através da liberação de substâncias chamadas endorfina e serotonina, bem como promover o relaxamento e a desativação da função analítica do cérebro, que é responsável pela ansiedade.

Fatores externos e internos podem interferir ao longo do tratamento do indivíduo, pois a acupuntura está relacionada a condições externas como ambiente e clima e internas como alimentação e estado emocional. Vale ressaltar que o tratamento de acupuntura não proporciona curas imediatas, mas sim uma melhora gradual no quadro da doença, podendo sofrer as influências citadas anteriormente.

 

Referências Bibliográficas:
  1. Chonghuo. Tratado de Medicina Chinesa. Roca, São Paulo, SP, 2011.
  2. Campiglia. Psique e Medicina Tradicional Chinesa. Roca, São Paulo, SP, 2004.

 

 

 

Quando o Pilates é indicado?

O método Pilates, desenvolvido inicialmente para ganho de força muscular, ganhou popularidade e novos objetivos, incluindo ganho de flexibilidade e definição corporal. À medida que novos benefícios eram observados e estudados, o método foi sendo aplicado no tratamento de diferentes disfunções.

Os artigos científicos mostraram que o método pode ser utilizado na reabilitação em diferentes populações, incluindo gestantes e idosos; e também com diferentes finalidades, entre elas tratamento da lombalgia, correção postural, ganho de massa óssea, e de força no período pós-operatório; sendo mais indicado no tratamento da lombalgia independentemente da idade. O método pode ser adaptado aos cuidados necessários em cada população e disfunção, apresentando poucas contraindicações e permitindo a progressão de acordo com o indivíduo acompanhado. Quanto à forma de aplicação, todos os princípios do método devem ser seguidos quando este for utilizado na reabilitação.

O método é recomendado para ganho de flexibilidade, de definição corporal, e para aumento da saúde. Recentemente ganhou espaço e popularidade no tratamento de atletas de elite na reabilitação; sendo também empregado no tratamento de desordens neurológicas, dor crônica, problemas ortopédicos como por exemplo dor lombar.

  • Tratamento de lombalgia:

O método Pilates tem sido muito procurado para o  tratamento da lombalgia devido a sua alta incidência. O exercício é um dos tratamentos mais eficientes para esta disfunção, tanto a longo quanto em curto prazo. Os exercícios descritos como mais eficientes seguem os princípios do método, como contração dos músculos múltifido e transverso abdominal associados a respiração, além de progressão de acordo com as características do paciente.

 

  • Gestantes:

O Pilates tem efeitos positivos quando utilizado em gestantes. Estas buscam o método devido a leveza dos movimentos, e através dele obtêm relaxamento e aumento na abertura da caixa torácica, devido à respiração. Além disso, por trabalhar a musculatura abdominal e do assoalho pélvico, há prevenção da diástese abdominal e da incontinência urinária, pois ajuda a tonificar músculos do períneo e melhorar a sustentação da bexiga.

Quando o Pilates for aplicado em mulheres grávidas durante o segundo ou terceiro trimestre gestacional os exercícios na posição supina são contra-indicados.

 

  • Incontinência urinária:

O assoalho pélvico é um grupo muscular que têm a função de sustentação dos órgãos pélvicos e do feto (durante a gestação). E o ponto de maior tensão do assoalho pélvico é o períneo.

O assoalho pélvico é responsável por várias funções essenciais do organismo, e além da sustentação das vísceras ele é o responsável pela continência urinária e fecal e pelo desempenho sexual.

Além da ativação do “powerhouse” (que inclui a musculatura do assoalho pélvico), outro benefício que o Pilates oferece é o treino da respiração associada ao movimento. Porém deve-se evitar a Manobra de Valsalva (ato de “prender o ar” durante os exercícios) que aumenta a pressão intrabdominal,  levando a fadiga da musculatura do assoalho pélvico mais rapidamente e tendo como consequência a perda da capacidade de manutenção da contração.

Sendo assim, o Pilates é um ótimo aliado no tratamento de incontinência urinaria ,já que os músculos que controlam os esfíncteres são ativados durante os exercícios .A tendência é que o controle da urina melhore com o tempo de prática.

