Conheça nossos tratamentos: Terapia Manual (Mulligan Concept)

Conheça nossos tratamentos: Terapia Manual (Mulligan Concept)

Dentro da fisioterapia, possuímos diversas técnicas e recursos, que são empregados de acordo com os objetivos e necessidades de cada paciente. Uma delas é a terapia manual, que consiste em manobras aplicadas manualmente sobre articulações, pele, músculos, ossos e nervos, com algumas finalidades, como:
• Ganhar a extensibilidade do tecido;
• Aumentar a amplitude de movimento do complexo articular;
• Mobilizar ou manipular tecidos moles e articulações;
• Induzir relaxamento;
• Alterar a função muscular;
• Modular a dor;
• Reduzir o inchaço dos tecidos moles, inflamação;
• Melhorar a restrição de movimento.
Porém, quando falamos de terapia manual, são muitas as técnicas difundidas e utilizadas pelos fisioterapeutas para atingir esses objetivos. Todas elas são baseadas na anatomia, fisiologia e biomecânica, de modo à entender o funcionamento do corpo e, assim, utilizar dos próprios movimentos fisiológicos para promover a recuperação de uma disfunção.
Dentro das técnicas mais estudadas e conhecidas de terapia manual está o conceito Mulligan (Mulligan Concept), proposto pelo fisioterapeuta neozelandês Brian Mulligan, formado em 1954.
O conceito Mulligan surgiu através do estudo e do conceito de disfunção articular. Parte-se do princípio que, o movimento normal é livre de dor. Sabemos também que, a articulação possui movimentos visíveis ao olho (flexão, extensão, rotações, adução e abdução), que podem ser reproduzidos voluntariamente e são classificados dentro da osteocinemática. Mas, para que esses movimentos aconteçam em sua plenitude, outros menores e não voluntários ocorrem no interior da articulação (translação, deslizamento), sendo classificados dentro da artrocinemática.
Baseado no conhecimento biomecânico, diz-se que a perda do movimento acessório ou do jogo articular resulta em disfunção que, por sua vez, leva à dor e perda do movimento. E, diz-se ainda que, essas disfunções são detectáveis através da mobilização passiva. Como a alteração ocorre em movimentos acessórios, micro movimentos, não é possível visualizar essa alteração em exames de imagem, como raio-x ou ressonância magnética.
Sendo assim, a base do conceito de Mulligan centra-se na correção articular de Falhas Posicionais. O objetivo passa por restaurar o alinhamento articular e normalizar o eixo de movimento, eliminando assim a dor.
Para que seja realizada de maneira adequada, primeiro é realizada uma avaliação que, além de considerar toda a história clínica do indivíduo, encontra o movimento articular acessório que permita o MOVIMENTO ATIVO do SEM DOR.
O movimento acessório passivo é mantido pelo Fisioterapeuta ao longo da amplitude de movimento, enquanto o paciente se movimenta ativamente – Técnica de Mobilização com Movimento. Se as técnicas de Mulligan estiverem indicadas para o caso, os RESULTADOS serão imediatos – diminuição da dor e/ou aumento da amplitude de movimento.
Os excelentes resultados deste método não se limitam aos efeitos biomecânicos. Nos últimos anos, para além de ensaios clínicos em disfunções e patologias específicas, os estudos científicos dedicam-se a perceber e demonstrar os efeito na neuromodulação da dor e também efeitos neuromusculares.
O conceito de Mulligan não esgota no consultório. O conceito Mulligan estimula o auto tratamento, permitindo que os ganhos do tratamento sejam mantidos por mais tempo é garantindo a eficácia, além de ser uma ferramenta útil para que o paciente fique livre de dor de maneira autônoma.
O conceito de Mulligan apesar da vertente de correção articular, não se centra apenas na articulação da região dos sintomas. A Avaliação e Intervenção têm em conta todas as estruturas locais e à distância que possam interferir com os sintomas, por exemplo: a dor no ombro pode ter a sua sintomatologia diminuída ou até eliminada, com uma Mobilização Cervical com Movimento do Membro Superior.
A técnica pode ser aplicada em qualquer articulação, desde que respeite as contraindicações da terapia manual como um todo e promova a melhora dos sintomas simultaneamente sua aplicação.

