Diferenciais da Fisioterapia Esportiva

O que é fisioterapia esportiva?

A Fisioterapia Esportiva ou Fisioterapia Desportiva é o ramo especializado da Fisioterapia que lida com lesões e questões relacionadas com atletas ou esportistas.
Lesões esportivas diferem das lesões do dia-a-dia. Os atletas normalmente exigem desempenho de alto nível e demanda colocada em seu corpo, o que pressiona seus músculos, articulações e ossos ao limite. Fisioterapeutas esportivos ajudam os atletas a se recuperarem de lesões esportivas e fornecem educação e recursos para prevenir problemas.

O que é um fisioterapeuta esportivo?

Os fisioterapeutas esportivos exigem conhecimentos adicionais para fornecer o melhor atendimento aos seus atletas. Para aumentar os seus conhecimentos e aptidões, realizam uma formação profissional contínua na área da fisioterapia esportiva. Na Highperformance temos fisioterapeutas esportivos em sua equipe clínica para ajudar nossos clientes atletas – profissionais e amadores.
Cada fisioterapeuta esportivo geralmente tem conhecimento específico do esporte que aborda lesões agudas, crônicas e por uso excessivo. Os seus serviços estão geralmente disponíveis para esportistas de todas as idades que praticam esportes em qualquer nível de competição.
Nós da Highperformance temos experiência e conhecimento das mais recentes práticas baseadas em evidências, avaliação e diagnóstico qualificados de lesões esportivas, usamos técnicas eficazes e protocolos de exercícios para ajudar na recuperação e prevenir lesões futuras.
Nossa experiência na área da fisioterapia esportiva nos ajuda a entender o que o paciente precisa fazer para retornar com segurança e rapidez ao seu esporte, atividades de vida diária ou emprego.
Além de realizar uma avaliação detalhada, oferecemos soluções de longo prazo, não apenas soluções rápidas que, na realidade, duram pouco tempo.

Lesão dos últimos 12 meses é fator para nova lesão em corredores!?

A corrida é um dos tipos de atividade física mais populares do mundo, sendo que o número de praticantes vem crescendo consideravelmente nos últimos 40 anos. Muitas pessoas que buscam hábitos de vida mais saudáveis, como controlar o peso corporal e melhorar a capacidade física, acabam por escolher a corrida como modalidade de exercício, considerada uma atividade física de baixo custo e de fácil execução.

Uma das consequências do aumento da popularidade da prática da corrida é o aumento das lesões musculoesqueléticas entre os praticantes, as quais apresentam incidência que pode variar entre 19,4% e 92,4% dependendo da população alvo e da definição do termo “lesão musculoesquelética” utilizada. Alguns estudos foram realizados com o objetivo de se identificar possíveis fatores de risco para lesões musculoesqueléticas em corredores, e os principais fatores encontrados nesses estudos foram a distância semanal percorrida e a presença de lesões prévias.

Foi feito um estudo com participação de 200 corredores que responderam a um formulário online que continha questões sobre hábitos, características do treinamento e histórico de lesões relacionadas à prática da corrida. Participaram da pesquisa corredores com idade igual ou superior a 18 anos e que eram praticantes de corrida há pelo menos seis meses.

A descrição das características dos indivíduos foi separada em dois grupos, um dos corredores “com histórico de lesão” e outro “sem histórico de lesão”. A prevalência de lesões musculoesqueléticas relacionadas à corrida nos últimos 12 meses foi de 55% (n=110) dos corredores estudados, e as principais lesões relatadas foram as tendinopatias (17,3%, n=19) e as lesões musculares (15,5%, n=17). Quanto à localização anatômica, o joelho foi a região mais afetada, com 27,3% (n=30) das lesões.

A prevalência de lesões musculoesqueléticas relacionadas à corrida nos últimos 12 meses dos participantes deste estudo foi de 55% (n=110). As principais lesões apresentadas foram as tendinopatias e as lesões musculares, sendo o joelho a articulação que foi mais acometida. De todas as informações obtidas dos atletas, a única característica que apresentou associação com lesões musculoesqueléticas prévias relacionadas à corrida no modelo final foi o tempo de experiência de prática de corrida.

A análise de regressão logística multivariada mostrou que a experiência de corrida de cinco e 15 anos apresentou uma associação com ausência de lesões musculoesqueléticas prévias relacionadas à corrida

Essa alta taxa de lesões no joelho normalmente é atribuída à grande magnitude das forças de impacto presentes no membro inferior durante a corrida, que pode variar de um e meio a três vezes o peso corporal26.