 

  • Idosos

Muitos desconhecem este processo natural da perda de massa muscular (sarcopenia) característico do processo do envelhecimento , gerando assim as consequências da perda da massa muscular o aumento de risco de quedas e falta de equilíbrios nos idosos.

O pilates quando aplicado na população idosa,  melhora a força e a mobilidade, que geralmente estão alteradas devido ao processo de envelhecimento,sedentarismo, a presença de doenças degenerativas, como a artrite.

O Pilates também auxilia na manutenção da pressão arterial, além de influenciar na calcificação óssea. Através da aplicação do método, aliada ao uso de medicação apropriada, conseguiu alterar o diagnóstico de uma paciente, de osteoporose para osteopenia após um ano de tratamento.

Em idosos hospitalizados, a técnica pode ser utilizada para evitar a perda rápida de massa muscular a que esta população está exposta.

Os estudos mostram que maior que as contra-indicações são os cuidados que devem ser tomados. A maioria dos pacientes que são proibidos de participar de programas de exercício convencionais poderiam realizar os exercícios do Pilates, pois os mesmos podem ser feitos no ritmo do paciente e com progressão proporcional ao desempenho apresentado. Sendo que, mesmo quando foram realizadas adaptações nos exercícios, os princípios básicos do método Pilates, como centragem e respiração diafragmática  foram seguidos.

Sarcopenia
  • Pré e pós-operatório

O Pilates pode ser usado tanto no período pré-operatório quanto no pós-operatório de artroplastia de quadril e joelho por exemplo. No primeiro período, o método ajuda a aumentar força, mobilidade e amplitude de movimento (ADM) da articulação acometida e das adjacentes; maximizando a função e flexibilidade. Após artroplastia total de quadril ou joelho, o método é utilizado com os mesmos objetivos do período pré-operatório. É eficaz nessa população por permitir exercícios precoces e que respeitassem os limites de movimentação como flexão do quadril até 90º ,como também auxiliar no aumento de resistência dos músculos adjacentes.

Já em pacientes que foram submetidos a artroplastia total do quadril, é aconselhável que a flexão de quadril seja limitada a 90º, a adução não ultrapasse a linha mediana e a rotação interna seja mínima.

Artroplastia de joelho e quadril
  • Alterações posturais:

A aplicação do Pilates em paciente com escoliose idiopática é uma ferramenta eficaz no combate à progressão da escoliose e pode até mesmo melhorar as condições da mesma. Os exercícios do método  aplicados em uma escoliose severa, de forma concomitante com outros tratamentos (RPG, terapia manual, entre outros). Auxilia no tratamento quando os pacientes não conseguem contrair isoladamente certos grupos musculares, especialmente os relacionados à postura. Com o tratamento combinado há melhora na função e diminuição da dor.

  • Atletas:

O profissional irá traçar o plano de tratamento através de uma avaliação personalizada, que inclui a avaliação do movimento (gesto esportivo), possibilitando identificar os pontos chaves a serem trabalhados.O Foco pode ser prevenção, reabilitação e/ou melhora da Performance Esportiva, de acordo com a fase que o cliente se encontra.

Como o método Pilates não se baseia na quantidade de exercícios, mas sim a perfeição na execução de cada um deles, um dos benefícios para o atleta é o  gesto esportivo especifico.

Na foto acima, exercício arabesque: é um movimento do ballet clássico que tem origem nos arabescos (árabe). Neste movimento, o bailarino cria uma linha alongada o máximo possível desde os dedos dos pês até os dedos das mãos enquanto fica apoiado em uma das pernas, mantendo a esticada na vertical ou em plié.

Joseph Hubertus Pilates: inventor do método Pilates.

 

Referências Bibliográficas:

  • Anderson BD, Spector A. Introductions to pilates-based rehabilitation. Orth Phys Ther Clin. North Am. 2000;9(3):395-410.
  • Anne Caroline Luz Grudtner da Silva[a], Giuliano Mannrich[a] PILATES NA REABILITAÇÃO: uma revisão sistemática Fisioter. Mov., Curitiba, v. 22, n. 3, p. 449-455, jul./set. 2009.

