Complicações pós – mastectomia por Câncer de Mama – Rigidez do Ombro

Outubro é oficialmente o mês da conscientização sobre a prevenção do câncer de mama.

Estima-se que em 2019 quase 60 mil novos casos de câncer de mama foram diagnosticados no Brasil (INCA). Além disso, aproximadamente 25% dos tumores que acometem as mulheres são na mama.

Um fato importante é que os estudos sugerem que 30% dos casos podem ser prevenidos com a adoção de hábitos saudáveis como: evitar tabagismo, diminuir o consumo de álcool, incluir uma alimentação saudável e realizar exercícios físicos regularmente.

Além disso, o autoexame de mama é essencial para a detecção precoce de algum nódulo. Quanto mais cedo é realizado o diagnóstico, melhores costumam ser os prognósticos da doença e a chance de cura e necessidade de procedimentos menos invasivos.

Quando não é possível tratar o tumor apenas com radioterapia e quimioterapia, a paciente pode ser submetida para cirurgia de retirada do tumor, retirada parcial ou até total da mama, a mastectomia, além de, muitas vezes, também ser necessário o esvaziamento axilar, com retirada dos linfonodos dessa região, de modo a diminuir o risco de metástases e recidiva do tumor.

Essa cirurgia pode trazer algumas consequências, sendo uma delas a perda da mobilidade ou até mesmo rigidez da articulação do ombro.

O esvaziamento axilar, além da cicatrização do corte realizado na cirurgia, podem criar algumas aderências nos tecidos, o que é um dos fatores que dificulta a movimentação pós-cirurgia. Além disso, pode haver dor e é necessário que se mantenha certo repouso com o braço do lado operado pelo menos até 7 dias após a cirurgia.

Muitas pacientes também são submetidas à radioterapia e, nesse caso, também podem ocorrer danos teciduais como assaduras, feridas, sensibilidade na região e algumas aderências, dificultando ainda mais a recuperação do movimento desse braço.

A queixa de diminuição de mobilidade é encontrada principalmente nos 6 primeiros meses após a cirurgia.

È importante frisar que cada caso deve ser avaliado individualmente e discutido com a equipe multidisciplinar, mas, em geral, pede-se que se restrinja a mobilidade do ombro até 90º nos primeiros 7 dias, podendo progredir gradualmente e com alguns cuidados a partir de então. A liberação dos exercícios de fortalecimento ou carregar peso, geralmente ocorre a partir da 4ª semana de cirurgia.

Além de minimizar a dor e os efeitos da rigidez, a mobilização precoce do ombro também permite que a qualidade de vida e rotina da paciente sejam menos afetadas.

Para informações sobre a realização dos exercícios e indicações, temos um vídeo completo no nosso canal do YouTube, que você pode acessar abaixo.