Tudo o que você precisa saber sobre Pilates

A origem do método Pilates

 

O método foi desenvolvido na década de 1920, baseado no conceito chamado de contrologia, e este conceito nada mais é do que o controle consciente de cada movimento executado pelo nosso corpo através de músculos, tendões, ligamentos e toda nossa estrutura.

É a forma correta como o corpo deve “agir” durante cada execução de um movimento, envolvendo a mente e o espirito. A contrologia permite o desenvolvimento uniforme do corpo permitindo a aquisição de uma boa forma física, livre de patologias.

Portanto Pilates é um método baseado em exercícios de concentração, força e mobilidade, utilizando exercícios específicos.

Joseph Pilates foi uma figura notável, bem a frente de seu tempo. Nasceu na Alemanha, perto de Dusseldorf, em 1880. Por ter nascido doente, sofrendo de asma, raquitismo e febre reumática, dedicou toda a sua vida, para tornar seu corpo fisicamente forte.

Na sua juventude, estudou e tornou-se especialista em cultura física, mergulho, esqui e ginástica. Com 14 anos, sua forma física era tão intensa que servia de modelo vivo para desenhos de mapas de anatomia muscular.

Em 1912, mudou-se para a Inglaterra, onde ganhava a vida como lutador de boxe, artista de circo e treinador de autodefesa.

Quando a Primeira Guerra Mundial começou, dois anos mais tarde, foi considerado estrangeiro inimigo e levado para um campo de concentração em Lancaster, junto com outros alemães e, mais tarde, transferido para Ilha de Man. Pilates tornou-se enfermeiro e treinou outros estrangeiros no campo de concentração com os exercícios de cultura física que ele mesmo desenvolveu. Adaptou macas com molas, fazendo os protótipos dos aparelhos que são utilizados até hoje nos estúdios do Método Pilates.

Sua técnica foi reconhecida quando nenhum dos internos daquele campo padeceu na epidemia de gripe, que matou milhares de pessoas em outros campos da Inglaterra em 1918.

Após a guerra, Pilates continuou com os programas de treinamento de condicionamento físico em Hamburgo, Alemanha, onde aperfeiçoou seu método, trabalhando com a força policial da cidade.

Em 1926, desiludido com o trabalho do exército alemão, Pilates migrou para os Estados Unidos. No navio para a América, Pilates encontrou sua futura esposa, Clara. Quando chegou, o casal fundou um Estúdio de Pilates na cidade de Nova Iorque, que funciona até hoje. Joe e sua esposa supervisionaram, pessoalmente, seus clientes naquele estúdio até a década de 60.

Dos 34 movimentos criados por Joseph Pilates no método original, deram origem a aproximadamente 500 variações com ou sem aparelhos, que possuem o mesmo intuito de fortalecer e alongar toda musculatura do corpo, melhorando a flexibilidade e a coordenação motora.

Cada exercício deve ser executado com o máximo de atenção possível e não de forma automática como a maioria das pessoas acabam fazendo os demais exercícios. Por este motivo o método não apresenta repetições de séries e cada movimento é repetido por aproximadamente dez vezes.

Portanto Pilates é um método baseado em exercícios de concentração, força e mobilidade, utilizando exercícios específicos.

 A técnica de Pilates se divide em exercícios realizados no solo e em aparelhos. Todos eles favorecem o trabalho dos músculos estabilizadores enquanto que elimina a tensão excessiva dos músculos e compensações de movimentos envolvendo uma larga variedade de movimentos.