Tratamento fisioterapêutico para dor cervical / cervicalgia

 

Tratamento fisioterapêutico para dor cervical / cervicalgia

Fisioterapia passiva, que envolve tratamentos sendo aplicados sem esforço do paciente. Vários métodos de tratamento estão disponíveis, como aplicação de compressas de gelo, terapia de calor, liberação miofascial, terapia manual, ultrassom, eletroterapia e outros. O objetivo da fisioterapia passiva é ajudar a reduzir a dor e o inchaço.

Fisioterapia ativa, que envolve o paciente movendo seu próprio corpo através de exercícios e alongamentos. Ao melhorar a força e a flexibilidade do pescoço, esses músculos podem se tornar menos dolorosos e mais capazes de manter uma boa postura, o que reduz o estresse na coluna cervical.

A fase inicial da fisioterapia para dor no pescoço pode envolver tratamentos mais passivos, mas é provável que mais e mais tratamentos ativos sejam incorporados com o passar do tempo.

Quando aplicados como parte de um programa de fisioterapia para dores no pescoço, tratamentos passivos são usados para ajudar a reduzir a dor e / ou rigidez. Em teoria, quando a dor e a rigidez são reduzidas, os exercícios para o pescoço podem ser mais eficazes.

Tipos de Fisioterapia Passiva

  • Terapia Manual:

Inclui técnicas de mobilização e manipulação articular além de massagem do tecido conectivo. Através de seu uso conseguimos tratar a dor e diminuir a restrição de movimentos causada pela patologia.

  • Terapia com gelo e / ou calor:

Bolsa de gelo ou frio podem ser aplicados para ajudar a reduzir a dor e o inchaço. Bolsa de calor podem ser aplicados para aumentar o fluxo sanguíneo e relaxar os músculos rígidos. Em alguns casos, a terapia de calor e frio pode ser alternada, dependendo da lesão.

  • A liberação miofascial:

É um procedimento que visa amenizar as dores musculares causadas por tensão. Por meio de pressão sobre o local da dor, realizada manualmente, com o aporte de rolos, com a pistola massageadora; a terapia previne lesões e contribui para o tratamento de graves patologias musculoesqueléticas.

  • Eletroterapia:

Essa terapia usa um dispositivo para enviar uma corrente elétrica leve através de fios para a área lesionada. Existem vários tipos de eletroterapia para diferentes fins, como alterar os sinais de dor, estimular contrações musculares, promover a cicatrização dos tecidos e enviar remédios para alívio da dor através da pele (iontoforese). O tipo mais comum de eletroterapia para dor no pescoço é a estimulação elétrica transcutânea do nervo (TENS), que envia pulsos elétricos para os nervos sensoriais abaixo da pele com o objetivo de alterar as sensações da dor para uma sensação mais tolerável.

  • Ultrassom:

É aplicado na área dolorida ou inchada com o gel e, em seguida, um dispositivo portátil é esfregado suavemente contra a pele enquanto envia ondas sonoras de alta energia sob a superfície e para os tecidos. As modalidades que funcionam melhor para um paciente podem depender de uma variedade de fatores, como tipo de lesão, níveis de dor e preferência pessoal.

Tipos de fisioterapia ativa

Inúmeros alongamentos e exercícios podem ser prescritos para treinar os músculos que se ligam diretamente à coluna cervical. O exemplo mais comum de exercício básico é a retração cervical:

  • Fortalecimento do “power house” (centro de força):

Se a fisioterapia for recomendada para melhorar a força e o funcionamento da coluna cervical, fortalecer os músculos do tronco são necessários para o tratamento. Além disso, todos esses grupos musculares trabalham juntos para apoiar a coluna e contribuir para melhorar a postura.

  • Atividade aeróbica:

Esse tipo de exercício eleva o fluxo sanguíneo e os níveis respiratórios, pois o coração e os pulmões trabalham mais durante a duração do treino. Alguns exemplos comuns de atividades aeróbicas de baixo impacto, que não empurram a coluna, incluem andar de bicicleta em uma bicicleta ereta ou reclinada, nadar usando uma máscara e snorkel para eliminar a rotação do pescoço e caminhar rapidamente.