Acredita-se que os resultados deste estudo poderão auxiliar os corredores e os treinadores a elucidarem algumas questões sobre características de treinamento de corrida e, principalmente, os fisioterapeutas, que geralmente são os responsáveis pela implementação de programas de prevenção de lesões em grupos de corridas ou equipes, além de contribuir com os pesquisadores que também se preocupam com essa questão, podendo auxiliar na alteração de alguns fatores de treinamento e, potencialmente, diminuir a incidência de lesões musculoesqueléticas em corredores. Para os corredores, saber a quantidade e quais são as lesões da corrida pode alertar sobre a necessidade de cuidados em relação à prática dessa atividade física, estimulando um modo mais seguro. A identificação das lesões em corredores ainda estimula os fisioterapeutas a desenvolverem programas de tratamento mais eficazes para essa população com o objetivo de diminuir o tempo de recuperação e promover a volta à prática de forma mais segura.

Notas:

Quando o tratamento correto é realizado, o retorno gradual ao esporte, não significa que você terá uma nova lesão.

👉Mas se você teve uma lesão e não tratou, corre o risco de uma nova lesão;

👉O joelho é a articulação mais acometida ;

👉Sendo um dos principais fatores de sobrecarga para lesões nos últimos 12 meses é aumento do volume – distância total em pouco tempo ou pace = intensidade, corre mais rápido;

🔵O aumento por mês recomendado é de 10%;

🔵Tratar no início e tentar não parar da atividade;

🔵Analisar a distância e pace;

🔵Realizar um programa de prevenção de lesões com o fisioterapeuta e o educador físico

🔵Cuidar do sobrepeso

🔵Utilizar 2 ou 3 tênis e intercalar, tênis neutro confortável.

Referencia Bibliográfica:

Perfil das características do treinamento e associação com lesões musculoesqueléticas prévias em corredores recreacionais: um estudo transversal Luiz C. Hespanhol Junior1,2, Leonardo O. P. Costa1-3, Aline C. A. Carvalho1, Alexandre D. Lopes1,2ISSN 1413-3555 Rev Bras Fisioter, São Carlos, v. 16, n. 1, p. 46-53, jan./fev. 2012 ©Revista Brasileira de Fisioterapia

 

5 Exercícios para condromalácia

5 Exercícios para condromalácia

Fortalecimento muscular para pessoas com condromalácia patelar:

Geralmente o tratamento para condromalácia é conservador e não reverterá o quadro de lesão, mas ocorrerão melhoras na função do joelho e diminuição da dor. O joelho tem a função de absorver e direcionar força ao membro inferior e, por isso, o tratamento precisa ser funcional. Primeiramente são realizados programas de fisioterapia convencional (crioterapia, etc.), eficientes na fase de edema e muita dor. O passo seguinte é a melhora da função do joelho, que pode ser alcançada através de exercícios da fisioterapia e, logo depois, o fortalecimento muscular. O grande problema é a dificuldade que as pessoas têm em manter a atividade física ao longo da vida, podendo, então, voltar a apresentar os sintomas.

Um dos objetivos para melhorar os sintomas de dor é a diminuição da força de contato entre a patela e o fêmur, que varia entre os exercícios de cadeia cinética aberta e fechada. Torna-se, assim, necessário o conhecimento desta variação para o tratamento ser eficiente. A cadeia cinética aberta é caracterizada por exercícios com objetivo de trabalhar um determinado músculo com o segmento distal livre. O exercício de cadeia cinética fechada existe quando o segmento distal está fixo, como levantar de uma cadeira, subir e descer escadas que, por sua vez, torna-se mais funcional para as pessoas.

Quando nós vamos fazer a prescrição de exercícios é muito importante ter em mente a qualidade da execução do movimento e não só o ângulo de reação articular, temos de observar como aquele paciente está fazendo a contração.

A prescrição de exercícios é muito individualizada e não da para fazer um vídeo ou uma cartilha que a gente garanta que a pessoa vá conseguir fazer aquele exercício e retornar para o esporte.

A prescrição de exercícios vai envolver vários fatores:

– Biotipo

– Idade

– De acordo com o grau de inibição muscular, quanto maior o grau de inibição iniciamos com exercícios excêntricos e depois para exercícios concêntricos e depois entra com os exercícios avançados,

-Distúrbio biomecânico:

Valgo dinâmico ocorre uma dessincronização da musculatura do quadril e do quadríceps, o joelho é jogado para dentro o fêmur roda para dentro e a patela faz um atrito excessivo, levando a uma hiperpressão na cartilagem.

Angulação de proteção:

É possível realizar o fortalecimento muscular sem agressão articular no joelho, pois existem ângulos que trabalham a articulação sem gerar mais lesão.