    Os exercícios realizados em solo se caracterizam por ser de caráter educativo, ou seja, enfatizam o aprendizado da respiração e do centro de força. Já os exercícios realizados nos aparelhos envolvem uma larga possibilidade de movimentos, todos eles realizados de uma forma rítmica, controlada, associada à respiração e correção postural.

    A intensidade dos exercícios desenvolvidos nos equipamentos é fornecida através das molas. Estas são classificadas através de cores diferentes que se classificam em preta, vermelha, verde, azul e amarela, em ordem decrescente de intensidade. Além de oferecerem resistência nos treinamentos, muitas vezes são usadas como assistência durante o movimento.

A avaliação: postural e de força, para graduar o nível em que se encontra  (Básico, Intermediário e avançado) e o atendimento é baseado nas queixas e objetivos do cliente.

    Os aparelhos são descritos a seguir:

  • REFORMER:

O primeiro equipamento construído por Pilates. Caracteriza-se por ser em forma de cama e é composto por um carrinho deslizante e cinco molas (duas vermelhas nas extremidades, uma azul, verde e amarela no meio), barra alta e baixa que podem ser utilizadas em dois níveis de alavanca, perto (mais intenso) ou mais afastado (menos intenso), dos pés da cama; cordas que são utilizadas com alças nos pés ou de mãos; acessórios (caixa longa, meia lua, plataforma).

  • CADEIRA:

Possui pedais separados para proporcionar trabalho assimétrico simultâneo. Contem dois apoios laterais de ferro, dois pares de molas, ganchos para molas, dois pedais para movimento alternado e independente que quando fixo por um bastão se transformam em um único pedal.

  • CADILLAC:

Possui duas barras de ferro fixas a um colchão, barra de trapézio, dois pares de alça de tornozelo e coxa ajustável, duas barras móveis -uma vertical e outra horizontal, e é utilizado para os exercícios aéreos.

  • BARREL:

É um aparelho de degraus dispostos como em um espaldar com uma meia lua fixa à frente.

Benefícios do Pilates 

  • Melhora do Condicionamento Físico

  • Alinhamento Postural

  • Estímulo da Circulação

  • Fortalecimento do Corpo como um todo – especialmente da Musculatura Abdominal

  • Gera Flexibilidade

  • Melhora da Coordenação

  • Ajuda na Descompressão das Vértebras da Coluna

  • Eleva a capacidade de Contração Muscular

  • Auxilia no Combate do Estresse

  • Tonifica Áreas Enfraquecidas

  • Aumenta a Densidade Óssea

  • Aumenta a Mobilidade das Articulações

  • Diminui Tensões e Fadigas

  • Causa Aumento da Capacidade Respiratória e Cardiovascular

Princípios do Pilates

  • Concentração:

Durante todo o exercício a atenção é voltada para cada parte do corpo, para que o movimento seja desenvolvido com maior eficiência possível. Nenhuma parte do corpo não é importante e nenhum movimento é ignorado. A atenção dispensada na realização do exercício é destacada ao aprendizado motor, que é o grande objetivo da técnica.

  • Controle:

Define-se como controle do movimento o discernimento da atividade motora de agonistas primários numa ação específica. A coordenação é a integração da atividade motora de todo o corpo visando um padrão suave e harmônico de movimento. É importante a preocupação com o controle de todos os movimentos a fim de aprimorar a coordenação motora, evitando contrações musculares inadequadas ou indesejáveis.

  • Precisão:

De fundamental importância na qualidade do movimento, sobretudo, ao realinhamento postural do corpo. Consiste no refinamento do controle e equilíbrio dos diferentes músculos envolvidos em um movimento.

  • Power House/ Centralização:

A este princípio Pilates chamou de Powerhouse ou centro de força, o ponto focal para o controle corporal. Constitui-se pelas quatros camadas abdominais: o reto do abdome, oblíquo interno e externo, transverso do abdome; eretores profundos da espinha, extensores, flexores do quadril juntamente com os músculos que compõe o períneo. Este centro de força forma uma estrutura de suporte, responsável pela sustentação da coluna e órgãos internos. O fortalecimento desta musculatura proporciona a estabilização do tronco e um alinhamento biomecânico com menor gasto energético aos movimentos.