  • Exercício aquático:

Alguns exercícios podem ser realizados em uma piscina. A flutuabilidade da água pode ajudar a aliviar a pressão da coluna, enquanto ainda permite que os músculos trabalhem. Se a dor no pescoço for intensa ou acompanhada de dores nos ombros e / ou nas costas, o exercício aquático pode ser recomendado.

Esses tipos de fisioterapia ativa, bem como outras, podem ser combinados ou usados em diferentes fases do plano de tratamento, dependendo dos objetivos específicos da terapia do paciente.

Prevenção e orientações para auxiliar no tratamento

A maioria das dores no pescoço está associada a uma má postura , o desgaste relacionado à idade combinada com o sedentarismo. Algumas mudanças simples em sua rotina diária podem ajudar.

  • Cuide da sua postura:

– Faça pausas frequentes:  Se você viaja longas distâncias ou trabalha longas horas no computador, levante-se, mova-se e estique o pescoço e os ombros.

– Ajuste sua mesa, cadeira e computador para que o monitor fique ao nível dos olhos. Os joelhos devem estar um pouco mais baixos que os quadris. Use os braços da sua cadeira.

– Evite colocar o telefone entre a orelha e o ombro ao conversar. Use um fone de ouvido ou viva-voz.

– Se você fuma, desista. Fumar pode colocá-lo em maior risco de desenvolver dor no pescoço.

– Evite carregar malas pesadas com tiras sobre o ombro. O peso pode esticar seu pescoço.

– Durma em uma boa posição. O travesseiro deve apoiar a curva lateral do pescoço enquanto sustenta a cabeça, pescoço e coluna, que deve ficar alinhada. Para quem dorme de costas, o travesseiro deve apoiar a curva lateral do pescoço, preservando-o durante a noite enquanto sustenta cabeça, pescoço e ombros.

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Considerações finais:

Exercícios contínuos após o término da fisioterapia. Sempre que um programa de fisioterapia envolve a construção de força e mobilidade em qualquer área do corpo, como o pescoço, geralmente é necessário continuar algum tipo de programa de manutenção praticando alguma atividade física como por exemplo pilates, musculação ou mesmo continuar um programa de exercícios em casa após a alta fisioterapêutica. Exercícios em casa e mudanças no estilo de vida são essenciais para impedir que a dor volte.

Quando aplicados como parte de um programa de fisioterapia para dores no pescoço, tratamentos passivos são usados ​​para ajudar a reduzir a dor e / ou rigidez. Quando a dor e a rigidez são reduzidas, os exercícios de fortalecimento são avançados progressivamente.

Embora a fisioterapia passiva possa parecer reconfortante ou trazer alívio temporário, na maioria dos casos, o foco da fisioterapia para dores no pescoço deve, eventualmente, se concentrar no fortalecimento e no alongamento do pescoço. A realização de fisioterapia mais passiva no lugar da fisioterapia ativa pode atrasar a recuperação.

Ao tratar a dor no pescoço, o foco principal da fisioterapia é melhorar a força e a flexibilidade do pescoço. Esses objetivos são melhor alcançados por meio de exercícios ativos projetados para trabalhar o pescoço e os músculos circundantes, aumentando gradualmente a carga de trabalho ao longo do tempo. O tipo e a quantidade de exercícios podem variar e, às vezes, exercícios são incluídos para trabalhar também em outras áreas do corpo.

Referencias Bibligráficas:

A Randomized Clinical Trial of Exercise and Spinal Manipulation for Patients With Chronic Neck PainBronfort, Gert, DC, PhD,*; Evans, Roni, DC,*; Nelson, Brian, MD,†; Aker, Peter D., DC, MSc,‡; Goldsmith, Charles H., PhD; Vernon, Howard, DCSpine: April 2001 – Volume 26 – Issue 7 – p 788-797

Specific stabilisation exercise for spinal and pelvic pain: A systematic review Author links open overlay panel Paulo H.Ferreira12Manuela L.Ferreira13Christopher G.Maher14Robert D.Herbert14KathrynRefshauge1 Australian Journal of Physiotherapy Volume 52, Issue 2, 2006, Pages 79-88

Por que temos dor na coluna cervical?

Por que temos dor na coluna cervical?