Cadeia Cinética Aberta:

Ocorre mais pressão com o joelho esticado, quanto maior a extensão do joelho, maior o vetor de reação articular  na cadeira extensora ,de 90º a 45º nós conseguimos fortalecer sem fazer hiperpressão, quanto maior a extensão maior o vetor de  reação articular, maior o risco de ter lesão cartilaginosa.

Cadeia Cinética Fechada:

Ocorre mais pressão com o joelho flexionado, principalmente se tiver uma distancia muito grande do centro de gravidade, maior o atrito da cartilagem contra o fêmur. Quanto maior o ângulo de flexão do joelho ,maior a reação do vetor articular.

Nesse tipo de exercício ocorre co-contração dos ísquios tibiais. A partir do ângulo de 60 graus, a co-contração faz com que a tíbia se movimente posteriormente e rode para a parte lateral, aumentando a pressão na patela. Os exercícios de cadeia cinética fechada, para quem tem este tipo de lesão, devem ser feitos até próximo de 45º graus, para evitar as alterações citadas.

Exercícios

 

  • Cadeira Extensora:

Sentado com toda a parte do fêmur apoiada, a resistência está na parte distal da tíbia e não no dorso do pé, ativando o tibial anterior. O movimento não deve gerar dor nos joelhos, iniciar com uma amplitude menor dos joelhos.

 

  • Ponte

Alinhar os joelhos com os pés, para fortalecimento dos músculos extensores do quadril e da coluna e Core.

  • Concha:

Fortalece o glúteo médio e os rotadores laterais (3×15) 3 séries é um número que promove um bom catabolismo muscular, ocorrendo ganho muscular.

 

  • Agachamento:

Pés alinhados com os ombros, as curvaturas fisiológicas devem ser preservadas durante o movimento, o joelho não avança a linha do pé, a maior parte da pressão está sobre os calcanhares, se perder a curvatura lombar ocorrera retro ou anteversão da pelve , para que a coluna não seja agredida, a coluna recebe maior carga ela tem maior poder para suportar essa carga no eixo axial quando ela esta com as curvas preservadas. O agachamento é um dos exercícios em cadeia cinética fechada mais indicado por ser seguro e efetivo através de uma co-contração dos músculos quadríceps e ísquiotibiais, dando maior estabilidade ao joelho.

  • Elevação da perna reta lateral:

Fortalecimento muscular do glúteo médio, que auxilia na correção do valgo dinâmico.

 

Lembrando sempre que o importante é respeitar o que o indivíduo sente e seus limites físicos, sobretudo em relação à dor. Nunca forçar o movimento se houver dor e progredir a graduação dos exercícios baseando-se na exposição gradativa para fortalecimento muscular e otimização do controle motor dentro da fisioterapia.

É fundamental a comunicação do médico, fisioterapeuta e educador físico.

Não reproduza estes exercícios sozinhos, só irá realizar esses exercícios após uma avaliação médica, fisioterapêutica e após a alta com o acompanhamento do educador fisico.

Não existe o exercício certo ou errado, existe o adequado.

Referencias Bibligráficas:

  • Knee biomechanics of the dynamic squat exercise RAFAEL F. ESCAMILL ,Michael W. Krzyzewski Human Performance Laboratory, Division of Orthopaedic Surgery, Duke University Medical Center, Durham, NC 27710;
  • The Influence of Abnormal Hip Mechanics on Knee Injury: A Biomechanical Perspective ChRISTOPhER M. POWERS, PT, PhD1 february 2010 | volume 40 | number 2 | journal of orthopaedic & sports physical therapy.

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“5 exercicios para condromalácia”

Prevenção de lesão dos músculos Isquiotibiais – Exercício Nórdico reduz em até 51% da incidência dessa lesão

A lesão muscular é muito comum entre os praticantes de esporte. Uma das regiões mais acometidas é a parte posterior da coxa, onde estão localizados os músculos Isquiotibiais.

Anatomia

O grupo muscular denominado Isquiotibiais (ou posteriores da coxa) é formado pela junção de três músculos: semitendíneo, semimembranáceo e bíceps femoral (cabeça longa). Recebem este nome por originarem-se no ísquio e terem como inserção distal os ossos da perna.

Esses músculos são considerados bi articulares, ou seja, são responsáveis por movimentos em duas articulações. Nesse caso, devido a sua anatomia, realizam a extensão do quadril e a flexão do joelho.

Incidência e Frequência

É a lesão mais frequente relatada no futebol, com um índice de 37% das lesões musculares que acontecem nesse esporte. Mas, além do futebol, também ocorrem com frequência em esportes como o futebol americano, futebol australiano, atletismo e esqui aquático.