  • Respiração:

Joseph Pilates afirmava que freqüentemente respiramos errado e usando apenas uma fração da capacidade do pulmão. Por isto, Pilates em seu trabalho enfatizava a respiração como o fator primordial no início do movimento, fornecendo a organização do tronco pelo recrutamento dos músculos estabilizadores profundos da coluna na sustentação pélvica e favorecendo o relaxamento dos músculos inspiratórios e cervicais. O ciclo respiratório proposto pelo método ocorre na seguinte ordem cronológica: 1) Inspiração torácica; 2) Expiração do tórax superior; 3) Expiração do tórax inferior e 4) Expiração abdominal. Este ciclo deve ser sincronizado ocorrendo ao mesmo tempo da ação muscular, favorecendo o incremento da ventilação pulmonar, a melhora da oxigenação tecidual, conseqüentemente a captação de produtos metabólicos associados à fadiga.

  • Movimento Fluido:

Refere-se ao tipo de movimento, que deve ser de forma controlada e contínua, deve exibir qualidade de fluidez e leveza, que absorvam os impactos do corpo com o solo e que usam da inércia, contribuindo para a manutenção da saúde do corpo. Ao contrário movimentos truncados, pesados, que criam choques no solo, levam ao desperdício de energia, além de tornar os tecidos propensos ao desgaste prematuro.

 

Referências Bibliográficas:

CRAIG, C. Pilates com a bola. São Paulo: Phorte, 2003.

ESCO, M.; OLSON, M.S.; MARTIN, R.S. et al. Abdominal EMG of Selected Pilates’ Mat Exercises. Medicine and Science in Sports and Exercise. 36(5) Suppl.: 357, 2004.

https://www.revistas.ufg.br/fef/article/view/33725/19029

https://blogpilates.com.br/metodo-pilates-e-sua-historia/

 

 

Importância da atividade física na terceira idade

Importância da atividade física na terceira idade

A expectativa de vida vem aumentando e o número de pessoas com mais de 60 anos está crescendo mais rapidamente que qualquer outra faixa etária. A maior expectativa de vida e a queda nas taxas de natalidade são as principais razões para essa mudança demográfica. O envelhecimento da população é um fenômeno mundial que tem consequências diretas nos sistemas de saúde pública.

Segundo dados do IBGE, a expectativa de vida dos brasileiros vem aumentando ano a ano. Em 2015, chegou aos 75 anos. Em 2050, a estimativa é de que cerca de 30% da população brasileira terá mais de 65 anos.

A terceira idade precisa de cuidados especializados e diferenciados para que a autonomia, independência e suas potencialidades sejam mantidas ou melhoradas para sua saúde biopsicossocial.

Faz parte do processo de envelhecimento humano normal: alterações funcionais, orgânicas e morfológicas. Essa condição está associada a um declínio progressivo na saúde física e psicológica, aumentando a incapacidade e dependência desse idoso, que inclui: uma maior dificuldade de aprender novas línguas, uma menor capacidade de concentração e um maior esquecimento.

Diferente da demência, a pessoa com um envelhecimento normal pode esquecer detalhes ou perder as coisas, mas os idosos que sofrem com demência apresentam características mais especificas dependendo do tipo de demência. O envelhecimento pode variar de indivíduo para indivíduo, sendo gradativo para uns e mais rápido para outro. Essas variações são dependentes de fatores como estilo de vida, condições socioeconômicas e doenças crônicas.

Há evidências de que o processo de envelhecimento tem característica multifatorial e depende da programação genética e das alterações que ocorrem a nível celular-molecular, causando diminuição da capacidade funcional das áreas afetadas e sobrecarga dos mecanismos que mantém o equilíbrio do corpo.