Estruturas da cervical

Existem sete vértebras na coluna cervical que circundam a medula espinhal. Entre essas vértebras existem discos, e nas proximidades passam os nervos. Na cervical, as estruturas incluem pele, músculos, artérias, veias, linfonodos, glândula tireoide, glândulas paratireoides, esôfago, laringe e traqueia.

Doenças ou condições que afetam qualquer um desses tecidos do pescoço pode levar a dores na cervical.

Fatores de risco

  • Lesões e acidentes;
  • Movimentos repetitivos;
  • Má postura por muitas horas;
  • O posicionamento da região lombar e torácica contribui para um bom ou mau posicionamento da cervical. Pois a região cervical possui conexão direta ou indireta com diversas partes do corpo, como a cabeça, o ombro, a caixa torácica e a região lombar.
  • Faz ligação com o ombro por meio dos músculos que interligam a escápula e a clavícula com a cervical.
  • Estresse ou tensões emocionais.

Sinais e Sintomas

  • Dor que geralmente é agravada mantendo a mesma postura por longos períodos, como quando você dirige ou trabalha no computador;
  • Músculos tensos;
  • Diminuição de amplitude de movimento;
  • Associada a sintomas como dor de cabeça, dor facial, dor no ombro e dormência ou formigamento no braço (parestesias nos membros superiores).

Entre em contato com um médico se sua dor no pescoço

  • Resultar de uma lesão, como um acidente de automóvel, acidente de mergulho ou queda;
  • Persiste por vários dias sem alívio;
  • Espalha braços ou pernas;
  • Acompanha dor de cabeça, dormência, fraqueza ou formigamento;

Condições comuns que causam dor na cervical 

  • Tensões musculares:  O uso excessivo, como muitas horas na mesma postura utilizando o computador ou Smartphone, geralmente desencadeia tensões musculares (pontos gatilho). Mesmo pequenas coisas, como ler na cama ou “ranger” os dentes (bruxismo), podem sobrecarregar os músculos do pescoço.
A posição protraída da região cranio cervical impõe maior estresse sobre os músculos.

  • Desgaste Articular: Assim como as articulações do corpo tendem a se desgastar com a idade, com a coluna não é diferente. A osteoartrite causa deterioração da cartilagem entre os ossos (vértebras). Seu corpo forma esporões ósseos que afetam o movimento articular e causam dor.
  • Compressão do nervo: Hérnia de disco ou osteófitos nas vértebras do pescoço podem pressionar os nervos que se ramificam da medula espinhal.

  • Lesões: As colisões automáticas traseiras geralmente resultam em lesões por chicote (Whiplash), que ocorrem quando a cabeça é puxada para trás e depois para a frente, forçando os tecidos moles do pescoço.
Lesão por chicote (Whiplash)
  • Doenças:

– Certas doenças, como artrite reumatóide, meningite ou câncer;

– Condições que afetam diretamente os músculos do pescoço: como fibromialgia e polimialgia reumática;

– Infecções comuns: como infecção por vírus na garganta, levando a inchaço dos linfonodos (glândula), infecções raras, como tuberculose no pescoço, infecção dos ossos da coluna vertebral no pescoço (osteomielite e discite séptica) e meningite (geralmente acompanhada de rigidez no pescoço).

Referencias bibliográficas:  

Hansraj KK. Neuro and spine surgery surgical technology. Assessment of stresses in the cervical spine caused by posture and position of the head. Surg Technol Int. 2014 Nov;25:277-9.

RPG X Pilates: Quando devo fazer um ou outro?

RPG X Pilates:

Quando devo fazer um ou outro?

São métodos completamente diferentes.

Músculos dinâmicos ou gravitacionais são responsáveis pelo movimento do corpo e atendem ao comando voluntário, possuem inervação fásica e ocasional. O trabalho que deve ser feito nesse tipo de musculatura é de contração isotônica e concêntrica. E músculos estáticos ou antigravitacionais são responsáveis pelo equilíbrio ou postura do corpo, por isso são sempre muito requisitados. Seu funcionamento é involuntário, o que significa que não atende prontamente a nossa vontade. No pilates conseguimos ativar ambas musculaturas e na RPG a musculatura mais ativada é a estática.

