Lesão do Manguito Rotador
Lesão do Manguito Rotador
O Maguito Rotador é a estrutura composta por um grupo de quatro músculos (supraespinal, infraespinal, redondo menor e subescapular), que estão posicionados em torno da articulação do Ombro.
O Manguito é responsável por estabilizar dinamicamente a articulação e por realizar os movimentos de: elevação, abdução, rotação lateral e rotação medial.
A lesão do Manguito Rotador é uma das mais comuns do corpo. Pode aparecer em qualquer faixa etária, sendo mais frequente nos indivíduos entre 40 a 60 anos, com maior predisposição às mulheres.
A causa mais comum que leva ao surgimento da tendinopatia e, quando não bem abordada à ruptura dos tendões do Manguito Rotador é a Síndrome do Impacto do Ombro (SIO), que acontece quando as estruturas dessa articulação (tendões e bursas) sofrem compressão durante o movimento de levantar o braço, por uma porção da escápula (Acrômio) e uma porção do Úmero (Tubérculo Maior), devido a um desequilíbrio muscular.
Estima-se que 95% das lesões do MR sejam provocadas pela SIO.
Outros fatores que colaboram para o aparecimento dessa situação:
– Envelhecimento
– Sobrecarga
– Sedentarismo
– Desequilíbrio Muscular
– Tabagismo
– Atividades esportivas de arremesso ou que usam o braço e grande amplitude: tênis, basquete, vôlei, beisebol, handball, natação.
– Atividades de trabalho repetitivas, que usam o braço, principalmente carregando peso ou com amplitudes de movimento exageradas, como, por exemplo: professores, costureiras, faxineiros e pintores.
– Traumas;
Podemos observar algumas diferenças entre os tendões do Manguito Rotador. O tendão do músculo supraespinal é o menos vascularizado. Isso faz com que apresente o maior índice de tendinopatia do Ombro e, consequentemente de lesão. Seguido do tendão do músculo infraespinal.
A lesão do tendão pode ser parcial ou completa.
Em relação aos SINTOMAS, encontramos:
– Dor para elevar o braço até o final ou incapacidade de completar/ realizar o movimento;
– Dor na região lateral ou posterior do Ombro, podendo ser referida até a região acima do cotovelo;
– Dor noturna.
– Dor ou incapacidade de realizar tarefas do dia a dia como: secar o cabelo, estender roupas, pegar objetos acima da cabeça, pegar objetos pesado.
– Dor ou incapacidade para a prática esportiva.
TRATAMENTO
Para a indicação do tratamento adequado, será feita a avaliação física e solicitado exame de imagem (raio – x e ressonância magnética), para avaliar a articulação, estruturas ósseas, o tendão, o tamanho da lesão (se parcial ou total), se de um único tendão ou mais de um, se há lipossubstituição da musculatura, entre outros achados.
Para definir a abordagem, são levados em conta fatores como: idade, atividade laboral e esportiva, limitação de movimento e tamanho da lesão.
Inicialmente, pode haver indicação do tratamento conservador (não cirúrgico), com fisioterapia, que apresenta resultados satisfatórios em lesões parciais, por exemplo.
São aplicadas técnicas para melhorar a dor, restaurar a amplitude de movimento e reestabelecer o equilíbrio muscular.
ATENÇÃO: Sem o reequilíbrio muscular o tratamento NÃO pode ser considerado COMPLETO!!
Além disso, é IMPRESCINDÍVEL a conscientização quanto à mudança de alguns hábitos e seguir as orientações do FISIOTERAPEUTA quanto às melhores formas de se realizar as atividades de vida diária, trabalho e esporte.
Quando há falha do tratamento conservador (3 a 12 meses de tratamento, sem melhora completa dos sintomas), o cirurgião realiza o procedimento para correção das estruturas ósseas responsáveis pela compressão das partes moles (tendões e Bursa) e o reparo do tendão lesionado.
Após o procedimento cirúrgico, é essencial que seja realizada a fisioterapia pós-operatória, para reestabelecimento completo da função do ombro operado.
O paciente permanecerá entre 4 a 6 semanas com tipoia com afastador, para limitar o movimento do membro operado.
Nessa primeira etapa, a fisioterapia atua com recursos de analgesia e recursos que auxiliam no processo de cicatrização (ultrassom, laser, correntes analgésicas), liberação miosfacial, massagem cicatricial após a retirada dos pontos e crioterapia.
A mobilização do ombro pode ser iniciada nessa fase, de maneira passiva, quando o fisioterapeuta realiza o movimento sem que o paciente faça força, em pequenos graus, protegendo a estrutura que está em processo de cicatrização.
A partir da 6ª semana é liberada a movimentação total, porém, deve ser realizada de maneira gradual e respeitando a dor.
Depois se inicia a fase de fortalecimento da musculatura escapular, para melhorar a postura e posicionamento articular e, respeitando o tempo de cicatrização, são inseridos os exercícios para o Manguito Rotador.
A última fase da reabilitação envolve o treino do gesto esportivo e das atividades laborais e retorno às atividades.
O tempo médio de recuperação da cirurgia de reparo de manguito rotador é de 4 a 6 meses, podendo variar de acordo com o tamanho da lesão, tipo de cirurgia (via aberta ou atroscópica), idade do paciente e evolução clínica.
É essencial o trabalho multidisciplinar e comunicação entre o fisioterapeuta e o cirurgião, para que as etapas da reabilitação sejam feitas de maneira adequada.
A participação do paciente e entendimento das etapas do tratamento, também são fundamentais para diminuir o risco de recidiva da lesão.
Após a alta é possível que o paciente retorne para todas as suas atividades, sem dor. Porém, deve manter uma rotina de exercícios orientados pelo fisioterapeuta para evitar novos episódios de dor e diminuir o risco de uma nova lesão.
Referências Bibliográficas:
https://sbot.org.br/lesao-do-manguito-rotador/