Os sinais de deficiências funcionais vão aparecendo de maneira discreta no decorrer da vida, sendo esse processo chamado de senescência, condição que não deve ser considerada como doença. Em condições basais o idoso não apresenta alterações no funcionamento ao ser comparado com o jovem, porém quando se torna necessária utilização de reservas homeostáticas, no idoso são mais fracas.

Além do desgaste orgânico, existem alterações nos aspectos culturais, sociais e emocionais, demonstrando um fenômeno progressivo que se manifesta em diversas idades cronológicas. Cada sujeito possui o seu modo singular de envelhecer, segundo variáveis como sexo, lugar onde se nasce e se vive, família e experiências de vida.

Todos os sistemas do corpo sofrem alterações naturais com o decorrer da idade. Listamos as principais:

Alterações Cardíacas

O processo de envelhecimento reduz a frequência cardíaca em repouso, provoca aumento do colesterol, aumento da resistência vascular, consequentemente aumentando a pressão arterial.

Alterações Respiratórias

Algumas alterações estruturais no aparelho respiratório são evidentes com o envelhecimento. A caixa torácica fica mais enrijecida e há uma diminuição da elasticidade pulmonar.

Derme e Epiderme

A junção derme epiderme fica mais delgada, a pele tem uma queda de espessura de 20%, ficando mais fina e suscetível a lesões e infecções. Existe um a diminuição de melanócitos, ocasionando a queda da foto proteção, deixando a pele mais sensível ao sol. Os vasos sanguíneos ficam frágeis sendo facilmente rompidos e existe uma diminuição da celularidade, ocasionando assim um prejuízo na cicatrização.

Alterações do Sistema Nervoso Central

O sistema mais comprometido com o envelhecimento é o Sistema Nervoso Central (SNC), responsável pelas sensações, movimentos, funções psíquicas e pelas funções biológicas internas. Existe uma redução no número de neurônios, redução na velocidade de condução nervosa, redução da intensidade dos reflexos, restrição das respostas motoras, do poder de reações e da capacidade de coordenações.

Alterações no Sistema Osteomioarticular

– Ossos

O envelhecimento causa uma redução de massa óssea equivalente a 1% nas mulheres e 0,3% nos homens por ano, ou seja, o osso começa a ficar mais poroso ficando mais suscetível a fraturas. Uma fratura em idoso aumenta o risco de hospitalização, dependência, medo de quedas, diminuição das atividades de vida diária, infecções e morte.

– Músculos

Existe uma redução de massa muscular de 40% para membros inferiores e 30% para membros superiores. Essa perda pode estar relacionada a vários fatores: ao próprio processo de envelhecimento, a falta de nutrição por alimentação ou por algum outro processo como a disfagia, perda dentária, da qual deve ser avaliado por uma equipe multidisciplinar.

A diminuição dos níveis de massa óssea e muscular inicia por voltar dos 30 anos de idade, sendo acentuada após os 50 anos.

– Articulações

Existe uma redução do líquido sinovial (líquido que nutre a articulação), redução da cartilagem, que tem a função de proteger o osso, causando dor e rigidez articular, comumente caracterizada pela osteoartrose.

Além das alterações naturais do processo de envelhecimento, entre as principais patologias que acometem os idosos, encontramos: Hipertensão arterial (HAS), Diabetes (DM), Doença de Alzheimer, Parkinson, Acidente Vascular Encefálico (AVE), Demência Senil, doenças psiquiátricas como Depressão, Ansiedade, alterações do sono e Doença Cardíaca.

Para a promoção de saúde e prevenção de doenças, é importante ser levado em consideração o estilo de vida do indivíduo idoso. A literatura atual refere à importância desse fator para se alcançar a qualidade de vida na velhice.

Não é possível reverter o declínio e o processo de envelhecimento, mas, com a atividade física, pode-se amenizar a velocidade com que acontecem as modificações nos sistemas.