O mecanismo de lesão mais comum é o trauma indireto, onde as lesões ocorrem durante as atividades sem contato, geralmente durante a corrida e/ou mudanças de direção. A junção miotendínea é a parte mais vulnerável no conjunto formado pelo músculo, tendão e osso e quanto mais proximal a lesão, maior o tempo até o retorno ao esporte.

De todas as lesões musculares, as dos Isquiotibiais têm uma das mais altas taxas de recidiva, com valores entre 12-33%, sendo sua recorrência a complicação mais comum.

Alguns autores propuseram dois tipos de lesões agudas: o primeiro ocorreria durante a corrida de alta velocidade (sprint) e evolve

Alguns autores propuseram dois tipos de lesões agudas: o primeiro ocorreria durante a corrida de alta velocidade (sprint) e evolve a CLBF. O segundo tipo estaria correlacionado com o alongamento excessivo da musculatura, como em movimentos de chute no futebol, sendo mais frequentemente no músculo semimembranáceo (SM).

No mecanismo de trauma indireto, o período da contração excêntrica máxima parece ser o de maior risco para a lesão muscular. A contração excêntrica é definida como a ação muscular em que as fibras são alongadas, em decorrência de uma força externa, e contraem-se ao mesmo tempo para desacelerar o movimento.

Fatores de Risco

Dentre os fatores de riscos, as características próprias dos músculos desempenham um importante papel. O desequilíbrio muscular, comparando os dois lados do corpo e a relação entre Isquiotibiais e Quadríceps é um dor fatores encontrados.

O gesto do atleta também é um fator predisponente de lesão. A inclinação anterior da pelve, durante a aceleração na corrida, aumenta a tensão sobre a musculatura. O encurtamento do iliopsoas e o desequilíbrio da musculatura abdominal e lombar também podem promover uma anteversão da pelve, e colocar o grupo muscular em desvantagem mecânica por aumentar a tensão muscular no fim da fase de balanço da marcha.

As lesões são mais comuns nas competições do que nos treinamentos e atletas que devido a suas posições desempenham corridas, também sofrem um maior risco. No futebol, as lesões no lado dominante têm maior gravidade, pois estão correlacionadas com o movimento do chute.

A lesão prévia é o fator de risco mais correlacionado com novas lesões. A recidiva da lesão, após o retorno ao esporte, permanece como a principal complicação dessa patologia. Taxas de relesões são relatadas entre 14-63% em até dois anos após a primeira lesão.

Sinais e Sintomas

A gravidade dos sintomas irá se apresentar de acordo com as características da lesão, que podem variar desde um estiramento das fibras musculares a uma avulsão dos tendões. Entretanto, independentemente do grau da lesão, as lesões são muito mais comuns proximalmente do que distalmente, sendo a cabeça longa do bíceps femoral o músculo (CLBF) mais frequentemente lesado.

O paciente pode apresentar: dor local, hematoma, perda de função, dor para contrair a musculatura acometida e, em lesões mais graves, pode ser possível palpar o GAP (espaço entre as fibras lesionadas).

Prevenção

Visto a alta taxa de incidência e recorrência da lesão e o tempo de afastamento da prática esportiva, a prevenção de uma lesão primária ou da recidiva da lesão é fator fundamental para atletas que pratiquem modalidades esportivas relacionadas ao mecanismo de lesão. Um programa de prevenção irá variar de acordo com o gesto esportivo e, geralmente inclui um protocolo de exercícios.

Vários autores já mencionaram o exercício Nórdico como parte integrante do programa preventivo de jogadores de futebol. Em 2019, Van Dyk e colaboradores realizaram um estudo de revisão, que incluiu várias modalidades esportivas, atletas de ambos os sexos e mais de 8.000,00 atletas.

O resultado mostrou que, a inclusão do exercício nórdico, reduziu em até 51% a incidência da lesão muscular de posteriores da coxa nesses atletas.

O exercício nórdico trabalha a fase excêntrica da contração desse grupo muscular, fase onde a musculatura está mais suscetível, como mencionado anteriormente.

Sabendo disso, a inclusão desse exercício no programa de treinamento deve ser feito por parte da equipe de treinamento. Além disso, para programas de reabilitação dessas lesões, o exercício nórdico também deve ser incluído na fase final de tratamento e mantido após a alta, de maneira a diminuir os riscos de recorrência da lesão.

Referências:

https://highperformancefisio.com.br/lesao-muscular/

https://bjsm.bmj.com/content/53/21/1362

http://rbo.org.br/detalhes/131/pt-BR/lesoes-dos-isquiotibiais–artigo-de-atualizacao

https://barcainnovationhub.com/the-nordic-curl-helps-reduce-ischiosural-muscles-injuries/