No método RPG propõe a utilização de posturas estáticas, que promovem alongamento global ativo, contrações musculares isotônicas excêntricas dos músculos estáticos e com manutenção dos músculos dinâmicos. Estudos apontam que as posturas de RPG promovem aumento da flexibilidade, melhora das alterações posturais.

Dependendo da situação clínica do paciente, pode-se mesclar as técnicas

No pilates trabalhamos de uma maneira mais dinâmica. Os princípios básicos estão presentes a cada exercício realizado, em cada comando do instrutor e em todos os momentos que buscamos, de alguma forma, despertar uma consciência de interiorização no praticante para que seja de fato praticada a Contrologia (nome oficial dado pelo criador do método, Joseph Pilates). Portanto envolve o corpo e a mente durante a pratica.

A RPG é utilizada para corrigir posturas através de posturas pré-definidas, porém são problemas mais pontuais, como escoliose, hipercifose com um grau maior de alteração. Normalmente os pacientes se queixam de dor e nós podemos utilizar a terapia manual.

Pilates

Trabalha o controle do movimento, trabalha a consciência corporal, a consciência de saber como sua articulação está mexendo, como sua coluna está se posicionando em relação a espaço tempo.

Durante a aula são realizados alongamentos e uma série de exercícios que utilizam molas e o peso do seu próprio corpo como resistência.

A prática também melhora a coordenação motora e a mobilidade articular, proporcionando a prevenção de lesões em indivíduos saudáveis.

Outro ponto positivo da prática são os exercícios de respiração que facilitam a execução dos movimentos e também são responsáveis por trazer maior consciência sobre como respiramos no dia a dia, o que ajuda a reduzir a sensação de cansaço ou fadiga.

O método Pilates ou “contrologia”, tem como objetivo trabalhar o corpo de maneira global, através de exercícios de fortalecimento muscular, alongamento e equilíbrio, sendo indicado para indivíduos saudáveis, com lesões ou sedentários, visando a prevenção, reabilitação ou melhora da performance.

O termo “contrologia” remete-se ao controle dos movimentos durante os exercícios, sendo resultado do equilíbrio entre mente e corpo que o método proporciona através dos seguintes princípios:

Concentração: Deve-se prestar atenção em cada movimento que está executando. Corpo e mente devem trabalhar de forma coordenada.

Controle: Os movimentos são feitos de forma controlada, o importante é a qualidade do movimento e não a quantidade.

Power House: (Centro de Força): Todos os movimentos originam-se a partir do centro de força (abdômen, lombar e glúteos). Antes de iniciar um exercício, o centro de força deve ser ativado de forma a estabilizar a coluna.

Respiração: No Pilates a respiração é feita de forma profunda, a respiração adequada durante os exercícios oxigena o sangue e elimina os gases nocivos.

Fluidez: Os movimentos são feitos de forma suave e controlada.

Precisão: Os movimentos devem ser coordenados e precisos.

Reeducação Postural Global RPG:

A RPG, método proposto por Philippe-Emmanuel Souchard visa promover o reequilíbrio muscular e obter flexibilidade. Este tipo de alongamento tem por base alongar vários músculos organizados em cadeias, utilizando posturas mantidas por um período de tempo, entre 15 a 20 minutos. Segundo o autor da técnica, todas as posturas insistem sobre a flexibilização dos músculos inspiratórios e tem como base estiramentos prolongados.

A RPG, técnica fisioterapêutica que utiliza oito posturas de alongamento corporal, parcialmente estáticas, onde são realizados exercícios respiratórios e alongamento excêntrico das cadeias musculares de forma global (e não segmentar). Durante a realização das posturas o paciente é manipulado pelo fisioterapeuta, que observa e corrige as compensações corporais e realiza as manipulações osteoarticulares.

Referências Bibliográficas:

Teodori RM, Moreno MA, Fiore Junior JF, Oliveira ACS. Alongamento da musculatura inspiratória por intermédio da reeducação postural global (RPG). Rev Bras Fisioter. 2003;7(1):25-30

Bird ML, Fell J. Pilates Exercise has Positive Long Term Effects on the Aged-Related Decline in Balance and Strength in Older, Community Dwelling Men and Women. J Aging Phys Act. Epub ahead of print 2013.