Atividade Física e Envelhecimento: Benefícios

Dos fatores mais importantes para um envelhecimento e uma manutenção de vida saudável na terceira idade citamos a atividade física. Ela é fundamental em todas as etapas da vida, desempenhando papel essencial e agindo diretamente na qualidade de vida da pessoa idosa. Além disso, auxilia no controle das mudanças ocorridas durante o processo natural de envelhecimento.

Outros benefícios da atividade física na terceira idade são: a melhoria do bem-estar geral, a melhora da condição da saúde física, a preservação da independência, promovendo autonomia nas atividades do cotidiano. Observamos também: o controle da pressão arterial, a melhora da capacidade cardiovascular e respiratória, manutenção do movimento articular e flexibilidade dos tecidos, diminuição do risco de doenças e prevenção do câncer.

Quando pensamos em saúde mental, a prática de exercícios também previne ou retarda o declínio intelectual além de:

– Proporcionar melhora do humor e da memória;

– Reduzir o stress e a depressão e, consequentemente promove a manutenção do bem-estar.

– Auxiliar na regulação, produção e liberação de hormônios e reações químicas como: GH, endorfina, insulina;

– Essencial para regulação do sono;

– Auxiliar no tratamento da dor crônica: (dor lombar crônica, doenças reumáticas, osteoartrose, entre outras comuns na terceira idade)

– Promover aumento da imunidade.

Entre os benefícios para da atividade física para a saúde do corpo, a literatura relata:

– Desacelera a perda de massa muscular que ocorre a partir dos 30 anos de idade;

– Previne e desacelera a perda de massa óssea, que inicia aos 35 anos;

– Diminui o risco de osteoporose;

– Auxilia na manutenção da cartilagem;

– Previne lesões ortopédicas como: osteoartrose, dor lombar, tendinopatias;

– Melhora o equilíbrio;

– Melhora os sintomas da menopausa nas mulheres.

Como podemos ver, os benefícios da atividade física para o nosso corpo e mente são inúmeros e indiscutíveis durante a terceira idade. Assim, é importante conscientizar que a atividade física deve estar presente nessa fase da vida, pois colabora com a saúde, agindo sobre o envelhecimento, e evitando muitas vezes a limitação funcional, mantendo o idoso independente e autônomo o máximo de tempo possível.

No vídeo a seguir preparamos uma sequência de exercícios domiciliares para prevenir quedas em idosos:

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Referências bibliográficas:

PAULA, Jéssica, et al Analysis of methods for detecting sarcopenia in independent community-dwelling elderly women; Rev. bras. geriatr. gerontol. vol.19 no.2 Rio de Janeiro Mar./Apr. 2016

Prevenção de quedas em idosos

Prevenção de quedas em idosos

O envelhecimento enquanto processo fisiológico em que ocorrem um conjunto de alterações estruturais e funcionais desfavoráveis do organismo que se acumulam de forma progressiva, especificamente em função do avanço da idade. Essas modificações prejudicam o desempenho de habilidades motoras, dificultando a adaptação do indivíduo ao meio ambiente, desencadeando modificações de ordem psicológica e social.

A queda é definida como uma falta de capacidade para corrigir o deslocamento do corpo, durante seu movimento no espaço.

Os idosos mais susceptíveis a quedas são aqueles que apresentam alguma enfermidade, especialmente as que levam as alterações da mobilidade, equilíbrio e controle postural, sendo a ocorrência de quedas diretamente proporcional ao grau de incapacidade funcional.

A incidência de quedas é alta em idosos. Este evento pode ocasionar graves consequências, como: a diminuição da autonomia e capacidade funcional, o isolamento social e até mesmo provocar a morte.

As quedas podem ser ocasionadas por vários fatores, como: psicológicos, fisiológicos ou ambientais, que na maioria das vezes se encontram associados.

Dentre os fatores fisiológicos, podemos citar àqueles que são inerentes ao processo de envelhecimento, como: a hipotrofia, sarcopenia, diminuição da mobilidade articular, mudanças no equilíbrio, diminuição da acuidade visual, entre outros.

A hipotrofia está relacionada com a redução do número e do tamanho das fibras musculares, devido à perda de neurônios motores em funcionamento.

A sarcopenia é caracterizada pela perda de força muscular não-patológica relacionada ao processo de envelhecimento. Contudo o equilíbrio e a marcha são alterados devido a uma maior instabilidade, com isso, os indivíduos aumentam a base de sustentação, o tempo do duplo apoio e a diminuição do comprimento e da altura da passada.

A visão é um dos elementos que estão diretamente relacionados com a propriocepção, com isso, a diminuição da acuidade visual também contribui para a perda de equilíbrio.

A diminuição da mobilidade articular pode restringir alguns movimentos presentes no cotidiano dos idosos, como subir o degrau do ônibus.

O principal  fator psicológico relacionado às quedas é o próprio medo de cair. Estudos mostram que indivíduos que sofrem uma queda desenvolvem um medo de cair, que pode levar a comportamentos cautelosos auxiliares na prevenção de quedas ou reduzir a confiança, o que pode causar um maior risco de quedas.

Como prevenir as quedas

  • Adaptação da casa do idoso:

– Os fatores ambientais ganham destaque, visto que muitos idosos desconhecem que algumas mudanças de hábitos em seu cotidiano, assim como a adaptação do ambiente domiciliar são necessárias para a prevenção de quedas.

-A residência dos idosos muitas das vezes não está adaptada às suas necessidades, por exemplo: presença de tapetes, pisos escorregadios, degraus, ausência de bancos ou barras de apoio no banheiro, ausência de corrimão nas escadas, entre outros.

A estrutura das cidades em geral não está muito bem preparada para receber os idosos, ao passo que existem muitas calçadas desniveladas, ruas esburacadas, degraus muito altos para entrada nos ônibus, semáforos com tempo de travessia muito curto, etc.

Atividade física

– A atividade física poderia contribuir em todos os processos: desde o retardo de algumas alterações fisiológicas, contribuindo para a manutenção da força, melhora da flexibilidade e do equilíbrio e até mesmo para evitar o surgimento do medo de cair, pois os indivíduos reconhecerão a própria independência e as suas limitações.

– Projetos de lazer voltados para a melhora do controle postural e fortalecimento muscular e ações educativas, se mostram alternativas interessantes para a prevenção de quedas

Além disso, a prática regular de exercícios físicos melhora a capacidade física dos idosos, diminuindo o número de quedas e por consequência melhorando a qualidade de vida destes indivíduos.

Orientações

Quanto a um aumento da atenção e percepção ao caminhar nas ruas, além de modificações necessárias na estrutura do domicílio. Associado a estes, os fatores ambientais ganham destaque, visto que muitos idosos desconhecem que algumas mudanças de hábitos em seu cotidiano, assim como a adaptação do ambiente domiciliar são necessárias para a prevenção de quedas.

Os programas de prevenção de quedas devem ser constituídos com ações de educação em saúde, levando em conta os fatores social tais como a autonomia e o isolamento social e orientando os participantes para os cuidados que devem ser adotados no dia-a-dia.

Devem ser incluídos nestes programas exercícios físicos de força, equilíbrio e flexibilidade voltados para as atividades de vida diárias.

A orientação sobre a maior atenção ao deambular pela cidade é necessária, uma vez que está não se mostra preparada para acolher os idosos, devido à presença de buracos nas calçadas, desníveis do solo, degraus altos, semáforos com tempo reduzido para a travessia do pedestre.

Referências Bibliográficas:

Farinatti, P. T. V. Envelhecimento: promoção da saúde e exercício. Manole. 2008.

MORAES, E. N. Princípios básicos de geriatria e gerontologia. Brasília: Coopmed, 2008.